A tarefa é das agências bancárias, que transferem para as
casas lotéricas e similares. O pagamento das contas de água, luz, telefone,
IPTU e tantas tarifas públicas que vão cair nas agências bancárias prejudicam
os contribuintes. As filas extrapolam o espaço físico das casas recebedoras e ocupam as calçadas. As pessoas ficam
expostas ao tempo, sujeitas ao sol ou à chuva, no desconforto, em pé, por horas
a fio.
Imagem: O Debate - Macaré
Essas casas recebedoras foram
construídas para outros fins. Por isto não dispõem de estrutura interna adequada para
abrigar os pagadores e oferecer-lhes a possibilidade de cada um aguardar
sentado a sua vez de chegar ao guichê.
Os bancos desfrutam de muitos
privilégios nas inúmeras cobranças por serviço de seus correntistas. E se
recusam a receber essas contas para desafogar os arrecadadores externos. Se todas as agências incluíssem em seus
serviços esses recebimentos a população não ficaria toda exposta a esses
sacrifícios injustificáveis por conta da economia que o sistema bancário
procura fazer em diminuição do seu quadro de pessoal. Não adianta cada agência cumprir as
determinações legais do tempo de espera no interior de suas repartições, se
transfere para fora de seu espaço o desconforto dos clientes que, direta ou
indiretamente, alimentam sua rede e os lucros astronômicos que os bancos
acumulam a cada semestre.
Imagem: Construtora Ama Aguaiar
Imagem: blog.previdencia.gov.br
Não seria necessário proibir o
recebimento nas casas lotéricas e demais recebedoras. Em conjunto aliviam a
demanda. No entanto, é descabido que as
agências bancárias se recusem a prestar tal serviço. Afinal, elas são as
destinatárias de todos os depósitos oriundos desses pagamentos.
Imagem: UFRB. EDU
Os bancos fazem economia em pessoal,
robotizam todos os serviços, colocam os clientes para trabalhar na retirada de
talões de cheque, saldo de conta, extratos, e ainda cobram o trabalho que cada
um presta para a própria instituição. É como se o padeiro mandasse o freguês
trazer papel para a padaria, embrulhasse o pão, e, além do pão pagasse pelo papel,
pelo trabalho de embrulhar e pelo tempo que ficasse na padaria durante a compra.
Imagem: Meio Norte
Essa transferência que os bancos fazem
para as casas recebedoras de maneira compulsória é uma forma de fugir de seu
dever de atender os clientes em tempo determinado por lei, no seu interior. Se fosse como alternativa para facilitar a
vida das pessoas de maneira mais rápida e perto de suas casas, não seria
necessário deixar de acolher recebimento
no interior de suas agências. Quem paga
cumpre um dever. Mas tem o direito de
ser atendido sob um teto, e aguardar assentado o momento do atendimento, de
maneira humanamente justa. É o exercício pleno da cidadania. Ainda há um fator que precisa ser registrado:
todos os postos de recebimento têm de oferecer prioridade para os idosos, as
pessoas deficientes e as gestantes, o que nem sempre acontece.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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