quinta-feira, 18 de abril de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - A voz humana, mesmo um sussurro, emerge de qualquer ruído, quando diz a verdade.






Coluna Vozes...

 A voz humana, mesmo um sussuro,emerge de qualquer ruído, quando diz a verdade.
Anonimo
Hoje, 16 de abril:  Dia Mundial da Voz. Não  sei eu  porque ...  o saiba... É que tenho um hábito de verificar, todos os dias o que aconteceu, na data, no passado e a que se refere no presente. Coisa boba. Como quase tudo que a gente faz na vida. Principalmente depois de aposentado quando a vida se desenrola mais como reminiscências do que com projetos para o futuro. Aliás, só hoje entendo o epitáfio do meu avô, Afonso Pereira, com quem convivi em Santa Maria/RS,  até sua morte, no ano trágico de 1954:

“A insônia dos velhos é um manancial inesgotável de recordações...”

Diria, pois o poeta: Assim me vou, coalhado de memórias, retórico e despido, Nec temu, Nec spe ( sem esperança nem tremor) a caminho de mim...Rumo à crônica do dia. E amanhã? Ora, amanhã ... “há de ser outro dia”. Irei novamente ao Dr. Google, o consultarei e, religiosamente, voltarei às minhas letras...

Nunca pensei muito sobre “a voz”. Bastou-me, por muito tempo,  com apreciá-la nas canções de Franck Sinatra  - “The Voice” ou Elis Regina, ambos inigualáveis. Duas outras lembranças  vocais me vêm à tona, como ondas  prazerosas: A voz de um grande amigo, recentemente falecido, companheiro dos idos de 60 na política estudantil na Filosofia da UFRGS, quando pontificava com seu tamanho gigantesco e vozeirão tonitruante nas reuniões do Centro Acadêmico F. Delano Roosevelt: Carlos Augusto de Campos Velho, o “Pingo”, como seria mais conhecido ao longo de sua trajetória no teatro e na promoção cultural. E aquela voz insinuante de mulher, cujo nome esqueci, mas evocativamente  irresistível, no Aeroporto do Rio Janeiro:

“- Senhores Passageiro, dentro de poucos minutos será feito o embarque do Voo 138 da Varig com destino a Brasília. Queiram se dirigir ao balcão de embarque com seus documentos e passagem em mãos...”

Ah...Que saudade do século XX, como diria Ruy Castro.

Além destas evocações da voz como algo concreto, a única lembrança mais metafísica que ela me sugeria era a velha máxima de que “Vox populi, Vox dei”. Meu pai a vivia repetindo e sentenciava, solene: Deus fala pela voz do povo. Parece que gostava da expressão. Aprendi com ele e, não raro, a assacava, sempre a meu favor, contra algo que me contrariava. No fundo, acreditava que a voz do povo era realmente um denominador comum do bom senso. Cedo ou tarde se imporia contra as arbitrariedades de Governos - daqui e d’alhures. Do mesmo tipo que aquela outra preciosidade: A justiça tarde mas sempre vence.

O tempo, porém, implacável demolidor das verdades, me aconselharia outras interpretações.

Aprendi, em primeiro lugar, que o bom senso nem sempre é o melhor “senso” das coisas. Acho que foi com Gramsci. Ele é quando muito, uma ponte suspensa entre o senso comum e  senso crítico, dois lugares tão distantes quanto o céu e o inferno, embora com portas de entrada muito próximas. Sobre o senso comum repousa a estabilidade do mundo, como uma espécie de corpo sólido e resistente. Ele é apanágio das multidões, que o cultivam, a partir de hábitos consagrados e convenções sociais e se expressa pela infinidade de provérbios que povoam todas as línguas: “O olhar do dono é que engorda o porco”. O senso crítico é o oposto, uma reflexo da alma imoral e poética eternamente insatisfeita. Ele é o tesouro das elites, desde sempre, que têm a capacidade de se espantar com realidade palpável e ousando sabê-la por outros caminhos. Pelo avesso do avesso do avesso... Claro que, isso posto, têm a responsabilidade de reconstruir idealmente o mundo para que ele não soçobre em frangalhos. É a tal da responsabilidade intelectual que está sempre a reclamar a possibilidade de um mundo novo. Estão sempre ironizando a sabedoria popular: - Cachorro que ladra não morde. Às vezes...Millor Fernandes, no Brasil foi o grande mestre da arte.

Do meu aprendizado sobre a voz como consciência, acabei , então concluindo pelo seguinte esquema:
Senso comum:
Povão – Conservador –  Ninho de Ortodoxos e crentes (em Deus ou na Ideologia de turno)
Bom senso:
Profissionais – Técnicos – Empresários -  Morada  de Heterodoxos, agnósticos
Senso crítico-
Poetas, Loucos, Crianças e Filósofos e Artistas – Reino Encantado dos Paradoxos – Reduto de holistas, budistas, ateus e rebeldes de todos os tempos etc–
                                                                                        
Quando achava que já sabia tudo sobre as implicações da voz com a consciência, ocorreu-me um fato inusitado.

Morava eu isolado no interior de Goiás, preocupado com os gambás que se haviam instalado no forro da minha casa, quando numa tarde quente e ensolarada recebo a visita de um amigo, Newton Rossi, poeta de  alma e trova, mineiro de Ouro Fino, figura célebre em Brasília por ter sido durante muitas décadas Presidente da Federação do Comércio. Trazia-me ele, para conhecimento, um oriental de magreza preocupante, mas de olhos vivos e gestos precisos: Dr. Jonk Suk Yum, criador de um movimento denominado Unibiótica.

Dr. Jonk Suk Yum, médico coreano radicado no Brasil, desde 1976, fundou a Unibiótica que teve sua origem no estudo de cerca de 8.000 volumes de medicina, tanto oriental como ocidental compreendendo 18 grandes métodos de tratamento e 362 técnicas de cura.

Neste blog você encontrará uma grande parte da teoria escrita pelo Dr.Yum, bem como a descrição de tratamentos, exercícios, entre outras coisas que se vinculam diretamente com a Unibiótica.

Essa ciência trás resultados surpreendentes para quem a pratica, e não tem contra indicação, todos podem praticar! Viva com mais saúde se tornando um adepto da Unibiótica! O seu corpo e mente só têm benefícios a ganhar! Pratique e depois critique! Você se surpreenderá com os resultados da prática dessa ciência!

Abaixo coloquei um link com um depoimento pessoal do próprio Dr. Yum onde ele conta um pouco sobre a sua vida e como nasceu a Unibiótica. Vale a pena ler!


Depois de tomarmos o cafezinho regulamentar, conversamos sobre o dia e a noite no cerrado na época da seca, Newton disse-me a que vinha:
- Timm, o Dr. Yum tem um livro – pronto , sublinhou – e precisa de um brasileiro como co-autor, pois assim terá mais aceitação do público.
Era a primeira vez na vida que recebia algo escrito “de presente”. Escrevinhador inveterado, eu geralmente, era o solicitado para fazer requerimentos, cartas, ações nos Tribunais de Pequenas Causas, ou simplesmente trabalhos de classe. Estranhei, mas quis ver o que era.
- Dr. Timm, falou o Yum, eis aqui – e me passou um calhamaço xerocado que ainda guardo – minhas reflexões sobre a “Voz de Deus” e a “Voz do Homem”. Falou sem parar durante quase meia hora, explicando o que era uma coisa e o que era outra. Retive apenas que a primeira se referia aos ensinamentos sagrados, imutáveis , enquanto a segunda, seria a do aprendizado humano. Eu ia encaixando tudo no meu modelito como um caso de  Vox Populi , Vox Dei até que me dei conta que ele falava outra coisa: A voz do homem não era a Voz maiúscula de Deus. Era mais forte!
Ôpa, pensei comigo! Mais um para o Pavilhão...da  consciência crítca.
Acabou-se a conversa, que muito me impressionou e ele queria saber se eu subscreveria como co-autor. Disse-lhe que precisava ler os manuscritos e que dentro de alguns dias daria uma resposta. Confesso que não me agradava o procedimento. Mas vá lá! Ia ver. Ai’ o pacifico Dr. Yum reagiu com determinação e disse que eu deveria decidir imediatamente, mesmo sem ler. Reagi, isto não faria nunca. De-ci-di-da-men-te! A conversa se encerrou abruptamente, meu amigo Newton o arrastou e eu fiquei com os manuscritos, que li naquele mesmo dia. Interessantíssimo, com uma ou outra ressalva teria passado para a História com seu co-autor. A essência das ideias procuram demonstrar que a Voz de Deus ‘e a voz milenar dos livros religiosos, e a do Homem, o resultado da sua consciência, aí identificando a China como sua pátria de excelência.
Por via das dúvidas, conto o caso e encerro , assim, esta crônica que foi marcada por um AVC – acidente vascular computacional – no meu computador. Ele subverteu o teclado e se recusa a obedecer minhas ordens sobre cedilha e acentos. Concluo, pois que além da Voz de Deus que habita a sua cidade, e a Voz do homem que habita o planeta, existe a Voz do computador...


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