Por observações ao longo do tempo,
percebemos que os cidadãos dos municípios conquistam liberdade a partir do
crescimento da população. Quanto
menores, mais presos aos grilhões das oligarquias e das forças de opressão. As pessoas têm receio de manifestar sua
posição política e de participar de qualquer ato de organização classista ou social, como sindicatos, ou associações de
moradores. Há sempre constrangimento diante da coação de patrões, chefes,
administradores de empresas e mandantes políticos.
Funcionários públicos têm receio de
demissão ou perseguição no ambiente de trabalho, onde, não raro, quando são
concursados se arriscam a transferências incômodas ou humilhantes. Os
empregados em empresas particulares temem a dispensa pura e simples, se sua
posição desagradar patrões ou chefes.
Acontece em algumas empresas os
proprietários mudarem de posição, a depender da corrente política que chegue ao
poder. Mas seus funcionários não podem
tomar suas próprias posições. Há até o
controle da urna em que cada empregado vota, para ser comprovado se naquela
seção aparece o sufrágio de acordo com a vontade do patrão. Quanto maior a empresa, maior o domínio de
seus proprietários sobre o eleitorado.
Por isto, praticamente não se conhece sindicato ou associação de
empregados nesses grotões eleitorais. Há as organizações patronais.
Assim, nos municípios de pequeno porte,
os titulares do poder são sempre grandes empresários, latifundiários, membros
das elites, ou alguém manobrado por eles.
No conjunto formam um aglomerado de dominadores do poder econômico e se servem
mutuamente em uma espécie de vasos comunicantes, e controlam o sistema de
organização eleitoral, com a coação, compra de votos, fraudes, pressão velada
ou ostensiva, controle sobre a apuração e a garantia de manutenção desse quadro
de domínio e de restrição às liberdades públicas.
Se um município é provido de várias
pequenas e médias empresas, há tendência de seu povo gozar relativa liberdade, de melhores salários, e
haver um mercado interno mais forte. Os
pequenos municípios dominados por gigantescas empresas sofrem maior domínio,
baixos salários, fraco mercado interno.
O monopólio empregatício tira a oportunidade dos trabalhadores de fazerem
opções por melhores salários.
De um
modo geral, os moradores de cada município começam a conquistar liberdade e
gozo de cidadania, quando essas unidades políticas ultrapassam os 50 mil
habitantes. Passa a haver certa
desagregação do controle oligárquico.
Surgem faculdades e outras instituições de ensino e cultura em nível
superior. As próprias pessoas passam a
ter uma vivência cosmopolita com opção de mentalidade mais universalizada, e
vão sentindo que o mundo está além dos limites do cordão umbilical, do paroquialismo, dos sinhozinhos e doutores. E nesses municípios de médio porte passam a
surgir expoentes de cultura nas artes cênicas, na literatura, na dramaturgia,
no cinema. Sã expressões de liberdade
que afloram a cidadania, e as pessoas passam a ser donas de si.
O
momento que o Brasil está vivendo, quando uma juventude que não viveu a época
dos protestos contra a Ditadura. enche as ruas pelo inconformismo imediato,
tem a pureza da indignação, sem receitas de qualquer época e qualquer
tempo. Percebe-se que os milhões de
jovens enchem as avenidas e praças a partir das cidades populosas. E vão raleando à medida que chegam aos
municípios menores, até atingirem o vazio das pequenas comunidades. E as cidades atingem destaque em número de
manifestantes nas ruas a partir de onde haja escolas de níveis superiores,
quase sempre com mais de 50 mil habitantes.
Daí para baixo somente restam os comentários baseados nos noticiários
distorcidos da televisão
Aqui
mesmo, no nosso entorno paroquial, vimos imagens impressionantes e
significativas em Juiz de Fora, Muriaé, Viçosa, Ubá. Em Visconde do Rio Branco houve um número
reduzido de manifestantes, abnegados militantes políticos que tentaram estourar
os currais da opressão. Mas não
conseguiram trazer o povão, a massa, porque até funcionário público, em tese, estável, omitiu-se com receio de
retaliação, embora concordasse com a justeza do movimento. Nas cidades vizinhas, como São Geraldo, Paula
Cândido, Divinésia, Guidoval, Guiricema, Ervália e São Geraldo, não tivemos
notícia de qualquer manifestação.
Renova Ubá- Visualizador de Imagens
Viçosa. Imagem: Ricardo Lopes
Imagem:anonymousBrasil - Viçosa entre as maiores
Imagem: Carmem Baz
Viçosa. Imagem: Murilo Pizato
Passeata em Viçosa. - Imagem: viçosanews
Juiz de Fora. Imagem: anonymousBrasil
Visconde do Rio Branco. Imagem: Revista Atual
Visconde do Rio Branco. Imagem: Revista Atual
Visconde do Rio Branco. Imagem: Abaixo a Corrupção
Ubá - Recém casados entram no manifesto. Imagem: Italo Soares - Miron Soares
Imagem: Philomena de La Rocque
Viçosa. Visualizador de Imagens
Ubá. Visualizador de Imagens
Viçosa - mais de 4 mil pessoas. Imagem: Hadriano Hidalgo
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