quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pode a sociedade livre oferecer a Educação que o Estado nega

      
 


         A maioria das pessoas independentes dos grupos dominantes deseja educação de qualidade para toda a população. Sabem que em uma sociedade educada e culta predominam a paz e a possibilidade de justiça.

         Diante do desinteresse dos governantes em relação a esse tema, há uma tendência latente de se fazer alguma coisa para melhorar o quadro do analfabetismo e da ignorância reinante na população. Muita gente sabe que aprender a ler e escrever pode ser resolvido com ações voluntárias e fraternas de ajudar uns aos outros. Os cursos superiores exigidos hoje em dia para o exercício do magistério é mais um entrave para quem pretenda cumprir a nobre missão de ensinar. 

         Quantos doutores de hoje aprenderam as primeiras letras com as professoras leigas da zona rural, para depois seguirem os estudos nas séries mais “adiantadas”!  E as normalistas da nossa Escola Normal que prepararam tantos alunos, com profundos conhecimentos das matérias básicas de Português, Matemática, Geografia, História, Física e Química e noções de Inglês, Francês, Latim, Literatura, uns para prestar vestibular, outros para também se tornarem professores.  E eram gerações muito mais bem capacitadas do que as atuais que chegam aos cursos superiores sem saber ler e escrever um texto.  Há momentos em que juízes duvidam de alguns advogados terem passado por uma faculdade, tamanhos são os erros de redação em algum ofício dirigido às “suas excelências”.

         Diante dessas considerações, há os que pensam em mobilizar as organizações sociais, os clubes, templos religiosos para servirem de escolas nos dias ociosos, sem prejudicar suas atividades de rotina, com a permissão dos respectivos responsáveis.  Os voluntários trocarão experiências e conhecimentos.  Quem sabe alguma coisa ensina a quem não sabe, em uma troca cognitiva saudável onde todos aprenderão mais.

         De acordo com o tempo de disponibilidade dos imóveis liberados poderá se fazer a experiência da Escola em Tempo Integral.  A propósito, a Deputada Estadual Juliana Brizola(RS), neta do falecido Leonel Brizola, fará o lançamento da cartilha da Escola de Tempo Integral na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul no dia 17 de junho.  Será a expansão dos CIEPs criados por seu avô no Rio de Janeiro desde 1982, quando teve Darcy Ribeiro como Secretário da Educação.  Foi o projeto educacional mais avançado da América Latina, abortado pelos governantes contrários à instrução popular.  Servirá como diretriz para essa experiência popular.

         Aqui em Visconde do Rio Branco tivemos promessa de campanha que incluía a Escola de Tempo Integral.  Mas, se nem a escola convencional recebe os investimentos necessários para equipamentos didáticos eficazes e remuneração justa para os professores, sabemos que aquela promessa é mais uma propaganda enganosa, a menos que o tempo nos desminta.

         No Rio de Janeiro e em várias capitais do país, o Crime Organizado substitui o Estado nas funções assistencialistas.  Em Visconde do Rio Branco, e em muitos outros municípios, a sociedade sadia e livre poderá vir a substituir os poderes convencionais nos cuidados com a educação pública.

         Epiteto disse:  "Não devemos acreditar na maioria que diz que apenas as pessoas livres podem ser educadas, mas sim acreditar nos filósofos que dizem que só as pessoas educadas são livres."  E  "Só a educação liberta."

         Cresce o número de rio-branquenses que acreditam e pensam assim.  E desejam sermos um povo livre. Afinal, temos fundamento histórico. Não é por acaso que a cidade tem o nome do autor da Lei do Ventre, José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco. E a nossa Praça 28 de Setembro consagrar a data de vigência dessa Lei de 1871, como também a dos Sexagenários, de  1885, de Saraiva-Cotegipe. 

         A data e o nome do município tiveram a afirmação da liberdade do que fora o desprezível Presídio de São João Batista.  E, em nossos dias, as parcelas conscientes da sociedade querem o seu povo livre do domínio e dos grilhões de alguns sobre todos.

         Haverá de existir a escola da liberdade ministrada pelas mentes voluntárias daqueles que dão um pouco de si para o bem de todos.


        



        



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