segunda-feira, 22 de abril de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - Drops abril 21 – A Inconfidência e o trem de Minas Gerais







Drops abril 21 – A Inconfidência e o trem de Minas Gerais

                   BOAS LEITURAS – Com cumprimentos do Paulo Timm www.paulotimm.com.br-
         COALIZÃO CONTRA USINAS NUCLEARES http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br,


Mafalda
Mafalda



SABEDORIA POPULAR

Mineiro quando olha no espelho a alma está bem ali, atrs do corpo, assuntando a obra de Deus.
(Lucas Antunes- Brasília – 2013)


AVISO AOS NAVEGANTES: Navegar é preciso,
Pero cuide que no naufrague tu vivir

"Sábio é aquele que permanece em silêncio, observando os passos da mente, as fragrâncias, os lugares escondidos dentro do seu ser..."

(ilustración de Shahab Shamshirsaz)
"Sábio é aquele que permanece em silêncio, observando os passos da mente, as fragrâncias, os lugares escondidos dentro do seu ser..."

(ilustración de Shahab Shamshirsaz)


SAPERE AUDE
ECONOMIA BRASILEIRA – Ponto e Contra-ponto

Ponto -A equação do crescimento

Redução da taxa de juros, desoneração da tarifa de energia elétrica são algumas ações do governo Dilma destacadas pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, como fundamento para geração de empregos que sustenta o crescimento da economia brasileira. Convidado a participar de uma reunião do Grupo de Conjuntura da Fundação Perseu Abramo, Augustin foi entrevistado para Teoria e Debate pelos economistas Jorge Mattoso, Guilherme Mello, o diretor da Fundação Joaquim Soriano e a editora Rose Spina
Concessões: 'Em nenhum caso há venda de patrimônio público constituído, não há p
Concessões: 'Em nenhum caso há venda de patrimônio público constituído, não há privatização'
Foto: Acervo FPA
Rose Spina – Em palestra na Fundação Perseu Abramo, o senhor afirmou que estão lançadas no Brasil as bases para uma economia com crescimento sustentável. Quais são essas bases?
Arno Augustin – O Brasil, historicamente, vem trabalhando para o crescimento, mas com uma estrutura de preços ainda insuficiente em áreas fundamentais para crescer em médio e longo prazo. Dois dos preços que precisavam ser alterados e o foram em 2012 são o câmbio e o juro. A mudança que conseguimos com a redução substancial da Selic e com o câmbio mais realista, possibilitando à indústria brasileira melhores condições em um mundo em crise, com guerra cambial, faz com que as perspectivas para o país, em 2013 e nos anos subsequentes, sejam boas.
Nos primeiros dois meses deste ano, reduzimos 20%, em média, o preço da energia elétrica, com o propósito de diminuir custos para a indústria e transferir mais renda para as famílias, estimulando assim a competitividade internacional e o mercado interno.
O objetivo central das ações do governo é reestruturar preços (câmbio, juros) e diminuir custos – como se deu com a energia –, ter tributação mais adequada e preços relativos que estimulem o emprego. E isso está sendo feito, com a redução da tributação sobre a folha de salários, por exemplo, e também com o aumento significativo do investimento público, por meio do PAC, além de um programa de concessões em infraestrutura com participação do setor privado. Mas tudo a partir de uma estratégia que atende ao interesse nacional.
Assim será, por exemplo, com o novo modelo de concessão de ferrovias, que democratiza e possibilita acesso amplo do conjunto da atividade produtiva à infraestrutura. No modelo antigo, beneficiava-se apenas o eventual concessionário, que por vezes tinha por interesse principal garantir o transporte das mercadorias do seu negócio. Então, um sistema com maior infraestrutura para o conjunto da economia é importante e faz com que haja uma expectativa de que o país, em 2013, retome com força o crescimento.
Jorge Mattoso – A dívida líquida do setor público, que vem de 60% do PIB, no início do primeiro governo Lula, está hoje em 35%. Como se dará a continuidade desse processo de diminuição, frente às desonerações que vêm sendo realizadas?
Arno Augustin – Uma das principais conquistas do último período foi retomar os instrumentos de decisão do Estado. Ou seja, o Estado fazer políticas de interesse nacional e política econômica. Hoje, o Brasil tem uma relação dívida/PIB muito confortável, e mesmo em 2012, um ano de crise e crescimento baixo, essa relação não aumentou – é uma variável sob controle. A opção por desonerações e aumento dos investimentos se faz ao longo de cada período de acordo com desempenho da economia. Então, os movimentos de superávit primário maior ou menor se dão em função do que a economia exige. Assim, fizemos um primário menor em 2012 porque achamos que era melhor para a economia, como foi em 2009.
A tendência de queda na relação dívida/PIB é importante, mas isso ocorre porque o juro caiu significativamente – queda que ocorrerá, possivelmente, de forma mais forte em 2013. Todos esses elementos dão ao Brasil condição bem diferente da dos Estados Unidos e dos países da Europa. Os EUA estão com enormes dificuldades para equacionar a questão fiscal, hoje no centro da discussão entre Congresso e Executivo. Na Europa, vários países vivem uma crise fiscal enorme. E, felizmente, o Brasil está em condição mais favorável, tem conseguido inclusive melhorar muito sua curva de juros externa.
Nosso último lançamento de título do Tesouro Nacional no mercado externo, título de dez anos, foi a uma taxa próxima a 2,68%, que é muito baixa. Essa tendência de queda das taxas de risco, cobradas da curva soberana do Brasil e, portanto, também das empresas brasileiras, é prova de que o mercado internacional considera o Brasil com fundamentos sólidos. O mercado financeiro internacional enxerga um país com estabilidade.
A conquista da governabilidade permite que se mantenha a tendência de queda da relação dívida/PIB com investimentos maiores e desonerações. Essa é a equação, a ideia é aprofundar o ciclo virtuoso no qual o Brasil está inserido.
Parte inferior do formulário

O futuro da indústria brasileira é o tema da conversa do economista Edmar Bacha com a jornalista Mônica Teixeira. Bacha é um dos Pais do Real, à época de FHC como M.Fazenda. Um economista liberal competente que vale a pena ouvir
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ABRIL 21, BRASILIA 53 ANOS
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 TV
O @[143736035670687:274:Roda Viva] desta segunda-feira (22) entrevista o fotógrafo J.R. Duran, que, entre outros assuntos, falará sobre os padrões de beleza do século 21 e da fotografia na era do smartphone.

Assista às 22h.
O Roda Viva desta segunda-feira (22) entrevista o fotógrafo J.R. Duran, que, entre outros assuntos, falará sobre os padrões de beleza do século 21 e da fotografia na era do smartphone.

Assista às 22h.
PROGRAMAÇÃO

 CANAL CURTA

Curta! - o canal independente

www.canalcurta.com.br/
Este é o nosso canal. Curta! Plural, verdadeiramente contemporâneo, multifacetado como a nossa realidade.

Programação

Horário, Programa. 0:00:00, Etiópia: O Vale do Rio Omo, .
Não Percam - Canal Curta – 21.30 – Triste fim de Policarpo Quaresma

TV CULTURA - www.tvcultura.com.br/
                                               CARAVANA DOS LIVROS – QUINTAS 22 H. –
                     CAFÉ FILOSÓFICO – Domingos 22h –

TV BIS  POR TRÁS DA CANÇÃO – Quintas 22h –
Selecione um dos dias acima e veja sua programação completa

Arte 1 – O Canal - arte1.band.uol.com.br/o-canal/

O Arte 1 é o primeiro canal brasileiro com uma programação inteiramente dedicada àarte e à cultura. Dança, música clássica e popular brasileira, cinema

Canal ARTE 1 nasce com desafio de conciliar o erudito e popular

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Lançado oficialmente na quarta-feira (20), o canal ARTE 1, do Grupo Bandeirantes, terá desde óperas a manifestações populares brasileiras, além de uma "revista semanal" sobre cultura, apresentada por Gisele Kato, editora-chefe do canal.
Editoria de Arte/Folhapress
http://f.i.uol.com.br/folha/ilustrada/images/13079364.jpeg
O ARTE 1 irá ao ar pelas operadoras Sky, Net, Claro, GVT, Oi TV e NeoTV.
"Não queremos ser percebidos como um canal erudito", afirma Rogério Gallo, diretor-geral do ARTE 1. A programação abarcará manifestações de cultura que fogem do eixo "Rio-São Paulo", segundo ele, que afirma que as séries serão prioridade para a fidelização do público.
A arte urbana e o roubo de quadros de museus brasileiros são exemplos de temas abordados por elas.
O lançamento do canal havia sido adiado para que se adequasse à nova lei da TV paga, que exige a exibição de três horas e meia semanais de conteúdo nacional. De acordo com Gallo, mais de 50% da programação do horário nobre da ARTE 1 é feita no Brasil.
Para Paulo Saad Jafet, vice do Grupo Bandeirantes, a lei aumentou o custo de programas nacionais, prejudicando produções independentes. "Só dois grupos podem competir: a Globosat e o Grupo Bandeirantes", afirma. Segundo ele, o custo operacional do canal em 2013 deve ser de cerca de R$ 20 milhões.


MÚSICA : BACHMANIA
Milton Ribeiro compartilhou um link.
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http://static.ak.fbcdn.net/rsrc.php/v2/y4/r/-PAXP-deijE.gif              MOSAICO DO MUNDO
Em homenagem ao artista brasiliense Gougon
mosaics and bas-reliefsMosaics in sidewalk cracks!

mosaics and bas-reliefsglass tile and ball chain
POESIA : O VERSO DA ARTE REAL
Quadras ao Gosto Popular
                                                              Fernando Pessoa
Cantigas de portugueses
São como barcos no mar —
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.

                
VIDEO - Smirnoff bike
Os principais problemas de trãnsito que temos com certeza não são causados pelos ciclistas e a construção de ciclovias como alternativas ao caos no trãnsito aponta para a solução de muitos problemas, porém isso implica uma opção política que infelizmente parece que os poderes públicos não estão dispostos a tomar, nem os cidadãos a apoiar. Fica para reflexão o excelente documentário curto (7 min) sobre o caso da Holanda. Confiram: http://docverdade.blogspot.com/2011/12/como-surgiram-as-ciclovias-holandesas.html

CINEMA
Convite:
Uranium Film Festival Rio de Janeiro
www.uraniumfilmfestival.org
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uranium_convite-eletronico_port.jpg
uranium_convite-eletronico_port.jpg
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NOTICIA EM DESTAQUE: Inconfidência Mineira
O levante da Inconfidência se deu em razão da cobrança do quinto do ouro , um tributo equivalente a 20% da suposta riqueza produzida no Brasil a favor da Coroa Portuguesa. Hoje, os tributos alcaçam, no Brasi, 38% ao ano, quase metade do PIB, medida da renda produzida no país... Desta arrecadação, que leva muitos incautos a pensarem que O BRASIL É O PAÍS DOS IMPOSTOS,  quase a metade é destinada ao pagamento de juros da dívida pública e outras transferências na forma de subsídios de juros à elite proprietária do pais. Algo em torno de 50 mil famílias...
Pedro Américo - A mais importante das reuniões dos conjurados.jpg
A mais importante das reuniões dos conjurados, por Pedro Américo.

Galeria LIBERTAS QUAE SERA TAMEM

·         http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d2/Bandeira_da_Inconfid%C3%AAncia_Mineira.svg/120px-Bandeira_da_Inconfid%C3%AAncia_Mineira.svg.png
Bandeira dos inconfidentes (1789)

·         http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f4/Bandeira_de_Minas_Gerais.svg/120px-Bandeira_de_Minas_Gerais.svg.png
Bandeira dos inconfidentes (atual Bandeira de Minas Gerais)

Referências

1.     a b MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa - A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808.
3.     A Alçada. Por Kenneth Maxwell. Folha de S. Paulo, 11 de outubro de 2012.
4.     RODRIGUES, André Figueiredo. "Degredados e Reerguidos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, abril de 2011, p. 24.

[editar]Ver também

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikisource
Commons
·         Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, em Salvador, no Estado do Brasil, em 1798.
·         Conjuração dos Pintos, em Goa, no Estado Português da Índia, em 1787.
·         Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
·         Museu da Inconfidência
·         Romanceiro da Inconfidência, conjunto de poemas sobre a Inconfidência Mineira.

[editar]Bibliografia

·         AQUINO, Rubim Santos Leão de; BELLO, Marco Antônio Bueno; DOMINGUES, Gilson Magalhães. Um sonho de liberdade: a conjuração de Minas. São Paulo: Editora Moderna, 1998. 176p. il. ISBN 8516021009
·         CHIAVENATO, Júlio José. As várias faces da Inconfidência Mineira. São Paulo: Contexto, 1989. 88p. il. ISBN 8585134429
·         JARDIM, Márcio. A Inconfidência Mineira: uma síntese factual. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1989. 416p. ISBN 857011141X
·         MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
·         MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira: Brasil-Portugal - 1750-1808. São Paulo: Paz e Terra, 1985. 318p. mapas, tabelas. ISBN 8521903979
·         Tiradentes: a sentença. Rio de Janeiro: ALERJ, 1992. 54p.
·         Tiradentes: os caminhos do ouro. Brasília: Imprensa Nacional, 1992. 26p. il.

COLUNA DO TIMM
COLUNA : O trem de Minas
"Em Minas, o juiz é de fora, os montes são claros, o    horizonte é belo, o  pouso   é alegre,  a flor é viçosa, o repouso é bom,  a cachoeira é dourada,  o córrego é novo, as lagoas são sete, o rio é manso, o mar é de espanha, a espera é feliz, os corações são três, os poços são de caldas, a ponte é nova, as dores são de indaia,  e o ouro é preto ou branco, o..."


(imagem de Amanda Pompeu)
Imagem de Amanda Pompeu
O dia 21 de abril é da Inconfidência Mineira. Mas é Minas que me vem à cabeça.
Minas, dizia Fernando Sabino, é  um estado de espírito. Um espi’ito, como eles dizem, contrito, sábio, que emerge de qualquer conversinha de pé de ouvido na cozinha, o lugar mais importante da casa, ou em voz baixa na saída de igreja, ou mesmo em tom severo na mesa de botequim , ganha os contornos das montanhas e pervaga altaneiro por sobre todas as regiões do Estado: no ferro, no barro, no Triângulo e em Juiz de Fora. Sim, porque esta é uma espécie de cidade-Estado, destacando-se da paisagem  na direção do Rio de Janeiro:
"Em Minas, o juiz é de fora, os montes são claros, o horizonte é belo, o pouso é alegre, a flor é viçosa, o repouso é bom, a cachoeira é dourada, o córrego é novo, as lagoas são sete, o rio é manso, o mar é de espanha, a espera é feliz, os corações são três, os poços são de caldas, a ponte é nova, as dores são de indaia, e o ouro é preto ou branco, o... E o corac~ao das montanhesas pinga mel..."

( Amanda Pompeu e Stenio Ribeiro de Souza)
Um tal estado de espírito que uma frase simples como “Quem transporta,  leva”, ganha “Importância” , como na numa crônica despretensiosa  de Elza Beatriz de Araujo, com este título . Ou a definição inteligente de saudade, de uma anônima prostituta do Bel’ Zonte: “Quem inventou a distância não conhecia a saudade”... Ou na simples conversinha mineira:
- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
-Sei dizer não senhor: Não tomo café, responde o dono da LEITERIA.
-Você é dono do café , não sabe dizer?
-Ninguém tem reclamado dele não senhor.
-Então me dá café com leite, pão e manteiga.
-Café com leite, só se for sem leite...
(Fernando Sabino -Conversinha mineira)
Um espírito sutil, guardado em cristaleiras do tempo antigo ao lado de vidros bem fechados cheios doces de todo o tipo, cujos nomes e receitas Pedro Nava, um dos seus maiores memorialistas, que bem sabia, no gênero, combinar a objetividade dos registros históricos com a  ficção,  imortalizou em “Baú de Ossos”:
E que doces... Os de coco e todas as variedades, como a cocada preta e a cocada branca, a cocada ralada ou em fita, a açucarada no tacho, a seca ao sol. Baba-de-moça, quindim, pudim de coco. Compota de goiaba branca ou vermelha, como orelhas em calda. De pêssego maduro ou verde cujo caroço era como um espadarte no céu-da-boca. De abacaxi, cor de ouro; de figo, cor de musgo; de banana, cor de granada; de laranja, de cidra, de jaca, de ameixa, de marmelo, de manga, de cajá-mirim, jenipapo, turanja. De carambola, derramando estrelas nos pratos. De mamão maduro, de mamão verde - cortado em tiras ou passado na raspa. Tudo isto podia apresentar-se cristalizado - seco por fora, macio por dentro e tendo um núcleo de açúcar quase líquido.
Mais. Abóbora, batata roxa, batata doce em pasta vidrada ou pasta seca. Calda grossa de jamelão, amora, framboesa, araçá, abricó, pequiá, jaboticaba. Canjica de milho-verde tremendo como seio de moça e geléia de mocotó rebolando como bunda de negra. Mocotó batido, em espuma que se solidifica - para comer frio. Pamonha na palha - para comer quente, queimando os dedos. Melado. Tudo isto variando de casa para casa, segundo os segredos de suas donas e as invenções de suas negras - se desdobrando em outros pratos, se multiplicando em novos. Dos aristocráticos, com receitas pedindo logo de saída trinta e seis gemas, aos populares, como o cuscuz (só fubá, só açúcar, só vapor d'água e tempo certo) e como a "plasta" de São João del Rei (só fubá, só rapadura, só amendoim e ponto exato) - que tem esse nome pelo seu aspecto de bosta de boi, do emplastro que forma no tabuleiro quando cai da colher de pau

Milton Nascimento, porém, preferiria dizer: - Minas é  pura emoção, pôxa! E desfiaria em canto andrógeno esta rede de sentimentos, imagens, sons:  

Os Tambores De Minas

http://letras.mus.br/milton-nascimento/1421405/

Milton Nascimento

Era um, era dois, era cem 
Mil tambores e as vozes do além 
Morro velho, senzala, casa cheia 
Repinica, rebate, revolteia 
E trovão no céu é candeia 
Era bumbo, era surdo e era caixa 
Meia-volta e mais volta e meia 
Pocotó, trem de ferro e uma luz 
Procissão, chão de flores e Jesus 
Bate forte até sangrar a mão 
E batendo pelos que se foram 
Ou batendo pelos que voltaram 
Os tambores de Minas soarão 
Seus tambores nunca se calaram 
Era couro batendo e era lata 
Era um sino com a nota exata 
Pé no chão e as cadeiras da mulata 
E o futuro nas mãos do menino 
Batucando por fé e destino 
Bate roupa em riacho a lavadeira 
Ritmando de qualquer maneira 
E por fim o tambor da musculatura 
O tum-tum ancestral do coração 
Quando chega a febre ninguém segura 
Bate forte até sangrar a mão 
Os tambores de Minas soarão 
Seus tambores nunca se calaram 
Os tambores de Minas soarão 
Seus tambores nunca se calaram 
Seus tambores..
Já Guimarães Rosa, pela boca de Riobaldo acrescentaria: É aquele lugar em que , de repente, a alegria acontece, distraída, com o poder de um relâmpago,  numa roda de amigos. Alegria lá é assim mesmo, só entre amigos, nunca na vitrine como mercadoria para turista. E amizade , também não é mercadoria que se compra e se vende. É um tecido  cujo fio foi plantado em roça de gente conhecida, fiado e tecido em teares artesanais fartos  na região, mas invisíveis ao passante , tudo levado à medida certa pro terno de domingo. Pois que amizade  é como ouro em pó, como o próprio segredo da terra, como o silêncio das entrelinhas. Mesmo assim a a alegria é sempre  discreta, regada pela prudência , envolta pelos riscos da delação. Sim, porque tudo em Minas é silêncio que grita. Clamor que sufoca, resquício da Grande Conspiração.
Difícil será entreter esse homem discreto e confiante, tirá-lo dos trilhos ou comprá-lo com meia dúzia de sorrisos e promessas.(...) Coisa terrível isso de um homem que transporta o seu segredo e sabe que se o colocasse em qualquer mão, ela arderia como a carne em brasa.Nada mais compacto e escorregadio que um homem e seu segredo.
(Affonso Romano de Sant’Anna – Um homem e seu segredo, Contos Mineiros, Atica, 1984)
Para mim,   Minas é a Esquina mítica  em que todo o brasileiro se sente em casa. Talvez porque foi lá que o Brasil começou, no século XVIII,  a ser realmente o que o país viria-a-ser. E em o sendo, desceu a Estrada Real, atravessou o Atlântico  e se globalizou precocemente. Deveria ter sido capital do país, porque foi sempre seu norte. Assim o quiseram,desde cedo, os que defenderam a transferência da capital para o interior e por essa tese pugnou Juscelino Kubitscheck na liderança da bancada do seu Estado na Constituinte de 46. O Relatório Lucas Lopes pretendia fincar a Nova Capital no Triângulo sob a tese de que, lá, já havia uma região à espera de uma cidade. Era mais sensato. E original, pois foi em Minas que  começamos a germinar brasilidade com determinação, quando “brasileiro” era ainda denominação pejorativa. Naquela época, poucas cidades do mundo  tinham o esplendor de Ouro Preto, a riqueza de sua arte sacra, a rima de sua lira que ecoaria por quilômetros de serenatas. Isso deu ao mineiro um toque cosmopolita, que jamais se confundiria com o  revestimento mundano do bovarismo. O mineiro vai a passos roucos de bico fino rumo à Máquina do Mundo:
E como eu palmilhasse vagamente uma estrada de Minas, pedregosa, e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos que era pausado e seco; e aves pairassem no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo na escuridão maior, vinda dos montes e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu para quem de a romper já se esquivava e só de o ter pensado se carpia.
( Carlos Drummond de Andrade – A máquina do mundo)
Foi assim com a geração de Drummond , Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino , Pedro Nava, o próprio Guimarães e vários outros , na terceira década do século passado, quando seguiram os rastros de Gustavo Capanema na direção do Rio de Janeiro de Getúlio Vargas. Eles carregavam  consigo os fantasmas das Gerais, que remodelariam a linguagem nacional , seu verso e seu verbo:
Gonésio e Mariazita a meios olhos perante o refulgir por todo o branco. Acontecia o não fato, o não tempo. Silêncio e sua imaginação. Só um e outro, uma em si juntos. O viver em ponto sem parar. Coração-mente. Pensamento. Avançam parados dentro da luz. Com se fosse no dia de todos os pássaros...
 Este viver-em-ponto de que fala Guimarães é a essência de Minas.  Ponto  do doce, ponto de dizer a coisa guardada no peito, ponto  de entrar em cena e dizer, mesmo sem dizer, que quer comprar aquela curraleira; ponto de dizer “nunca mais” à inconveniência.
O silêncio,
                                                   Língua que melhor falo.
((Anderson Braga Horta, poeta – Fragmentos da Paixão)
 Lá, ninguém vive em ilusão, como na Bahia, que celebra a cada dia a cerimônia pânica de sua confusão em acordes de Axé. Nada disso! A menos, claro, que a ilusão seja a própria vivença... O que é possível. Mas só vendo. Mineiro tem que ver para crer. E mesmo vendo, gosta de comprovar pelo testemunho de alguém da sua confiança. Aí é diferente. Diz ele, ainda que desconfiado: “Nesse mundão de Deus, tudo pode acontecer”. Está aí Chica de Silva, para comprová-lo. Bela negra escrava convertida em dama da corte pelo destemor de seu amante.  E houve vários casos de escravos auto-alforriados pelo ouro que escondiam nas carapinhas e que os tornava ricos.  Estas sombras miraculosas e inacreditáveis encarnam na gente e nos acompanham, como o passado, pelo resto da vida. Porque em Minas, o tempo parou no  instante  em que uma ave negra riscou os céus e pousou agourenta num telhado de Ouro Preto marcando a decadência da mineração.  Tudo é memorialismo no qual fatos se  misturam com a ficção:  As velhas cidades com seus casarões escorados, suas sacro-santas igrejas ,  os doze apóstolos atestando a presença de Aleijadinho ,  os passos do Padre Toledo em Tiradentes, a Inconfidência, JK,  a agonia de Tancredo Neves.
Ao regressar ao Rio, sentimos que alguma coisa nos acompanha: alguma coisa feita de ar e imaginação, que não é propriamente um fantasma, mas o espírito de Minas a impregnar-nos de passado e de eternidade.
( Fernando Sabino - Fantasmas de Minas )
Mas se o mineiro finca pé em casa, como os grandes músicos da atual geração, desde Milton Nascimento, passando pelas Bandas Skank, J.Quest, Renegado e também outros,  surpreende pela capacidade de se projetar a partir de si mesmos, livre dos artifícios do Eixo Rio-S.Paulo.  Serão sempre identificados como “mineiros”, diferentemente do  que acontece em outras regiões do Brasil, nas quais artistas e intelectuais são obrigados a migrar  para o centro do país em busca da realização profissional, dissolvendo-se neste processo.   Quando exitosos, tantos foram anos  fora das raízes que já pouco se identificam com suas origens.  Gonzagão é uma exceção. Foi para o Sul e voltou mais nordestino do que quando saiu.  Incorporou o baião sincopado na  farta musicalidade nacional. Mesmo assim, fixou-se no eixo Rio-S.Paulo, como fizeram Fafá de Belém, os Novos Baianos durante décadas e tantos outros.  Quem diria, por exemplo, que  Elis Regina era gaúcha...? Duvido que sua filha saiba o que significa “Alto da Bronze”, onde a  Pimentinha – et pour cause! -  nasceu e morava, em Porto Alegre, ao  lado da minha casa, título de uma de suas primeiras músicas.
Minas, enfim, é sempre grandeza, mas uma grandeza misteriosa,  escondida entre sacristias  e desvãos de montanhas vastas. Donos de Bancos lá, dizia-se,  guardavam dinheiro debaixo do colchão.   Coisa  difícil de compreender para quem nunca a visitou...Aliás, Você já foi à Minas? Então vá...!
---x--
BOLETINS INFORMATIVOS
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A elevação da taxa Selic é absolutamente inócua, a não ser que a dose altista na taxa básica de juros fosse de tal ordem que viesse a produzir uma brutal desaceleração econômica, de modo a deprimir o nível de consumo interno para um plano recessivo. Mas, é evidente que isto não interessa ao governo atual, que desde 2011 busca desesperadamente reativar o crescimento econômico, sem nenhum tipo de sucesso. Leia mais...
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O Correio entrevistou o jornalista Samuel Possebom, estudioso das comunicações e editor da revista Teletime. Para ele, os novos investimentos em vista não necessariamente configuram uma nova rodada de privatizações do setor, cujas concessões de prestação de serviço de telefonia fixa e móvel, além de internet, vencem em 2025. Lamenta ainda o fato de o Brasil não se constituir hoje um ‘player’ global de relevância, uma vez que todas as grandes empresas estão sob controle estrangeiro. Quanto à internet, Possebom ressalta que o governo não tem a universalização da banda larga como meta, deixando ao mercado a missão menor de apenas massificá-la.
 
POLÍTICA 
Comunismo Troncho - Gilvan Rocha
http://www.correiocidadania.com.br/images/stories/pequenas/xft_aldorebelo.jpg.pagespeed.ic.IceceTWPJH.jpg
Não vimos, em nenhum momento, Aldo Rebelo referir-se às classes e camadas sociais que compõem esse país chamado Brasil. Fica claro que para tal dirigente, “comunista”, existe apenas uma categoria política: país. Leia mais...
 CULTURA 
Li, entre tantos textos divulgados essa semana, a frase: "Os índios não são assim tão bonzinhos". E é a mais pura verdade. Não são e nem têm porque ser. Leia mais...
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Pragmatismo Político 


Posted: 20 Apr 2013 04:40 PM PDT

Pequenas domésticas, a violação invisível. Mais de 250 mil crianças e adolescentes realizam trabalhos domésticos no país. Situação “aceita” pela sociedade e de difícil fiscalização. Quase 94% desse total são meninas

Por Igor Ojeda, Repórter Brasil
Todos os dias, quando Cristina* acordava, o mundo ainda estava escuro. Era rotina: inclusive aos sábados e domingos, a garota de 12 anos levantava às quatro e meia da madrugada. Não dava tempo de ficar rolando na cama. Tinha de se aprontar logo e ir ao restaurante da tia ajudar com a arrumação. Só três horas depois, por volta das sete e meia da manhã, é que tomava banho para ir à escola.
Na hora do almoço, voltava ao restaurante, onde ficava até as quatro e meia da tarde limpando, ajudando no caixa, fazendo entrega. Mas seu expediente não terminava aí. Retornava à casa da tia e levava mais duas horas limpando, lavando, passando. Depois, jantava, fazia a lição de casa e ia para a cama. No dia seguinte, às quatro e meia, o despertador tocava…
doméstica trabalho brasil infantil
Cristina, que aos 12 anos começou a trabalhar de doméstica. (Foto: divulgação/Cendhec)
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em setembro de 2011 haviam pouco mais de 250 mil crianças e adolescentes exercendo trabalhos domésticos por todo o Brasil: 67 mil na faixa 10 a 14 anos, 190 mil na faixa de 15 a 17 anos. Apesar de as trabalhadoras desse setor terem alcançado uma vitória histórica recentemente, com a entrada em vigor, no dia 3, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garante os mesmos direitos trabalhistas de outros segmentos, o trabalho infantil doméstico ainda carece de visibilidade: especialistas destacam que esse é um problema que, apesar de grave, permanece oculto.
O trabalho infantil doméstico é uma das atividades incluídas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP) criada pelo decreto 6.481, assinado em junho de 2008 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e baseado na Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Constam da relação 89 atividades, com suas descrições e consequências para a saúde de crianças e adolescentes que as desempenham. “Por ter sido incluído na Lista TIP, o trabalho doméstico não pode ser exercido por pessoas que não completaram 18 anos”, explica Isa Oliveira, secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).
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… com o mundo igual de escuro, Cristina acordava, e o martírio se repetia. Alguns meses antes, a pequena pernambucana morava com a mãe, o padrasto e a irmã de dois anos no bairro da Mangueira, no Recife – tinha mais quatro irmãos por parte de pai. Apenas estudava. A mãe, uma moça de seus trinta anos, era doméstica e sustentava as duas filhas com a ajuda do marido, que fazia coleta de sangue numa clínica na cidade.
Foi então que começou a ter problemas de coluna, o que a impediu de continuar trabalhando. Os gastos foram ficando cada vez mais apertados quando veio a “solução”: a irmã do pai de Cristina estava precisando de alguém para ajudá-la em casa e no restaurante. Mandou a filha com mala e tudo para o novo lar, não muito longe dali, também na Mangueira…
Isa Oliveira cita os dados do Censo 2010 para ilustrar a gravidade da situação. Em todo o Brasil, das estimadas 3,4 milhões de crianças e adolescentes trabalhando, 7,5% realizam serviços domésticos. A região Centro-Oeste é a de pior incidência em números proporcionais (9%), seguida das regiões Norte (8,5%), Nordeste (8%), Sudeste (7%) e Sul (6%). Ela chama a atenção, no entanto, para a evidente subnotificação de casos.
“Esses dados não expressam toda a dimensão do problema porque o Censo não coleta informações sobre os afazeres domésticos, ou seja, o trabalho infantil doméstico nas próprias casas das crianças. Há uma dificuldade em relação a esse registro, porque na maioria das vezes não é identificado como trabalho, e sim como ajuda. Como as pesquisas são por autodeclaração, muitas vezes o adulto informa que as crianças não trabalham, porque o conceito de trabalho está ligado à remuneração. Porém, no caso de trabalho infantil doméstico, isso não é determinante, não há essa relação direta”, esclarece a secretária-executiva do FNPETI.

Rotina

… Cristina ia caminhando da casa da tia até o restaurante, no Jardim São Paulo, e do restaurante para a casa da tia. Andava também até a escola. Aos sábados, como não precisava estudar, trabalhava o dia todo, até as nove e meia da noite. Aos domingos, cumpria expediente até o meio-dia. Eram poucas as horas livres. Aproveitava para visitar a mãe, mas no mesmo dia à noite tinha de voltar. Afinal, na segunda-feira, às quatro e meia da madrugada… era hora de pegar no batente.
Por todo esse serviço, a menina recebia R$ 20 mensais. Não reclamava. A mãe tampouco, pois pensava que a irmã do pai de sua filha comprava tudo que ela precisava, como roupas novas. Cristina dava metade do que recebia à mãe, e ficava com a outra metade. Quando precisava de mais dinheiro, pedia ao pai. Para completar, a tia e o marido a tratavam mal diariamente. “Me xingavam de vagabunda porque eu não fazia o trabalho direito. Diziam que como estavam pagando, era para eu fazer direito”, conta. A pequena não aguentava mais…
De acordo com a Pnad 2011, do total das crianças e adolescentes no trabalho infantil doméstico no Brasil, 93,8% são meninas. Chama a atenção também o fato de a grande maioria destas serem negras. Tal perfil, no entanto, não surpreende se levadas em conta as características do trabalho doméstico no país, independentemente da idade de quem o exerce. Na realidade, especialistas apontam que grande parte das domésticas adultas começou a trabalhar antes dos 18 anos. Paulo Lago, do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), de Recife, explica que a desigualdade social e a miséria são as primeiras causas dessa situação. “A mãe prefere entregar a filha para trabalhar numa casa de família a vê-la morrer de fome.”
Isa Oliveira destaca que tais motivações estão ligadas a outros fatores, como o pouco acesso das crianças à educação de qualidade, principalmente nos pequenos municípios da área rural, e, também, a baixa escolarização dos integrantes adultos das famílias, que não percebem a educação dos filhos como direito e oportunidade. Além disso, há uma forte naturalização do trabalho infantil doméstico no país. “Existe uma espécie de camuflagem da exploração nesses casos. No Nordeste e no Norte, é muito comum crianças serem levadas do interior para casas de famílias nas capitais. A exploração do trabalho fica oculta sob o manto da proteção: ‘a menina veio estudar, tem casa, comida’ etc. É difícil até que a própria família e as crianças compreendam a situação de exploração”, diz Isa.

Violência

… um dia, o marido da tia, um policial, levantou a sandália para Cristina. Mas ela tinha perdido o medo. “Ele ia me bater, mas comecei a xingá-lo, dei um chute nele e fui embora”, lembra. Foi para a casa do avô. A menina continuou indo ao restaurante, mas uma semana depois não apareceu mais. A irmã do seu pai, furiosa, jogou todas suas roupas na rua. Não importava: depois de quase um ano, Cristina estava livre.
Ou quase. No novo lar, continuou a fazer os serviços de casa, para ajudar a esposa do avô. Mas lá a situação era melhor. Era tratada muito bem e recebia R$ 100 por semana. Acordava mais tarde e ia direto para a escola. Mesmo assim, quando voltava na hora do almoço, trabalhava bastante, pois não era “dispensada” antes de lavar a louça do jantar…
Durante o Seminário Internacional Infância e Comunicação, realizado entre 6 e 8 de março deste ano em Brasília (DF), Wanderlino Nogueira Neto, representante brasileiro do Comitê dos Direitos da Criança da ONU, afirmou que em relação ao Nordeste é possível falar até em escravidão nos casos de trabalho doméstico infantil, por causa das condições absurdas a que as crianças são submetidas.
“No Nordeste, infelizmente ainda é comum escravidão no trabalho doméstico, inclusive com castigos físicos”, disse ele, que foi procurador-geral de Justiça da Bahia. “A situação afeta até mesmo familiares. Estamos falando de escravidão mesmo e entre as vítimas estão crianças, incluindo irmãos e irmãs mais novas. É uma situação em que espancamentos são comuns.”
Doméstica Negra Nordeste
Creuza Maria de Oliveira, presidenta da Fenatrad (Foto: Valter Campanato/ABr)
A presidenta da Federação Nacional das Empregadas Domésticas (Fenatrad), a baiana Creuza Maria de Oliveira, sabe bem disso, já que sentiu na pele tais violações desde que começou a trabalhar como doméstica, quando tinha apenas dez anos. “Eu fui vítima de espancamento, de assédio moral, abuso sexual, ato libidinoso… a gente sabe que isso acontece, que no Nordeste as crianças e adolescentes domésticas comem o resto da comida da casa, para não jogar no lixo.” Creuza frisa que as consequências do trabalho infantil doméstico são gravíssimas. A começar pela saúde de quem tem menos de 18 anos, que realizam um tipo de trabalho incompatível com o que seus corpos ainda em desenvolvimento suportam e lidam diariamente com produtos químicos utilizados na limpeza das casas. “Além disso, há o abuso sexual e o assédio moral. A autoestima das meninas fica destruída. Elas crescem com complexo de inferioridade”, alerta. Isa Oliveira, do FNPETI, lembra que a fadiga causada pelo trabalho e jornada exaustivos comprometem não apenas a frequência escolar como também o desenvolvimento cognitivo das crianças.

Educação e saúde

… quando estava na casa da tia, Cristina sempre chegava com sono à escola. Invariavelmente perdia as duas primeiras aulas. No fim do ano, ficou de recuperação em três matérias. Mesmo que tenha trabalhado como doméstica por um período curto se comparado com a média, sua saúde não foi poupada. Por trabalhar muito em pé, seja na residência da irmã do pai ou no restaurante, hoje ela sente fortes dores no joelho. “Cheguei a ir ao médico e ele disse que eu preciso operar.”
Cerca de dois meses depois de ir para a casa do avô, uma vizinha entregou a sua mãe um folheto do projeto “Do trabalho infantil à participação”, do Cendhec, que reúne crianças e adolescentes entre 13 e 16 anos, moradores de comunidades de baixa renda do Recife e com histórico de trabalho infantil, para um processo de formação cujo objetivo é inseri-los nos espaços de formulação de políticas públicas relacionadas aos direitos de meninos e meninas. Cristina preencheu o formulário, fez a inscrição e foi selecionada. Voltou para a casa da mãe e parou de trabalhar…
Paulo Lago, do Cendhec, ressalta um aspecto delicado do problema do trabalho infantil doméstico: muitas vezes, é a própria mãe que põe a filha mais velha para tomar conta dos filhos mais novos enquanto sai para trabalhar – isso quando não chamam afilhadas ou filhas de vizinhos. Por isso, ele defende que é papel do Estado não somente tirar as crianças das situações de trabalho infantil, mas também atuar pelo fortalecimento das famílias de baixa renda, como sua inserção em programas sociais e a construção de creches, para que os pais tenham onde deixar os filhos durante o dia. Creuza, da Fenatrad, destaca que, além das creches, é preciso pensar em escolas de tempo integral, onde crianças e adolescentes possam, além de estudar, realizar outras atividades, como esportes e cursos de línguas.
Outro grande obstáculo à luta contra o trabalho infantil doméstico, além da precariedade de políticas públicas preventivas, é a extrema dificuldade de fiscalização das situações de vulnerabilidade. “Esse tipo de violação acontece no interior do lar, que é inviolável segundo a Constituição. Por isso é importante que órgãos como Conselhos Tutelares, Ministério Público do Trabalho denunciem esses casos e busquem alternativas e maior divulgação do problema”, diz Isa Oliveira, do FNPETI, cuja campanha contra o trabalho infantil de junho deste ano terá como mote justamente o trabalho doméstico infantil.

Direitos

… No projeto do Cendhec desde junho do ano passado, para onde vai todas as quartas-feiras, Cristina aprendeu, na teoria, as consequências do trabalho infantil. Participou de formações, por exemplo, sobre direitos de crianças e adolescentes, atuação dos Conselhos Tutelares e violência doméstica e sexual. Também esteve em oficinas sobre comunicação, para poder exercitar uma visão críticas sobre os meios de informação.
Aos 14 anos, a menina vê sua vida melhorar. A mãe, após um tratamento bem-sucedido, parou de sentir dores na coluna e voltou a trabalhar – faz serviços gerais em uma creche. Cristina não precisa mais ajudá-la. Hoje, a única obrigação é ir à escola.
* nome alterado para preservar a identidade da entrevistada
Imagem de abertura: Reprodução/Campanha FNPETI contra trabalho infantil doméstico


Aepet Direto  24 de Abril de 2013 
       
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Destaque
CONVÊNIO INSS/PETROS
Na última semana a direção da Petros fechou um novo convênio com o INSS, em uma espécie de substituição ao convênio de 40 anos entre Petrobrás e INSS, cancelado no último dia 31 de janeiro de 2013. O fim do convênio entre a petroleira e o INSS gerou um caos total para a categoria e a criação do novo convênio entre Petros e INSS não soluciona totalmente o problema. No momento só resolve os problemas de aposentados e pensionistas, e em parte, porque ainda se procura uma solução para a questão de pagamento dos salários, da parte do INSS, do aposentado e pensionista, que foram depositados em duplicidade um pela Petrobrás e outro pelo INSS.(Agência Petroleira de Notícias/Redação)
Notícias
NA PETROS É 12 E 24
Foi realizado o sorteio dos números das chapas aos Conselhos Deliberativo e Fiscal da PETROS. Os candidatos Silvio Sinedino (titular) e Agnelson Camilo (suplente) formam a CHAPA 12 ao Conselho Deliberativo da PETROS. Ronaldo Tedesco (titular) e Marcos André (suplente) formam a CHAPA 24 ao Conselho Fiscal. Ambas as chapas são apoiadas pela AEPET, Fenaspe e FNP sendo indicadas ao voto de todos os participantes e assistidos da PETROS pelo CDPP – Comitê em Defesa dos Participantes da PETROS. As eleições aos Conselhos do fundo de pensão serão realizadas entre os dias 17 e 31 de maio. Em breve, o jornal de Campanha estará sendo distribuído com um balanço dos mandatos dos atuais conselheiros Agnelson Camilo, Ronaldo Tedesco e Silvio Sinedino. Participe! Na PETROS, não vacile, vote 12 e 24!(Redação da AEPET)
PETROBRÁS DESENVOLVE SIMULADORES
A Petrobras e o SENAI/FIRJAN assinaram convênio para o desenvolvimento de simuladores e ambientes virtuais. Serão produzidos 14 novos simuladores de operações a serem utilizados para capacitação de profissionais da indústria de óleo e gás nos próximos cinco anos. O investimento de R$ 83,6 milhões é proveniente da aplicação de recursos associados aos investimentos obrigatórios em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e em treinamento num montante de 1% do faturamento dos campos que pagam participação especial. Este investimento viabilizará um treinamento altamente qualificado para profissionais do setor, focado tanto no aumento da eficiência quanto na segurança operacional.(Agência Petrobrás de Notícias/Redaç&ati lde;o)
Petróleo e Política
ONU PREMIA INDÍGENA BRASILEIRO  
O índio rondoniano Almir Narayamoga foi condecorado com o prêmio “Heróis da Floresta” durante o Fórum das Nações Unidas sobre Florestas na última quarta-feira (10). O líder do povo Paiter-Surui desenvolveu um projeto de preservação da Amazônia através  de uma parceria com o Banco Mundial e o Google. No Fórum, que está acontecendo em Istambul, na Turquia, o indígena explicou que seu povo foi reduzido de 5 mil para 292 pessoas desde que iniciou o contato com não indígenas, em 1968. Quando se tornou líder da tribo, aos 17 anos, ele começou a pensar soluções não só para melhorar a estrutura de vida de seu povo,  mas também para tentar acabar com o desmatamento na área.(ONU-BR/Redação)
BANDA LARGA É UM DIREITO  SEU  
A campanha “Banda Larga é um direito seu” lançou no dia 20 de março (quarta) uma nota criticando a proposta estudada pelo Governo Dilma de trocar bens da União concedidos a empresas de telecomunicação por metas de investimento que ampliem o patrimônio privado desses grupos. Os chamados “bens reversíveis” tem prazo previsto para retornarem ao controle direto do Estado em 2025. Todavia, a sociedade civil desconfia que os sucessivos governos têm sido negligentes na fiscalização do setor e não feito levantamentos com informações precisas sobre o setor. A sociedade civil já solicitou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) um documento que apresente esses bens.(Observatório do Direito à Comunicação/Redação )
COTAÇÃO DO PETRÓLEO

O barril Tipo Brent estava em US$ 99,36 em Londres nesta 6ª feira(19/04). Por seu lado o óleo leve negociado em Nova Iorque foi para US$ 88,18 o barril. (Infomoney)
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