terça-feira, 2 de julho de 2013

Quanto menor o município, menor a liberdade de manifestação e expressão

                                  


         Por observações ao longo do tempo, percebemos que os cidadãos dos municípios conquistam liberdade a partir do crescimento da população.  Quanto menores, mais presos aos grilhões das oligarquias e das forças de opressão.  As pessoas têm receio de manifestar sua posição política e de participar de qualquer ato de organização classista  ou social, como sindicatos, ou associações de moradores. Há sempre constrangimento diante da coação de patrões, chefes, administradores de empresas e mandantes políticos.

         Funcionários públicos têm receio de demissão ou perseguição no ambiente de trabalho, onde, não raro, quando são concursados se arriscam a transferências incômodas ou humilhantes. Os empregados em empresas particulares temem a dispensa pura e simples, se sua posição desagradar patrões ou chefes. 

         Acontece em algumas empresas os proprietários mudarem de posição, a depender da corrente política que chegue ao poder.  Mas seus funcionários não podem tomar suas próprias posições.  Há até o controle da urna em que cada empregado vota, para ser comprovado se naquela seção aparece o sufrágio de acordo com a vontade do patrão.  Quanto maior a empresa, maior o domínio de seus proprietários sobre o eleitorado.  Por isto, praticamente não se conhece sindicato ou associação de empregados nesses grotões eleitorais. Há as organizações patronais. 

         Assim, nos municípios de pequeno porte, os titulares do poder são sempre grandes empresários, latifundiários, membros das elites, ou alguém manobrado por eles.  No conjunto formam um aglomerado de dominadores do poder econômico e se servem mutuamente em uma espécie de vasos comunicantes, e controlam o sistema de organização eleitoral, com a coação, compra de votos, fraudes, pressão velada ou ostensiva, controle sobre a apuração e a garantia de manutenção desse quadro de domínio e de restrição às liberdades públicas.

         Se um município é provido de várias pequenas e médias empresas, há tendência de seu povo gozar  relativa liberdade, de melhores salários, e haver um mercado interno mais forte.  Os pequenos municípios dominados por gigantescas empresas sofrem maior domínio, baixos salários, fraco mercado interno.  O monopólio empregatício tira a oportunidade dos trabalhadores de fazerem opções por melhores salários.

         De um modo geral, os moradores de cada município começam a conquistar liberdade e gozo de cidadania, quando essas unidades políticas ultrapassam os 50 mil habitantes.  Passa a haver certa desagregação do controle oligárquico.  Surgem faculdades e outras instituições de ensino e cultura em nível superior.  As próprias pessoas passam a ter uma vivência cosmopolita com opção de mentalidade mais universalizada, e vão sentindo que o mundo está além dos limites do cordão umbilical, do paroquialismo, dos sinhozinhos e doutores.  E nesses municípios de médio porte passam a surgir expoentes de cultura nas artes cênicas, na literatura, na dramaturgia, no cinema.  Sã expressões de liberdade que afloram a cidadania, e as pessoas passam a ser donas de si. 

 

         O momento que o Brasil está vivendo, quando uma juventude que não viveu a época dos protestos contra a Ditadura. enche as ruas pelo inconformismo imediato, tem a pureza da indignação, sem receitas de qualquer época e qualquer tempo.   Percebe-se que os milhões de jovens enchem as avenidas e praças a partir das cidades populosas.  E vão raleando à medida que chegam aos municípios menores, até atingirem o vazio das pequenas comunidades.  E as cidades atingem destaque em número de manifestantes nas ruas a partir de onde haja escolas de níveis superiores, quase sempre com mais de 50 mil habitantes.  Daí para baixo somente restam os comentários baseados nos noticiários distorcidos da televisão

 

         Aqui mesmo, no nosso entorno paroquial, vimos imagens impressionantes e significativas em Juiz de Fora, Muriaé, Viçosa, Ubá.  Em Visconde do Rio Branco houve um número reduzido de manifestantes, abnegados militantes políticos que tentaram estourar os currais da opressão.  Mas não conseguiram trazer o povão, a massa, porque até funcionário público, em  tese, estável, omitiu-se com receio de retaliação, embora concordasse com a justeza do movimento.  Nas cidades vizinhas, como São Geraldo, Paula Cândido, Divinésia, Guidoval, Guiricema, Ervália e São Geraldo, não tivemos notícia de qualquer manifestação.


Renova Ubá- Visualizador de Imagens

Viçosa. Imagem: Ricardo Lopes

Imagem:anonymousBrasil - Viçosa entre as maiores

Imagem: Carmem Baz

Viçosa. Imagem: Murilo Pizato

Passeata em Viçosa. - Imagem: viçosanews

Juiz de Fora. Imagem: anonymousBrasil

Visconde do Rio Branco. Imagem: Revista Atual

Visconde do Rio Branco. Imagem: Revista Atual


Visconde do Rio Branco. Imagem: Abaixo a Corrupção 



Ubá - Recém casados entram no manifesto. Imagem: Italo Soares - Miron Soares

Imagem: Philomena de La Rocque

Viçosa. Visualizador de Imagens

Ubá. Visualizador de Imagens

Viçosa - mais de 4 mil pessoas. Imagem: Hadriano Hidalgo

 

 

(Frankllin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)   



         

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