quarta-feira, 27 de março de 2013

EDUCAÇÃO - Sayonara(QUARAÍ-RS) - Os Contos De Fadas: Mediando A Formação A Personalidade Infantil”




Os Contos De Fadas: Mediando A Formação A Personalidade Infantil”


"Nas mãos do mestre-escola está o destino da humanidade"
Victor Hugo (1802-1885)

OS CONTOS DE FADAS:  Mediando a formação a personalidade infantil"RESUMO:

 A presente pesquisa bibliográfica tem como objetivo abordar a importância dos contos de fadas na vida da criança; na formação de sua personalidade, principalmente no primeiro ciclo de sua infância; enfocar um trabalho em que  a criança desenvolva o hábito e o prazer da leitura; principalmente dos "Clássicos Contos de Fadas"; tanto em casa quanto na escola, espera-se que o desenvolvimento deste trabalho venha ser de forma geral  tanto nas leituras auditivas, quanto nas visuais e escritas. A proposta é incentivar o educador, fazer dos contos de fadas o ponto de referência de sua didática, utilizando sempre suas aulas com um conto ou mais; de forma que envolva o aluno sem que o aluno tenha que fazer alguma atividade em torno deste, deixar que a criança por si só levante os pontos de vistas dela por prazer e não por imposição, e assim seja este professor o mediador da formação da personalidade de seus alunos.  Embora  acredita-se que o caráter e a personalidade não se originam e nem   se desenvolvem como coisas em si mesmas( Vigotsky, 1999); e estes têm suas raízes nas mais simples aquisições, que crescem como produto do contato com os contos de fadas... Elas são consolidações remanescentes dos componentes existentes na literatura infantil, tais como os ideais e afetivos em grandes tendências dos comportamentos relacionados a situações sociais.
 
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Abstract:
  This literature search aims to address the importance of fairy tales in the life of the child; in the formation of his personality, particularly in the first round of his childhood; focus a work in which the child develop the habit and pleasure of reading, mainly from "Contos of Classic Tale", both at home and in school, it is expected that the development of this work will be in general in both readings hearing, as in visual and written.  The proposal is to encourage the teacher to make the fairy tales of reference point of his teaching, always using their lessons with a story or more; way of involving the student without the student has to do any activity on this, let that the child alone lift the points of view it for pleasure and not by imposition, and so this is the mediator of teacher training of the personality of their students.  Although it is believed that the character and personality does not originate and not develop as things in themselves (Vigotsky, 1999), and they have their roots in the most simple acquisitions, growing as a product of contact with the fairy tales. They are outstanding consolidations components of the existing literature on children, such as the ideals and trends in major affective behaviour related to social situations.



  Palavras-chave:
 1-Leitura -2 Narração de Contos de Fadas - 3  Interação da criança com a literatura -4 Envolvimento e interesse infantil -5 Dramatização do conto - 6 Participação da criança na dramatização

INTRODUÇÃO:

Em meio destes tempos modernos em que leitura tecnológica toma conta do cotidiano da maioria das crianças , jovens e adolescentes através deste trabalho  pretende-se abordar um pouco sobre os contos de fadas, sobre o  retrocesso  da literatura infantil e o rapto do imaginário pela vilã tecnologia.  Segundo Bettelhein, 1990, pág.18, ": A fantasia ajuda formar personalidades".

O que se pretende investigar dentro desta pesquisa é como e até onde este tipo de leitura pode beneficiar na formação da personalidade das crianças e hoje mais que no passado,  é de suma importância  que tanto em casa quanto na escola devemos atentar para os seus ensinamentos, que são belíssimas histórias de vida essencial para o crescimento e amadurecimento da criança incentivar que a criança sinta vontade de ouvir ou ler algum conto de sua escolha,  de forma natural.; observar quais os parâmetros são usados como função social e formador da personalidade no conto de fada e como este pode ser inserido  na escola sem assim desassociar a criança do maravilhoso com o real."O ideal seria o professor considerar-se como fio condutor, como mestre barqueiro que conduzirá os alunos através do mar de histórias "(CHALITA, 2002 ). Entretanto, acredita-se que  a verdadeira função do conto de fada na literatura infantil é sensibilizar, resgatar a imaginação perdida da criança, sendo formador da personalidade o objetivo é que o conto esteja envolvendo-as no maravilhoso, deixando fluir a fantasia, a magia e o belo, num momento de leitura natural e prazeroso.

 "Enquanto diverte a criança, o conto esclarece sobre si mesma",favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significados em tantos  níveis diferentes e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança".(BETTELHEIM, pág. 20, 2005)

A literatura, em suas variantes formas por si só é capaz de transmitir e despertar emoções não só nas crianças, mas também em adultos, porque entre um conto e outro este nos passa sempre algum valor a ser seguido de forma sutil, tais como: amor, bondade solidariedade, esperança, amizade, promovendo assim uma maior aproximação entre pais e filhos etc. 

Acredita-se em sua versão literária, os contos de fadas agem com  sutileza, como uma leitura recreativa e ao mesmo tempo formadora de seres mais humanizados; pois se acredita que  os contos de fadas são uma referência em qualquer época, porque desperta a principal emoção humana, ou seja, a  fantasia ajuda a formar a personalidade e por isto não pode faltar na vida da criança.

"Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias ...Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo.."' (ABRAMOVICH, pág. 17, 1994).

 Sendo assim, o conto, se lido ou ouvido de maneira agradável, ao mesmo tempo em que distrai o leitor, tende abordar as qualidades e os defeitos humanos, isto em clima de "Era uma vez...", sem tirar a magia de sonhar.  Segundo a história em torno dos contos de fadas,  por muito tempo acreditou-se na função social dos contos de fadas na literatura,  principalmente no período em que   começaram a ver a criança como criança e não adultos em miniatura, pois esta era direcionada às crianças com o intuito de modificar o comportamento, reforçando modelos e valores sociais que eram apresentados a eles como condutas a serem seguidas, onde o certo devia ser copiado e o errado evitado. Apropriaremos de  autores como Bruno Bettelhein, Piaget e Vigotsky para que melhor entendamos a importância dos contos de fadas, em suas variantes formas de  auxílio  na formação da criança.

 "Os contos de fadas" podem servir de mediadores na formação de valores nas crianças, conservando neles, até a fase adulta, o sonho de manter acesa a chama vibrante, intensa e colorida da infância. Pretende-se apontar caminhos, fazendo dos contos de fadas um elo permanente entre a razão e a emoção, como educar as crianças numa era  em que a tecnologia tomou conta do mundo, numa globalização onde o individualismo e a aparência teimam em ditar regras e é mais valiosa que a essência. É na infância que nós e professores devemos transmitir esses valores a criança  para que elas cresçam saudáveis, conscientes e com respeito a si mesmas e com os outros, usando os contos como mediadores, pois assim de maneira agradável sem impor o que esta criança deve ser ou fazer, estaremos através dos contos de fadas transmitindo-lhes esses valores éticos e emocionais que irão transformá-los num adulto seguro de suas opiniões e atitudes. Trata-se do nosso currículo, da bagagem que uma criança traz à escola, só detectável pela sensibilidade do professor que não considerar seu aluno como um vaso oco a ser preenchido por conhecimentos pré-determinados pelos "currículos oficiais".(Heloísa. Pietro, p. 22)

Considerado no seu sentido literal, o termo refere-se somente a histórias fantásticas sobre fadas, seres de tamanho muito reduzido que habitavam o reino da fantasia e que fizeram parte integrante das crenças populares da Antiguidade greco-latina e da cultura medieval européia. São seres imaginários, míticos, representados geralmente por mulheres dotadas de poderes sobrenaturais usados para o Bem (Fadas Madrinhas) ou para o Mal (Bruxas). Os contos de fadas exercem uma influência muito benéfica na formação da personalidade porque, através da assimilação dos conteúdos da estória, as crianças aprendem que é possível vencer obstáculos e saírem-se vitoriosas (o herói sempre vence no final). Isso ocorre porque, durante o desenrolar da trama, a criança se identifica com as personagens e "vive" o drama que ali é apresentado de uma forma geralmente simples, porém impactante. Conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a inevitabilidade da morte, o envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. são tratados nos contos de fadas de modo a oferecer desfechos otimistas. Desta forma, oferece à criança uma referência para elaborar os terríveis elementos ansiógenos que habitam seu imaginário, como seus medos, desejos, amores e ódios etc., que na sua imatura perspectiva concreta apresentam-se amedrontadores e insolúveis. Esse aprendizado é captado pela criança de uma forma intuitiva (por estarem os elementos sempre carregados de simbolismo) tornando-se muito mais abrangente do que seria possível se fosse feito pela compreensão meramente intelectual . Acredita-se que o efeito integrador que os contos de fadas têm sobre a personalidade seja o fator responsável pelo fato de terem resistido à passagem do tempo e terem se universalizado.

 Diante de várias pesquisas  dentre estas, livros, teses, monografias e artigos  consultadas na Base de Dédalos, acredita-se que  sem os contos de fadas, a passagem da infância até a maturidade estará condenada a ocupar um palco sombrio e triste, ocupado por seres mecanizados e frios, desprovidos de valores, como o amor, a solidariedade, coragem, humildade, fé, amizade; sem ter sentido o prazer apaixonante de viajar pelo mundo da imaginação, de viver a fantasia de ser o herói ou a heroína da história e descobrir a delícia de ser criança com sonhos e penetrá-los trazendo-os para sua realidade.

Cada vez mais surgem evidências de que os sistemas de crenças produzem efeito decisivo sobre o funcionamento do ser humano, tanto psíquico quanto fisiológico, de modo que crenças que nos infundem esperança de vitória são de grande ajuda na superação de dificuldades, mesmo na vida adulta. 

Alguns autores vão mais além ao afirmar que, se por qualquer razão, uma criança for incapaz de imaginar seu futuro de modo otimista, ocorrerá uma parada no seu desenvolvimento geral. E trazer mensagens da vitória do bem sobre o mal é o que os contos de fadas fazem com maestria. Evocam sempre uma verdade atemporal. A criança, internamente, fará a transposição para a sua realidade atual. E em função de suas necessidades psíquicas momentâneas, vãs  reelaborando seus conteúdos internos através da repetição da estória. É por isso que tão comumente vemos as crianças pedirem a seus pais que repitam a mesma estória inúmeras vezes (ou desejam ver o mesmo filme repetidamente), que a contem novamente sem nenhuma modificação: trata-se da referência que ela está usando para compreender-se, para elaborar suas angústias ainda não resolvidas. 

Além disso, a repetição lhe dá uma confirmação do conteúdo que ela está processando e precisará dessa confirmação até que o conflito interno esteja solucionado. Só então deixará de solicitar aquela estória.

Diante disto crê-se que quando se lê ou ouve histórias, como por exemplo, ‘' As mil e uma noites'', notamos ali a rica sabedoria de Sherazade, pois ela era uma moça que lia muito e tinha a habilidade de contar histórias, e com esta arte conseguiu convencer seu pai a deixá-la casar-se com o príncipe, e desta forma, conseguiu livrar as donzelas do reino e a si mesma da morte; pois se casando com um príncipe muito triste e de coração duro, as vésperas da morte, a jovem donzela durante várias noites contava histórias ao príncipe aguçando-lhe a curiosidade de saber como esta terminava. Porém Sherazade com habilidade, todas as noites contava-lhe uma história deixando o final sempre para a noite seguinte; assim livrou-se da morte e ainda conquistou o amor do seu algoz. Neste conto destaca-se a sabedoria, a sedução de voz; o quanto lhe serviu todo o prazer de ler e sua arte de contar histórias. De acordo com Gabriel Chalita, 2003, p.10 "Sem o passaporte mágico, dessas narrativas, é difícil conceber viagens, aventuras, temores, medos e receios imaginários fundamentais ao nosso desenvolvimento intelectual e emocional.'' Os contos de fadas datam do século III D.C, e segundo vários pesquisadores estes são originários do oriente médio e do ocidente mais preciso da China, e nos primórdios seus contextos eram bizarros, com o passar dos séculos começaram a ser adaptados por europeus para  distração dos nobres das cortes de Versalles, e neste contexto histórico não havia uma preocupação com a formação da criança, pois esta era vista como um "adulto em miniatura" (Rousseau, 1816). Segundo o historiador Phillipe Aryés as crianças participavam desde as responsabilidades familiares, até a sessões de julgamentos da corte, orgias, enquanto o pai se divertia[1]. Neste período era comum o pai iniciar a filha no ato sexual, situação comum para  a época, segundo o contexto histórico, relatados em livros de pesquisadores, como Áries, Kuhlmann, Kishimoto, Palácios e outros.. A célula máter da Literatura Infantil, hoje conhecida como "clássica", encontra-se na Novelística Popular Medieval que tem suas origens na Índia. Descobriu-se que desde essa época a palavra impôs-se ao homem como algo mágico, como um poder misterioso, que tanto poderia proteger, como ameaçar, construir ou destruir. São, também, de caráter mágico ou fantasioso, as narrativas conhecidas, hoje, como literatura primordial. Nela foi descoberto o fundo fabuloso das narrativas orientais, que se forjaram durante séculos antes de Cristo, e se difundiram por todo o mundo, através da tradição oral.  A Literatura Infantil apareceu durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam repercussões no âmbito artístico, que persistem até os dias atuais. O aparecimento da Literatura Infantil tem características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo "status" concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola. Sua emergência deveu-se, antes de tudo, à sua associação com a Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas para se converterem em instrumento dela.  

Por volta do século XV e XVI, escritores como Hans Christian Andersen, os irmãos Jacob e Willmen Grimm entre outros também relativamente importantes, voltaram olhares para esta situação que começavam a reescrever os conto e fábulas, porém neste momento estes tinham conteúdos voltados para transmitir valores às crianças e jovens do que era certo ou errado o que podia ou não fazer. A partir daí nasce a Literatura Infantil, em um contexto histórico social definido, pois há uma ascensão da burguesia e então o papel e a posição da criança na família mudou e este novo padrão familiar centrou-se mais na criança, aproximando mais a criança da mãe, ou seja, a criança passou a ser merecedora de atenção especial e esta deixou de ser vista como um adulto em miniatura e convergiam-se a elas as preocupações como, saúde, educação e religiosidade.  (LAJOLO E ZILBERMAN 2003).

O fantástico implica, pois, não só a existência de um acontecimento estranho, que provoca uma hesitação no leitor e no herói, mas também um certo modo de ler, que se pode definir negativamente: ele não deve ser nem poético nem alegórico. Numa perspectiva crítico-reflexiva, foram pesquisados diferentes autores para avaliar a influência do sobrenatural no imaginário infantil. O imaginário é sempre, em certa medida, imitação do passado, mas é uma imitação deformada pelo próprio mecanismo de projeção, que mais não pode fazer a não ser transformar os preceitos, as estruturas adquiridas pelas aprendizagens adaptativas, suprimindo-lhes outros preceitos e outras estruturas, condicionando-os a tornarem-se, sem apelo nem agravo, diferentes daquilo que são.   

Entende-se, assim, que a tradição deve ser mantida através dos mitos e das lendas, pois o que se deseja, realmente, é manter-se o passado dentro do futuro. A sociedade tem, como objetivo, o futuro, entretanto, ela se mantém sob as regras do passado.  A literatura infantil tem uma característica especial, porque os contos estão destinados a emocionar e agradar o pequeno leitor, despertando nele vários tipos de sentimento dentro de seu âmbito de interesses, o conto de fadas, na literatura infantil, abre espaço para o raciocínio lógico, para o questionamento e a reflexão envolvendo o aguçar de sua inteligência, de sua sensibilidade artística e o sonho com o real, numa forma envolvente, aonde a criança irá se adequando no convívio social, escolar e familiar, este gênero de literatura, ou seja, os contos de fadas dão a oportunidade à criança de encontrar significado para a vida sem perder a sua essência que é proporcionar prazer: "os contos clássicos não impedem o raciocínio lógico, porque não embotam a inteligência da criança" [grifo nosso],(Clarice Fortkamp). O conto se lido ou ouvido de maneira agradável, ao mesmo tempo em que distrai o leitor, tende abordar as qualidades e os defeitos humanos, isto em clima de "Era uma vez"..., Sem tirar a magia de sonhar. Os contos de fadas agem com sutileza, como uma leitura recreativa e ao mesmo tempo formadora de seres mais humanizados; pois se acredita que os contos de fadas são uma referência em qualquer época, porque desperta a principal emoção humana, ou seja, a fantasia ajuda a formar a personalidade e por isto não pode faltar na vida da criança. "Pode-se dizer que os contos de fadas, na versão literária, atualizam ou reinterpretam em suas variantes questões universais, como conflitos do poder e a formação dos valores misturando realidade com fantasia" (MADÂNELO 2001), embora a criança saiba que o que está lendo não é verdadeiro, a magia dos contos envolvem-nas, contagiando e assim levando-as a acreditar no maravilhoso conto de fadas, na fantasia e nos sonhos ali depositados.  A Literatura para crianças deve obedecer às diferentes fases de seu desenvolvimento, e para isso deve ser rica de colorido, de otimismo, natureza, dignidade, de amor e de beleza, porém deve ser dosado de acordo com a idade que ela tiver, pois o conto em sua trajetória não visa a aquisição de conhecimento imediata."É neste momento poético que devemos surpreender na infância para preservar, tanto quanto possível, a grandeza, coisas belas e eternas que a pureza da criança captar em sua essência".(Bárbara Carvalho, 1999, pág. 147).

METODOLOGIA:

Pretende-se trabalhar os contos de fadas levando-os às comunidades carentes, escolas e centros de atendimento à criança e adolescente, tais como creches , abrigos e escolas.   Transmitir os contos  de maneira que a criança ou até mesmo o adolescente não se entedie e  tenha um novo olhar e aprenda a ter uma leitura prazerosa, proporcionar a interação deles no conta e reconta, fantasia, o conto de fadas por meio de dramatizações e  com uma hábil sutileza, acredita-se que esta  levará a criança, à descoberta de valores, à integração de padrões sociais; passando sempre uma mensagem de amor e humildade, posicionando diante de si mesma e dos outros e dentre as funções sociais do conto de fadas na literatura infantil, destaca-se a valorização da criança como um ser que necessita de uma atenção especial, tais como, afeto, saúde, educação e destaca-se também a importância da criança das famílias, aproximando mais pais e filhos, e hoje mais do que no passado, nossas crianças necessitam, não só saber da existência destes contos, mas também estar em contatos com eles, experimentar deste prazer e encantamento que somente a viagem ao mundo mágico nos dá quando nos permitimos ser suscetíveis a um conto de fadas principalmente nesta era tecnológica em que vivemos, desde cedo, a criança percebe uma diferença entre a "Fala  Oficial dos Adultos "(Pietro, p.117)' e o mundo que sua própria sensibilidade é capaz de registrar, a criança precisa sonhar para poder crescer feliz, consciente, e o conto de fadas é o passaporte que se encarrega de sua passagem da infância para a maturidade, e que sem eles provavelmente estas crianças estarão condenadas a ocupar uns palcos sombrios e tristes, ocupados pior seres mecanizados e frios desprovidos de valores; sem ter sentido o apaixonante prazer de viajar pelo mundo da fantasia, da imaginação, de viver a fantasia de ser o herói ou a heroína, algumas crianças sentem prazer em serem os vilões da história, gostam de se emocionar com as lutas e ficar feliz com a vitória ou ficam tristes com a derrota nos mínimos detalhes e de descobrir a delícia de ser criança; uma criança com sonhos tem a coragem de ousar e penetrá-los trazendo-os para sua realidade, pois a fantasia existente nos contos de fadas tem o nítido sentido em agradar a criança, levá-la a imaginar, a" sonhar."Pois o conto proporciona a liberdade que a criança tanto precisa para que construa suas associações; e estas causas fazem-na acreditar nos contos de fadas, e isto são essenciais e primordiais na formação da personalidade dela, e acredita-se que é na primeira infância o momento de começar a estimulá-los, porque quando forem adultos saberão conduzir o barco de sua história numa direção mais eficaz, saberão então resolver seus problemas, saindo de determinada experiência.  

Várias são as formas de conduzir o "barco da História" (CHALITA, pág. 12, 2005), na direção mais eficaz da aventura humana. Os Contos de Fadas tem nítido sentido em agradar a criança, mas também proporcionam liberdade para que a criança construa as suas associações primordiais para sua formação pessoal e social, estes devem ser transmitidos desde a primeira infância, pois este é o momento de começar a estimulá-los para quando forem adultos saberem resolver seus problemas, saindo felizes de uma determinada experiência. "É nesse momento poético que devemos surpreender a infância" (Bárbara Carvalho, 1998). Constantemente ela é bombardeada pelas imagens publicitárias, cinematográficas e televisionada, além das várias modalidades de Literatura que permeiam o seu cotidiano. PARA TODOROV (1979), A frase que melhor resume o espírito da literatura fantástica poderia ser: "Quase cheguei a acreditar". A fé absoluta, como a incredulidade total, levam-nos para fora do fantástico; é a hesitação que dá vida a ele. O fantástico implica, pois, uma integração do leitor no mundo das personagens; pela percepção ambígua que o leitor tem dos acontecimentos narrados, esse leitor se identificaria com a personagem".
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARIÈS, Philippe (1981), História Social da Criança e da Família, Rio de Janeiro: Zahar Editores (trad. brasileira de "L'Enfant et la Vie Familiale dans l'Ancien Régime", Paris, 1960);
BETTELHEIM, B., (1978), Les contes de Perrault, Paris, Éditions Seghers;
 BERGERON.Marcel, Psicologia da primeira idade, Paris, coleção "Paidéia". 6ª ed., editora Fundo de Cultura S. A, Rio de Janeiro, 1951.
CARVALHO, Bárbara Vasconcelos. A Literatura infantil: visão histórica e crítica. Edart, 1982. 
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. Moderna, 2000.

CARVALHO, Bárbara Vasconcelos. A Literatura infantil: visão histórica e crítica. Edart,
CHALITA..Gabriel, Pedagogia do Amor, "A contribuição das histórias universais para a formação de valores da nova geração", São Paulo, ed. Gente     2003.
  FORTKAMP. Clarice A literatura na formação da personalidade infantil.
Psicólogos e psicanalistas podem ser consultados lendo

BETTELHEIM, Bruno. Psicanálise dos contos de fadas. Bertrand, 1991.
TODOROV, Tzvetan, (1978), Os Géneros do Discurso, Lisboa, Edições 70, p. 13; , 2ª edição, Porto, Porto Editora;
VYGOTZKY, L. S., (1979), Pensamento e Linguagem, Lisboa, Antídoto;
ZILBERMAN, R, "O jovem lê porque a escola manda ler" in Revista Nova Escola, n.º 28 de Março, Rio de Janeiro; 1989

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