terça-feira, 18 de junho de 2013

Sayonara(QUARAÍ-RS) - EDUCAÇÃO - A CRÔNICA E O ESTILO HUMORÍSTICO DE LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO








A CRÔNICA E O ESTILO HUMORÍSTICO DE LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO


Continuação da Edição anterior:








3 O CRONISTA LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO


Escritor e jornalista, o gaúcho Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O talento deve ser de família, herdado do pai Érico Veríssimo, um dos maiores escritores de nossa literatura. Foi alfabetizado nos Estados Unidos, para onde a família se muda em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos.

De volta ao Brasil, estuda no Instituto Porto Alegre até os 16 anos. Termina o 2º grau nos EUA e ali vive até 1956. Cursa a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone. Em 1962, vai para o Rio de Janeiro, onde permanece por cinco anos empregado no jornal da Câmara de Comércio Americana. No começo, escreveu para várias seções (redator, editor nacional e internacional), chegando até a fazer Horóscopo, além de trabalhar como tradutor.

Antes de ganhar a vida escrevendo, Luís Fernando Veríssimo quis ser saxofonista profissional e chegou até a tocar no conjunto Renato e seu Sexteto.

Casado e com uma filha pequena ( hoje ele tem três filhos), volta para Porto Alegre e, em 1967, trabalha como redator no jornal gaúcho Zero Hora e, aos 31 anos, passa a assinar sua primeira coluna diária no jornal em 1969. Estréia na literatura em 1973 com o livro de crônicas O popular.

Luís Fernando Veríssimo é considerado um de nossos melhores escritores de crônica e é muito conhecido do grande público. Entre seus mais de 40 títulos publicados, incluem-se O analista de Bagé (1977), A velhinha de Taubaté (1983) e Comédias da vida pública (1995). Com ironia e humor, desenha o personagem Ed Mort nos quadrinhos Procurando o Silva, posteriormente adaptado para o cinema por Alain Fresnot. As histórias de O Analista de Bagé, Brasileiros e Brasileiras, A Família Brasil , O marido do Dr.Pompeu e As mentiras que os homens contam são adaptadas para o teatro. Participou também da televisão, criando quadros para o programa Planeta dos Homens, na Rede Globo. Seu livro de crônicas, Comédias da Vida Privada (1994), origina a série de mesmo nome produzida também pela TV Globo. Além disso, tem textos de ficção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia, Domingo (do Jornal do Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e, a partir de junho de 2.000, no O Globo.

Veríssimo, procurando mostrar o lado engraçado do nosso dia-a-dia, cria personagens famosos, como a Velhinha de Taubaté, que era a última pessoa no país que ainda acreditava no governo e que, no dia 25 de Agosto de 2005, foi oficialmente declarada morta por seu criador. A personagem agiu durante estes últimos 22 anos (desde 1983) como o "último bastião da credulidade", a última pessoa no Brasil a acreditar no governo. A causa de sua morte foi descrédito súbito, naturalmente, esclarece Veríssimo.

Jaguar (2006) comenta que Veríssimo é uma fábrica de fazer humor, mas é extremamente tímido. Já foi premiado várias vezes : em 1995, recebeu o Prêmio da Critica pelo programa Comédias da Vida Privada, da Rede Globo; em 1997 recebeu o Troféu Juca-Pato de Intelectual do Ano . Em 2000, foi homenageado, juntamente com o pai, pela escola de samba Unidos de Vila Isabel com o samba-enredo De Veríssimo a Veríssimo.

Ana Maria Machado (2001) no prefácio do livro de Luis Fernando Veríssimo, Comédias para ler na escola, comenta:

Luís Fernando Verissimo conta com seu magistral domínio da linguagem e do ritmo da narração. Tem uma admirável economia no uso das palavras - tudo é enxuto, nada sobra. No país do barroco, é quase minimalista. Seus diálogos dão até a impressão de que saíram de uma fita gravada. Mas é só a gente lembrar da realidade das transcrições de conversas gravadas (cada vez mais freqüentes nas denúncias de escândalos pela imprensa), para perceber como essa impressão é falsa. Estamos exatamente diante daquele processo que Carlos Drummond de Andrade descreveu tão bem, ao dizer que queria a beleza da simplicidade, mas não a beleza do que nasceu simples e sim a beleza do que ficou simples. Fruto de atenção impiedosa, muito trabalho e aguda consciência de como cortar (MACHADO, 2001. p. 9-15).

Como hobby, Veríssimo é saxofonista. Seu grupo, o "Jazz 6", apresenta-se ocasionalmente em Porto Alegre e, mais raramente ainda, em outras cidades, em eventos especiais.

Leia na próxima Edição

3.1 A presença da ironia nas crônicas de Luís Fernando Veríssimo

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