terça-feira, 26 de março de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - Drops março 26 – E Deus criou Porto Alegre...





Drops março 26 – E Deus criou Porto Alegre...



    DESTAQUES CULTURAIS
                          VIDEO

Lançamento Projeto CineTrabalho - "PAQUETÁ, O BANCÁRIO" (2013)
Um relato singelo e sincero sobre a precarização do trabalho bancário no Brasil nos últimos trinta anos. 
Projeto CineTrabalho - Dando visibilidade ao mundo do trabalho
www.projetocinetrabalho.org

Assista o vídeo "Paqueta, o bancário", de Giovanni Alves - D i v u l g u e
http://vimeo.com/62516474


                                     BACHMANIA
Opa! Os concertos para cravo de Bach. Todos.



LIVROS

COLEÇÃO "OS PENSADORES", E-BOOKS PARA DOWNLOAD

A Coleção "Os Pensadores" foi uma iniciativa única no Brasil de publicação das obras mais influentes do pensamento ocidental. Foi publicada originalmente pela editora Abril Cultural, na década de 1970.

A página ainda não esta completa. Colocamos todas as edições que nós encontramos já digitalizadas em pdf na internet, a partir de então começa o processo de digitalização dos volumes restantes. Iremos preferencialmente utilizar a segunda e a terceira edições (mais completas) entretanto, caso encontremos outras edições na internet colocaremos as mesmas até que tenhamos digitalizado a primeira edição. Quem quiser colaborar é simples, é só enviar o arquivo em pdf para o email filosofiaocupada@gmail.com

Download E-Book Os Pensadores:
http://filosofiaocupada.blogspot.com.br/2011/06/colecao-os-pensadores-download-e-book.html

O 'Blog Filosofia Ocupada' nasceu de uma iniciativa do alunado de filosofia da UERJ.
___
Conheça o nosso Blog: 
http://www.elfikurten.com.br/

A MARCHA DA INSENSATEZ
                         G.Agamben, filósofo italiano - http://www.torres-rs.tv/site/pags/nac_int2.php?id=2456 :
"Italia vive uno de sus períodos políticos y culturales más oscuros. ¿Qué análisis hace del presente italiano?
-El período oscuro no es exclusivo de Italia, es un problema europeo en general. Hay un texto de Walter Benjamin que se llama "El capitalismo como religión". Se trata de una definición extraordinaria. Porque no es religión tal como la concibió Max Weber, sino en sentido técnico. No es una religión basada en la culpa y la redención, los dos pilares del cristianismo, sino sólo sobre la culpa. No existe una racionalidad capitalista, que puede ser contrastada con los instrumentos del pensamiento. Cuando uno abría los diarios en Italia hasta poco tiempo atrás, leía que el entonces primer ministro Monti decía que hay que salvar el euro "a cualquier costo". Más allá de que "salvar" es un concepto religioso, ¿qué significa esa afirmación? ¿Que debemos morir por el euro? El capitalismo es una religión, y los bancos son sus templos, pero no metafóricamente, porque el dinero no es más un instrumento destinado a ciertos fines, sino un dios. La secularización de Occidente dio lugar paradójicamente a una religiosidad parasitaria. Yo he estudiado por años la cuestión de la secularización, que dio lugar a una nueva religión monstruosa, totalmente irracional. La única solución europea es salir de este templo bancario."

         AVISO AOS NAVEGANTES
A pedido de Guadelupe Bertussi - México
Buscará México que Brasil iguale términos para otorgar visas
Georgina Saldierna - Periódico La Jornada - Domingo 18 de abril de 2010, p. 16
El gobierno de México buscará que Brasil ajuste los términos y las condiciones de emisión de visas para los mexicanos, a las normas que él aplica para los brasileños.
El embajador Alejandro de la Peña Navarrete, representante de la administración calderonista en Brasilia, dijo que las autoridades mexicanas otorgan a los ciudadanos de Brasil un visado de 10 años de entrada múltiple y que ello ha reducido mucho las dificultades para que viajen al país.
Sin embargo, el gobierno de Lula da Silva da a los mexicanos permisos más cortos y de diferente duración, dependiendo de la condición del visitante, agregó, para luego resaltar que no es lo mismo ir a pedir una visa cada 10 años, que pedirla cada año o cada que se viaje.
Ante dicha situación, añadió que durante su estancia en aquella nación, gestionará que las autoridades brasileñas otorguen las mismas facilidades que da México. Anunció que en el primer semestre del año habrá una reunión de la comisión de cooperación en asuntos consulares y ahí se ventilará el tema.
Confió en que habrá buena disposición para interferir lo menos posible con el flujo de personas entre ambos países.
Aclaró que no se trata de eliminar el visado. Se va a ver si Brasil puede avanzar tanto como hemos avanzado nosotros en la facilitación de las visas, explicó. Si logramos que ese país entre en la misma tesitura, habremos dado un gran paso, enfatizó.
Profundizar relaciones
Recién ratificado por el Senado de la República como embajador ante el gobierno brasileño, refirió que su principal encomienda es profundizar la relación bilateral y sacar el máximo provecho en todos los ámbitos.

De manera concreta, Alejandro de la Peña expuso que estudiará lo que han hecho otros estados para exportar a Brasil. Se habla mucho de que este país es una fortaleza, pero quizá estamos tocando la puerta equivocada.
El diplomático recordó que las ventas mexicanas a ese país representan menos de dos por ciento de las importaciones brasileñas, cuyo monto asciende a 173 mil millones de dólares. Cómo le hicieron otros países para exportar 170 mil millones de dolares, interrogó. Vamos a tener que hacer mucho trabajo de investigación allá, se respondió.
                                                                             ***
NOTÍCIA EM DESTAQUE – PORTO ALEGRE , 241 ANOS
Leia: E Deus criou Porto Alegre – por Paulo Timm
Coletânea - Paulo Timm (org)
Este trabalho foi Inspirado - e é dedicado, ao Jornalista Web 2010, J.Luiz
Prévidi Não tem qualquer pretensão acadêmica. Foi instigado pela leitura
diária do Blog do Prévidi – www.previdi.com.br – com suas constantes
referências à Porto Alegre e à defesa do retorno do nome da Rua dos
Andradas para Rua da Praia. E pela sua publicação de algumas memórias
minhas da cidade, da qual fiquei 40 anos ausente. Hoje reencontro outra
cidade, tendo-me restado, da que deixei, meras lembranças. No
desenvolvimento deste trabalho fiquei surpreso com a qualidade e
quantidade de artigos, teses e livros sobre PORTO ALEGRE,
principalmente de autoria do Doutor Charles Monteiro, como também um
jovem - James M.- com diversos blogs sobre a cidade na INTERNET. Sou
do tempo em que o pouco que se sabia sobre POA eram as obras de Walter
Spalding, meu professor no Colégio das Dores, artigos da Revista
Provincia de São Pedro e crônicas do Correio do Povo. Revi, no
percurso, com grande satisfação, alguns trabalhos de Sandra Jatahy que foi
minha colega no Curso de C. Sociais da UFRGS nos anos 60. E a saudosa
presença de outro colega, L.R.Lopes, também da UFRGS, História, da
mesma época, com quem eu dividia aulas em vários cursos do Supletivo e
Pré Vestibulares naquele período. A todos os que se dedicaram à memória
da cidade, que a cantaram em verso e prosa, minha admiração. Mais do que
isto, minha gratidão, por poder reviver um pouco daquele tempo em que
me descobri, até sair “retórico e despido a caminho de mim” para cá voltar
depois de tantas décadas.
Paulo Timm – 2011
IMAGENS FANTÁSTICAS DE PORTO ALEGRE
IMAGENS DA SOCIEDADE PORTO ALEGRENSE – REVISTA O GLOBO

FOTOS FANTÁSTICAS DE PORTO ALEGRE

PORTO ALEGRE - Video promocional
Produção novembro 2008 - Cliente Ministério do Turismo - dr50@terra.com.br - direção Wilson néglia Filho, fotografia Fernando Vanelli, produção executiva Francisco Ramos milanez, montagem Rogério… Adicionado em 5/5/2010
http://www.youtube.com/watch?v=pXQ9z8sPcHI



                ARVORES EM PORTO ALEGRE
Blog Porto Imagem –outubro 2012
*



Segundo o site da SMAM, as árvores mais usadas na cidade são a extremosa (19.5%). o ligustro (18.6%), o Jacarandá (10.7%), o cinamomo (6,7%), o braquiquito (4,12%), os Ipês (5.66%) e a Tipuana (1,7%).
A extremosa todos conhecem. Ela passa o verão todo florida, e no outono dá um show. Aparentemente deixou de ser plantada por ser "exótica". Ela é originária da China, mas foi disseminada para a Europa e Estados Unidos também. No Brasil foi usada durante décadas até que se decidiu tornar "exóticas" fora da lei - que os coreanos não nos ouçam. Deveria ser plantada em todas as vias com fiação baixa.
O Ligustro é uma árvore sem graça que dá umas frutinhas que mancham terrivelmente a calçada. Graças a deus não vejo mais plantá-las.
O Jacarandá dispensa apresentações, e é uma das maravilhas de Porto Alegre - nativa do sul do Brasil e Argentina, foi exportada para Pretória, África do Sul, onde as ruas são totalmente arborizadas com jacarandá-mimoso levado daqui. Não, não há problema de se plantar exóticas lá também.
O Cinamomo é uma árvore nativa da Ásia, que pode atingir de 15 a 20 metros de altura. Fica deslumbrante no Outono, totalmente dourada. Linda.
O Braquiquito não acho nada de mais. Veio da Austrália e pode atingir 20 metros.
E o Ipê é uma ótima árvore ornamental para arborização urbana, de crescimento moderado a rápido e não possui raízes agressivas. Pode ultrapassar os 12 metros. Sua floração é maravilhosa e recompensadora e atrai polinizadores, como beija-flores e abelhas. Deveria ser plantada em larga escala.
A Tipuana é nativa da Bolívia. Apresenta flores amarelas e perde as folhas no inverno. Linda.
Com toda essa rica flora à nossa disposição, continua a intensa plantação de uma espécie de palmeira, o Jerivá. Hoje mesmo passei pela Avenida Independência, e no canteiro central avistei Jerivás recém plantados com madeiras de apoio ao redor.
À exemplo dos lojistas do Caminho dos Antiquários, temos de nos concientizar de demandar a plantação planejada e padronizada de árvores, e não sair plantando à moda miguelão uma Jerivá aqui, um Ficus ali e fazer uma lambança de espécies diferentes na mesma calçada. Na Rua da República, por exemplo, quando morre um Jacarandá as pessoas leigas plantam qualquer coisa na calçada, interropendo a harmonia do túnel verde: hoje há 4 ou 5 Ficus na rua, jerivás e outras espécies que arranham o conjunto de Jacarandás. (vou criar um post sobre o assunto). Enfim, um espécie somente deve ser plantada ao longo de uma rua (ou bairro) como se fez antigamente nos bairros do Bom Fim, Rio Branco, Floresta e Higienópolis.
Abaixo, a Rua Demétrio Ribeiro na frente da praça Daltro Filho. Como muitas ruas no centro da cidade, totalmente sem graça e carente de plano urbanístico. Alarga-se a calçada -a rua é absurdamente larga-, planta-se uma fileira de árvores, iluminação e temos uma ruazinha agradabilíssima.
Clique para ampliar!
Jacarandás
Extremosas
Ipês
Tipuanas
Marcelo Bumbel | 30/09/2012 em 12:08 | Categorias: Outros assuntos | URL: http://wp.me/pl9z0-axO



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Outono em Porto Alegre
14 de maio de 2011 - WWW.ZEROHORA.COM
Outono, inverno, primavera e verão, são as quatro estações do ano em nosso planeta. Isso deve-se à diferença de radiação solar que incide sobre a superfície do planeta em determindada época do ano, fato provocado pelo movimento de deslocamento da Terra em torno do Sol, e pela inclinação do eixo da Terra em relação ao plano orbital.
Algumas características do Outono são noites mais longas que os dias, mudança na coloração das folhas das árvores (elas ficam amarelas e caem), mudanças bruscas de temperatura, diminuição da umidade do ar.
No Hemisfério Sul, o outono começa no dia 20 de março e termina no dia 20 de junho, no Hemisfério Norte, o outono tem início no dia 23 de setembro e termina no dia 22 de dezembro;
Em imagens de Lauro Alves os detalhes do Outono em Porto Alegre.
Lauro Alves
Lauro Alves
Lauro Alves
Lauro Alves
Lauro Alves
RUA DA PRAIA : A POESIA, A CANÇÃO, O MANIFESTO...
I
RUA DA PRAIA
Marilene Machado IN “ Xirua”, Apresentação de Luiz Coronel, POA, 1984

Bombacha alguma,
aventa tuas crinas,
nenhuma bota,
de garrão de potro,
arranha tuas esquinas,
nem tampouco
algum trote de potranca,
se esfrega nas tuas ancas.

Cancha reta, despilchada,
quando andejo por cima de ti,
às vezes até que gosto,
do entrevero dos bolichos,
mas assisto,
a tantos  estrangeirismos
nos costados das calçadas,
estragando o paisagismo,
e a história da gauchada.

Te internacionalizaram,
e até a gurizada
está desgauchizada,
e se maneia e se assusta,
e se maneia e assusta,
ao ver alguma bombacha,
chiripá, chapéu tapeado,
na beira das tuas fuças,
rua gaudéria gaúcha,
tão pequerrucha,
tão povoada,
prostituta,
mal-amada.

Hoje quando te avistei,
e me entreverei em ti,
sem mais te reconhecer,
resolvi, juro por Deus,
te amadrinhar, de ponta-a-ponta,
e depois, te dizer adeus!
II
A CANÇÃO
 Samba-canção gravado em 11 de agosto de 1954 por Alcides Gerardi com Orquestra, em disco 78 rpm Odeon nº. 13721-a
RUA DA PRAIA (Alberto do Canto)

Rua da Praia que não tem praia, que não tem rio,
Onde as sereias andam de saias e não de maiô.
Rua da Praia do jornaleiro, do camelô,
Do estudante que a aula da tarde gazeou.
Rua da Praia da garotinha que quer casar,
Do malandrinho que passa o dia jogando bilhar.
Se as pedras do teu leito
Algum dia pudessem falar
Quantas cenas de dor e alegria haveriam de contar.
Rua da Praia de alegres tardes domingueiras
Quando as calçadas se enfeitam de gauchinhas faceiras.
Rua da Praia da sede do Grêmio e Internacional
Que se embandeiram e soltam foguetes no jogo Grenal.
:: 
III
Manifesto Rua da Praia
            POA 23 março 2011 - www.previdi.com.br

O presente movimento busca um profundo resgate. O da valorização da manifestação popular. Buscamos, com um movimento criado por cidadãos de Porto Alegre recuperar, agora, de forma oficial, o nome RUA DA PRAIA para, senão a mais importante e significativa via de nossa cidade, àquela que está mais presente na mente dos munícipes da Capital dos gaúchos.
Para isso, recuperamos abaixo alguns momentos importantes da história e cultura que, ao longo dos anos se refere à Rua da Praia. Da mesma forma, com isto, justificamos nosso desejo de termos o batismo oficializado, a exemplo de tantas outras vias de Porto Alegre.
Em sua obra, após uma descrição da oficial Rua dos Andradas, o historiador Sérgio da Costa Franco, assim se refere: “Na toponímia antiga, da extremidade ocidental da península até a atual Rua General Câmara, a Rua dos Andradas denominava-se "da Praia"; daquele ponto para cima, "Rua da Graça". O cronista Pereira Coruja, em suas Antigualhas, registra que "0 povo não engraçou com o nome de “Rua da Graça", terminando por generalizar a da Praia, em toda a sua extensão. Nas escrituras dos tabelionatos e nos papeis da Câmara Municipal, fala-se em Rua da Graça pelo menos ate o final da Revolução Farroupilha.
Assim, chegamos a uma curiosa conclusão, a de que aquela que é consagrada no imaginário popular que ultrapassa, certamente, a mais de dois séculos, todos os obstáculos legais para ser soberana na mente e corações dos porto-alegrenses, na verdade, oficialmente, nunca se chamou Rua da Praia.
E é exatamente por isso, e sem qualquer demérito à família dos Andradas, que emprestou em determinado momento, no aniversário da independência do Brasil, pelo requerimento dos vereadores Francisco José Barretto, João Carlos Bordinie Felisberto Antônio de Barcelos, nos idos 1865, que agora, por justiça à vontade popular, requeremos que a denominação oficial, seja Rua da Praia.
Quem conhece fora de nossa cidade a Rua dos Andradas? Ao contrário, muitos já ouviram falar na Rua da Praia, local de encontros, diversão, negócios, onde circulam diariamente milhares de pessoas. Quem, não se utilizou da frase: estou indo ao centro, na Rua da Praia pagar uma conta, ou fazer umas compras, ou ir à Casa de Cultura Mário Quintana, na Praça da Alfândega, que anualmente abriga a Feira do Livro.
Em 2011 completam-se 146 anos desde que a denominação de Andradas foi oficializada - e, mesmo assim, a Rua da Praia sobreviveu incólume, soberana, na mente dos porto-alegrenses e gaúchos, sendo assim a referência para turistas que aqui chegam. Pois bem, é então contraditória essa situação. Quem se acorre dos guias de endereços provavelmente não compreende essa ausência. A procura incessante pode, até, causar confusão.
E para comprovar essa linha de raciocínio, que nos socorremos de muitos intelectuais, escritores, poetas, jornalistas, artistas. Rafael Guimarães em seu magnifico livro Rua da Praia – Um passeio no Tempo, Editora Libretos, se refere ao nome dessa forma: “Em 1843, quando as vias recebem suas primeiras placas, tudo passa a ser Rua da Praia, em 1865, num arroubo patriótico, a Câmara aprova o novo nome, Rua dos Andradas, em homenagem a José Bonifácio, o “Patriarca da Independência” e seus irmãos. Para o povo, no entanto, ela será sempre Rua da Praia. E para os críticos ao resgate da Rua da Praia e defensores da homenagem aos Andradas, respondemos com a existência da já denominada Avenida José Bonifácio, uma importante via da cidade, no bairro Bom Fim, um dos mais tradicionais da cidade, que homenageia o “Patriarca da Independência”.
José Cândido Gomes, que, sob o pseudônimo de "O Estudante", publicava crônicas semanais no jornal Mercantil a partir de 1852, já glosava as particularidades e singularidades da Rua da Praia. Zeferino Brazil, Aquiles Porto Alegre e quase todos os cronistas da cidade Ihe dedicaram cronicas. Érico Veríssimo ali situou vários episódios de seus romances. Nilo Ruschellhe dedicou um livro especifico, e Renato Maciel de Sá Júnior publicou três series de Anedotário da Rua da Praia que se transformaram em best-seller.
Pois é a Rua da Praia cantada em versos. Fonte de inspiração, segundo o compositor carioca Tito Madi que canta a Rua dessa forma: Rua da Praia, Eu vim para procurar minha saudade, Pra ver se encontro na verdade, Aquela que vivi........
Já João Palmeiro e Ivaldo Roque em Outubro 18h dizem, Vou pela calçada, Porto Alegre à tarde, Quase ao anoitecer, Os cinemas chamam para ver, As vitrines vão acender, Gente com pressa, Ora para quê, Vou atravessando a Rua da Praia despreocupado. E o grande sucesso, porém, foi de Alberto do Canto em Rua da Praia: Rua da Praia que não tem praia, que não tem rio, Onde as sereias andam de saias e não de maiô. Rua da Praia do jornaleiro, do camelô, Do Estudante que a aula da tarde gazeou.....
Não menos do que o nosso imortal Moacir Scliar, em histórias de Porto Alegre, Editora LPM, cita alguns personagens da Rua Praia, e vai adiante quando diz que “A Rua da Praia, sempre foi o coração de Porto Alegre”. Assim como Luís Fernando Veríssimo, no Traçando Porto Alegre, Editora Arte e Oficio, também sucesso editorial, refere Porto Alegre, como a Mal entendida, “A rua principal da cidade não existe. Você rodará toda a cidade à procura da Rua da Praia e não a encontrará”... “Finalmente, desconfiado de que a Rua Principal só pode ser aquela que concentra a maior parte do tráfego de pedestres no centro, você consultará a placa e lerá “Rua dos Andradas”. Mas ninguém a chama de Rua dos Andradas, chamam pelo nome antigo de Rua da Praia”.
Portanto, o nome Rua da Praia, é mais significante para nossa população, já que é a voz do povo, aqueles que são os legítimos donos dessa cidade, que estão acima de governos, partidos políticos, famílias tradicionais ou não, está além, até mesmo do sentido poético, pois é parte petrificada no cerne da nossa cultura popular.
É dessa maneira que propomos, ao comemorarmos os 239 anos de Porto Alegre, que lançamos esse movimento a fim de corrigir o que entendemos ser uma falha cometida há quase 146 anos, que se colocou na contramão da vontade dos cidadãos e denominou a principal rua da cidade com um nome que, na verdade, não a representa até hoje. Devolvamos ao povo aquilo que ele consagrou, a Rua da Praia.

CRÔNICA DA CIDADE
- Os mistérios de Porto Alegre – M.Scliar
- Confissões de um adolescente interiorano-S.Gonzaga
- E Deus criou Porto Algre – Paulo Timm -2010

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Os mistérios de Porto Alegre
Moacyr Scliar
Porto-alegrense de nascimento (figura rara; como em outras cidades brasileiras, a população de Porto Alegre é formada principalmente por gente vinda do interior) e um apaixonado pela capital gaúcha, sempre fiz dela temas de artigos e crônicas — além de cenário para ficção. Há alguns anos, a RBS pediu-me uma coletânea de meus textos sobre o tema. A organização não deu muito trabalho; a escolha do título, sim. Acabei optando por Os mistérios de Porto Alegre. No começo, nem sabia bem o porquê, mas ao longo dos anos fui concluindo que a escolha até podia ser fruto de uma súbita, e bem-vinda, intuição.
Porto Alegre é uma cidade misteriosa. Não no sentido gótico, sinistro, do termo. Os mistérios de Porto Alegre são, bem, mistérios porto-alegrenses: pequenos, encantadores mistérios. São historinhas, são lugares, é o jeito de ser de uma cidade fundada por sessenta casais açorianos — quando? Bem, aí está o primeiro mistério. Durante décadas, discutiu-se o ano da fundação de Porto Alegre, Falava-se em 1744, falava-se em 1772. Essa última data acabou prevalecendo, acho que mais por exaustão do que por qualquer outro motivo.
Os açorianos inspiraram o primeiro nome da cidade, Porto dos Casais. Porto, porque a cidade fica às margens do Guaíba (outra discussão: o Guaíba é um rio? É um lago, formado pela confluência dos cinco rios que nele desembocam? E um estuário?). O rio condiciona muito a vida porto-alegrense. Pelo rio chegavam os pequenos navios, trazendo os emigrantes (esta é uma cidade de alemães, italianos, de eslavos) ou as frutas do vale do Taquari. O rio substitui o mar que está longe; e, finalmente, o rio é responsável pelo panorama que se avista dos numerosos morros sobre os quais se derrama a cidade, panorama que é particularmente bonito ao crepúsculo, quando o sol incendeia as águas e o céu — fazendo com que Mario Quintana escrevesse, extasiado: "Céus de Porto Alegre, como farei para levar-vos para o céu?".
A beleza misteriosa de Porto Alegre. Esta não é uma idade que se desvenda de súbito ao visitante, que se revela numa pujante beleza natural, como o Rio ou Salvador. Porto Alegre a gente tem de descobrir aos poucos; é uma metrópole, sim, mas uma metrópole provinciana, tímida. Começa-se pelo centro, pela Rua da Praia, naturalmente. Depois caminha-se pela Praça da Alfândega e os estranhos, fascinantes prédios que a guarnecem. O art-noveau porto-alegrense foi obra de construtores alemães e resultou de um insólito sincretismo, uma combinação de elementos europeus e brasileiros. Aliás, essa combinação pode ser vista em outros lugares. Na Biblioteca Pública, há esfinges e arabescos, símbolos positivistas e ferro trabalhado. No Parque Farroupilha, inaugurado em 1935 para comemorar o centenário da Guerra dos Farrapos, há um templo japonês em miniatura, um pseudo vulcão, um minizôo. Essa mistura chega às raias do kitsch, mas fala muito de Porto Alegre. Como falam seus bairros: o Alto da Bronze, com seus casarões antigos; Moinhos de Vento, com suas residências aristocráticas; Petrópolis, o bairro da classe média; e o Bom Fim, onde nasci e me criei, e que era, em minha infância, uma aldeia judaica da Europa Oriental perdida, como uma espécie de Chinatown, no meio da cidade: as ruas cheias de gente, os vendedores ambulantes apregoando suas mercadorias, as gordas matronas falando mal da vida alheia ou correndo atrás de seus magros rebentos com um prato de comida.
E grande parte dos mistérios de Porto Alegre está no seu imaginário, nas histórias que fizeram o encanto da minha meninice, embora muitas delas façam parte deste inconsciente coletivo que parece ser comum a muitas cidades. Assim, por exemplo, a lenda do cabaré das normalistas. Diziam que as comportadas moças, saindo da escola onde estudavam, não iam para casa, mas seguiam para um misterioso cabaré onde mudavam de roupa e, muito maquiadas, entregavam-se por inteiro à sua lascívia. O endereço desse excitante estabelecimento era um segredo ao alcance apenas de uns poucos eleitos. Falava-se de um ou dois choferes de praça que, por muito dinheiro, conduziriam até lá os seus passageiros. Confesso que nem tentei, mesmo porque bordéis não faltavam à cidade; num estado povoado (ao menos no início de sua história) por homens que conquistaram a terra aos espanhóis, havia falta de mulheres, uma necessidade suprida pelos cabarés e pelas casas de tolerância.
Descobrir os mistérios de Porto Alegre: eis a tarefa que me propus, desde a infância, e que não concluí — e nem vou concluir. Diferente de Teseu, e à semelhança de Walter Benjamin, gosto de me perder nos labirintos da memória e da fantasia, que, em minha imaginação, se confundem com as ruas de Porto Alegre. E, sem pressa de chegar, eu os percorro quase que diariamente. Guia-me não o fio de Ariadne que socorreu o herói grego, mas o fio da emoção, que nunca se desfaz.
Confissões de um adolescente interiorano
Sergius Gonzaga

RITUAIS
Indiferente ao ruído metálico dos bondes, aos pregões que inundam as ruas, à algaravia nunca imaginada, à multidão que vai e vem, ao cheiro de frutas da estação, ao sol reverberante de março, aperto a maleta de papelão e marcho rumo ao Sonho Maior, o que se apodera de toda a alma interiorana feito uma febre explícita, uma volúpia perpétua. Sim, nós os que chegamos de fora, ansiamos por este momento que toma tudo insignificante, a paixão, o pecado, a dor e a morte, o momento supremo de subir na geringonça que sempre atormentou o imaginário caipira: a escada rolante das Lojas Americanas.
Ela se move — grito, cheio de terror e júbilo — ela se move.
Primeira foto: Ali estou, calça de "nycron", camisa de "banlon" e óculos escuros "a Ia" Ronaldo Cúri, na Galeria Chaves. Tudo é meio excessivo, desde o sapato Clark, herdado de meu avô, até o sorriso de empáfia provinciana. Estarei fingindo formidável cinismo? Me julgarei, por acaso, um Rastignac pronto a exclamar: "A Porto Alegre, agora"?
O ridículos instantâneos do passado!
Segunda foto: Desta vez com meu irmão, Régis. Local: Praça da Matriz. Por motivos inexplicáveis, ambos estamos agarrados aos cachorros. Seria um modismo da época? Um símbolo de posse da cidade? Nostalgia dos muitos cães taquarenses? Atrás da foto, há uma data, 9 de outubro, absurda, solta no tempo, imemorial, como se de outro mundo.
Terceira foto: Na tarde em que iria ao Laçador, choveu. Acho que a História me absolverá.

Laury Maciel, meio matuto e meio cosmopolita, tenta ensinar a arte de andar nos bondes: "Deves colocar um pé para frente e outro para trás, tanto no arranque quanto na parada". Dura é nossa vida nos bondes: o impulso fortíssimo nos faz desabar no colo de freiras e senhoras gordas. Com o tempo até soltamos as mãos e magistral prova de técnica e precisão — conseguimos saltar do veículo em movimento. Verdade que não somos completamente elegantes: Laury, meio míope, tem dificuldades em perceber árvores e postes, eu, pesado e duro, não posso me permitir a nenhuma ousadia, como a de uma velha senhora italiana que, em plena 24 de Outubro, logo após a Lucas de Oliveira, numa curva perigosa, nos humilha, dia após dia, com um salto tão arriscado quanto perfeito, ela, a Isadora Duncan dos trilhos da Auxiliadora.
Nos bondes, temos lições de vida. Na hora do pique, um ônibus da Empresa Ayub raspou a mão de um rapaz que viajava no estribo. Como um monstro barulhento, o bonde pára e atrás dele um velho automóvel pára também. Desce então o Dr. Maríno R. dos Santos, médico e comunista. E o primeiro comunista que vejo em minha existência e não fosse o cavanhaque branco seria um homem normal. Tira um lenço do bolso, rasga-o como nos filmes e faz um curativo improvisado no rapaz. Todos esperamos sem pressa, que importa o fluxo das horas nesta Porto Alegre diante da solidariedade de seus habitantes? Quando o médico volta a seu carro, nós o aplaudimos.
Nos bondes temos lições de amor e sexo. Aí, o inolvidável calor de um corpo feminino junto ao nosso corpo adolescente! Aí, o aperto, o contato, o desejo que tento controlar pensando em banalidades, por exemplo, no comandante Fidel Castro: "Lá Revolución desea que sus hijos tengan integridad moral", mas que integridade moral resiste a esta coxa, a esta nádega, a este seio perceptível, apesar do sutiã de látex? "Comandante-en-jefe", perdoai-me.
Havia horários propícios para tais bolinas e havia moças que pareciam gostar e havia rapazes impúberes e mesmo senhores respeitáveis lá atrás, à espera, libidinosos escorpiões.
Numa manhã de outubro de 1963, certa normalista do Bom Conselho ficou tão próxima de mim, que pude sentir seu cheiro de Trio maravilhoso Regina (talco, sabonete, colônia). Tentei disfarçar a emoção, porém ela sorriu, deixando entrever os dentes fúlgidos. Parecia dizer: "Vem,-vem comigo, vem ser feliz". Nada fiz para apanhá-la, para colhê-la no turbilhão do dia. Envergonhava-me das espinhas (inútil a pomada Minâncora) e da tosse de tísico (não tomava o Rum Creosotado), permiti que se perdesse na es.quina da Ramiro Barcelos e nunca mais a vi, por mais que circulasse pelas imediações do colégio, matuto solitário e faminto de amor.
(Acho que não suportaria reencontrá-la trinta anos depois. Que reste pelo menos a poesia da nossa adolescência!)
Muitas vezes nos meses e anos seguintes, acordei de madrugada com o estrondo daquelas máquinas rugidoras e feéricas que varavam a noite porto-alegrense. Eram dragões noturnos, aparentemente suspensos na neblina, com sua luminosidade fantasmagórica, suas faíscas, seus noctívagos dormitando nos bancos de madeira. Abria as janelas às quatro e meia da manhã para saudá-los, aspirar seu cheiro, cegar com seu brilho que renasce agora, emergindo das cinzas do esquecimento a que tudo está condenado, ponto rutilante na memória.

SEXO, APENAS SEXO
O tormento do jovem interiorano na capital é a viciosa solicitação da carne. O noviço Luiz Osvaldo Leite discorre sobre os súcubos, diabos que adotam formas femininas para tentar homens pios e, inclusive, santos, quanto mais incautos adolescentes. Por isso, no velho Colégio Anchieta mulheres não entram, podem ser demônios camuflados. Mesmo nossas mães são recebidas numa capela contígua e ali nos aguardam.
O resultado é que aprendemos instintivamente a sentir o cheiro dos seres luciferinos. Numa manhã tediosa, às 10 e 45, duas normalistas penetram no pátio do colégio. Os uniformes do Sévigné são recursos teatrais dos súcubos. Corremos todos, isto é, todos os rapazes de todas as turmas para as janelas. Os padres, freis e fâmulos da escola inutilmente tentam-nos deter. Fomos possuídos: arfamos, gememos, gritamos, grunhimos feito porcos selvagens, reviramos os olhos e deixamos escorrer do canto de nossas bocas uma pegajosa baba, a louca baba verde do desejo.
Munido de um crucifixo e expressões de culto latim, Luiz Osvaldo Leite põe os súcubos a correr.
"A masturbação é um tenebroso vício da imaginação. Leva os jovens à impotência e à loucura."
Meu Deus, auxiliai-me. Não permitais, Senhor, que eu morra louco.
Carlos Zéfiro, Adelaide Carraro, Cassandra Rios. Esta última nos seus romances proibidos designa o órgão sexual masculino como "arma do desejo" e o feminino como "gruta úmida do prazer".
Vou ao Cine Rex com uma colega da Aliança Francesa assistir ao Hiroxima, rnon arnour, de Resnais e Duras. Como penetrar no intrincado jogo temporal, nas frases literárias, como decifrar o obscuro significado, a "mensagem fílmica" se, desavisadamente, a saia de A. M. sobe, quando ela cruza as pernas e eu posso aspirar as emanações que procedem daquelas coxas que antevejo na escuridão do cinema? Trêmulo, pressinto seus lábios próximos do meu ouvido direito (e imagino sua língua enroscando-se dentro da boca) e escuto o que ela me diz: "Que densidade metafísica! Um Resnais soberbo!" Nunca mais ouvi estas duas palavras— densidade.e metafísica — sem um leve arrepio na pele, um sobressalto, uma sensação de algo que poderia ter sido e não foi.
São longos e assombrosos os ventos de outubro em Porto Alegre. Por causa deles devo um pedido formal de perdão: normalistas do Instituto de Educação, eu não tive culpa: eram os ventos que faziam vossas saias esvoaçar, descortinando joelhos e coxas, estas especialmente sublimes!
Por ter descerrado vossa intimidade, desculpai. Pelo meu olho lúbrico, pela exaltação de meu sangue, pelos pensamentos mais obscenos, desculpai.
Porém a verdade é que outros companheiros de espreita também deveriam proceder um "mea culpa". Com óculos verdes de playboy para disfarçar a miopia, pele cravejada de espinhas, atravessando lépido o corredor dos bondes, lá estava ele, expressão concupiscente, ríctus doentio na boca, Voltaire Schilling, o futuro historiador.
Estávamos em cima do viaduto da Borges, hipnotizados pelas luzes da cidade noturna. Ronaldo Caparelli, Fernando Trindade, José Falleiro e eu, quando Marco Aurélio Barcellos aproximou-se e revelou o drama de sua existência: "Me apaixonei por uma puta, estou amando uma puta".
PUTA — Substantivo feminino onipresente em febris insônias de corpos que sofrem na madrugada, causadora de convulsões sórdidas que com certeza nos arrastariam para o inferno e das quais não conseguíamos fugir, puta, a puta de cada um, síntese de mil mulheres, bocas excessivas, combinações roxas, cintas-ligas, rendas, cetim, seios, bundas, pernas, pêlos púbicos e o perfume, barato perfume das putas, perfume do sexo, do ignominioso pecado, da sujeira a que aspiramos e que, amanhã de manhã, na missa tentaremos apagar com orações, súplicas, penitências, amém.
Fomos golpeados por aquela revelação que abafava os rugidores bondes que passavam lá embaixo. Marco Aurélio olhava com ímpetos suicidas a Avenida Borges. (Aqui no viaduto suicidavam-se os desesperados do amor e os que pecavam contra a castidade.) Abraçamos o réprobo para consolá-lo. Sabíamos que mergulhara na Luxúria, que se infelicitara no Gozo, se acercara da Lepra e por isso o cheirávamos à cata dos odores da puta, porém ele fedia simplesmente a círios, a velas, a incenso da capela do Anchieta, onde há três dias rezava, implorando a infinita misericórdia divina. Que Nosso Senhor o livrasse da grandessíssima puta!
Naquela noite nenhum de nós dormiu direito.
Havia em Taquara uma moça que dava, Esmeralda. E ela deu para meu amigo Percival, que se apaixonou vulcanicamente e exigiu fidelidade. Mas Esmeralda gostava de dar e o traiu muitas vezes. Humilhado, Percival decidiu suicidar-se. Quis morrer em Porto Alegre para que seu gesto tivesse uma dimensão mais gloriosa e saísse na página policial do Correio do Povo. Em vão procurei demovê-lo, estava obcecado pela idéia da própria morte.
Levei-o ao viaduto da Borges, onde se matam os interioranos, contudo ficou com medo de ser estraçalhado pelas rodas de ferro dos bondes. Seu sonho era morrer afogado, os órgãos devorados por traíras e carás. Fomos juntos até a praia de Vila Assunção. Tomamos algumas cervejas com sanduíches de mortadela, ele me presenteou com seu canivete de estimação, me abraçou forte, como só os suicidas sabem fazer, olhou pesaroso em direção ao noroeste, onde deviam ficar Taquara e Esmeralda, e entrou no rio, sem saber nadar.
A água era clara, doce. Ele foi entrando e sentindo o rio passar pela roupa e tocar a sua pele, feito delicadas agulhas. Sentiu mesmo em suas pernas um movimento estranho, o dos peixes em cardume.
Não se matou. E como poderia fazê-lo, se naquela água, tépida e límpida, acontecia o milagre dos peixes?
Haverá mesmo um cabaré de normalistas? Quem serão os privilegiados que apanharão, com suas mãos frementes, estas adolescentes com o uniforme das mais prestigiadas escolas normais e tão cheias de vícios que se entregam a estranhos não apenas por dinheiro, mas também por gozo e volúpia.
Carlos Alberto Negreiros, Manoel Lourenço da Silva, Rivo Emílio e outros rosarienses de escol reviram a cidade a cata de tal prostíbulo sem nunca encontrá-lo.
Muitos anos depois, interrogado a respeito, o escritor Moacyr Scliar emite um sorriso cheio de significados intraduzíveis e fecha os olhos como se tomado por lembranças memoráveis.
Subi as escadas sombrias da casa de cômodos na 7 de Setembro. No quarto havia um abajur recoberto de papel celofane lilás, uma pia, a cama e o rolo de papel higiênico. Enfim, eu conseguia pecar. Talvez não tenha sido lá essas coisas, mesmo assim me apaixonei pela jovem puta que passou a me receber, de quinze em quinze dias com indulgência e desconto de 50%. Apenas nunca se deixava beijar na boca. Era o seu espaço de pureza. Declarou-me com solenidade afetada que só permitiria o beijo proibido quando largasse da prostituição. Então resolvi tirá-la daquele inundo sofrido. Jogava parte da mesada no bicho e na loteria. Com um pouco de sorte, a resgataria e casar-me-ia com ela.

Nessa ocasião, Luis Fernando Ehlers me garantiu que no socialismo o meretrício seria abolido de vez. E que, como ocorrera na União Soviética, na China e em Cuba, as putas se regenerariam alegremente, trabalhando com ardor revolucionário nas fábricas ou fazendas coletivas. Eu (secretamente) preferia que minha amada ficasse comigo, porém, em todo o caso, era melhor uma operária na indústria que uma mulher-dama nas ruas. Passei a esperar pelo socialismo e pelo beijo na boca que só a revolução social asseguraria. Estávamos no início de 1964 e, de alguma maneira, já assumíamos o poder. O beijo parecia muito próximo.

CIDADE DOS LIVROS E DOS FILMES
E como se mergulhássemos num conto de Jorge L. Borges. Um soturno hall de entrada onde se deixava a pasta ou o arquivo e depois a biblioteca, mais escura que o devido, com suas mesas lustradas e suas velhas cadeiras estofadas. Os fichados eram antigos e um elevadorzinho, meio belle époque, trazia os livros pedidos. Tudo era assim, fantástico, mágico, inclusive um funcionário pálido, cadavérico — saído de alguma página de Põe — e que nos vigiava pelo salão.
Havia uma atmosfera pesada e triste por um lado, o quase imperceptível cheiro de mofo, os retratos pintados de escritores mortos, o pé-direito altíssimo, o conjunto vetusto dos móveis. Contudo, por outro lado, havia ricos de adolescentes, logo admoestados pelo personagem cadavérico, um buliço irreprimível, uma vocação para a algaravia e, é claro, a vida regorgitava na paixão de alguns rapazes e moças pelos livros, uma paixão que se realimentava a cada descida do bizarro elevador que despejava diante de nós os frêmitos mais perenes da existência.
Quando se saía da Biblioteca Pública geralmente anoitecera em Porto Alegre e meninos já berravam as manchetes da Folha da Tarde.
P. F. Gastai e Flávio Loureiro Chaves andam com rolos de filmes escondidos nos casacões. Flávio parece ter roubado o capote de Gogol. Jefferson de Barros, Enéas de Souza, Hélio Nascimento e Goida desvelam os mistérios de Godard e Antonioni. O grande público morre de tédio ou não vai a esses filmes, mas os diretores — sabíamos todos — eram da "ponta da orelha" e as explicações dos críticos mais geniais ainda. Num curso, no Foto Cine Clube Gaúcho, Sérgio Silva me diz que os filmes de Bergman são ao mesmo tempo dialéticos e sartrianos. Embasbacado, como três cartuchos de amendoim torrado. Finjo gostar, fingimos todos. O futuro escritor Emanuel Medeiros Vieira costuma soprar caroços de pipoca nas mocinhas intelectuais que, por sua vez, sempre exclamam no fim da sessão: "Que densidade metafísica".
À noite, em frente à Livraria Coletânea, diante do Ópera ou do Guarany, nos reunimos e discutimos a cultura que vem da Europa, os grandes temas da humanidade, os problemas fundamentais da existência. Às vezes, vamos debatendo até o Abrigo, onde esperamos os últimos bondes, os bondes da madrugada.
Na capital provinciana, os postes de luz filtram as brumas e os passos solitários de jovens que sonham com Paris e Nova Iorque.
Frei Lauro Dick pergunta na aula de Literatura sobre nossos hábitos de leitura. Exceção feita a José Ronaldo Falleiro, lemos pouco. O mestre nos chama de idiotas. Nossas orelhas ficam vermelhas, sim, de fato, somos relapsos e como o idiota de Nelson Rodrigues, babamos na gravata. Há que escapar do epíteto: começamos a ler com fúria juvenil.
Na livraria Lima, compro os meus dois primeiros livros: O encontro marcado e Gabriela, cravo e canela. Deslumbramentos. Erico, José Lins, Campos de Carvalho, Sartre, Martin du Gard, etc. No fim daquele ano, com a surpreendente colaboração de meu pai, famoso pela avareza, compro num sebo, o Nossa Senhora das Dores, a coleção completa de Dostoievski. Em seguida descubro a Coletânea, de Arnaldo Campos, a livraria que amávamos tanto quanto a Revolução. Ali, se lê, debate, questiona. Paulo César Timm, meu guru de então, revela-me os segredos do Imperialismo, da mais-valia, da grandeza do proletariado, futuro coveiro da burguesia, dos sonhos que se constroem no Leste europeu.
As vezes saíamos dali para um cafezinho no Rian ou uma média com pão e manteiga no Matheus. Só decepcionei-me um pouco com o Timm, quando pediu para que eu o acompanhasse ao Stoduto, queria comprar um temo de casimira. Estes desvios pequeno-burgueses eram deveras reprováveis. "Na sordidez do capitalismo — explica-se ele — somos obrigados a certas concessões/'
Eles construíram Porto Alegre. Com palavras, sons, cores. Os outonos de Eduardo Guimarães, os crepúsculos de Mario Quintana, os locais sagrados de Athos Damasceno. Pelo Centro, passearam personagens do Erico, do Dyonélio, do Scliar. Na Azenha perambula Camilo Mortágua. A fisionomia da cidade permeia os textos de Arnaldo Campos, João Gilberto Noll, Assis Brasil, Caio Fernando de Abreu. Não esquecendo as crônicas do Luis Fernando, do Sérgio da Costa Franco e do Sérgio Jockymann. E a noite porto-alegrense? Sem as referências do Carlos Nobre, do Danilo Ucha e de tantos outros, seria possível entendê-la?
Uma cidade reinventada por escritores. E pelos músicos: Lupi-cínio, Túlio Piva, Nelson Coelho, Nei Lisboa, Vítor Ramil.
Uma cidade de grupos teatrais e de pintores.Invejo a todos, tenho ciúmes deles. Na Feira do Livro, piso humilhado nas flores roxas dos jacarandás por ser incapaz de expressar com palavras as contradições de Porto Alegre.
Entro no Theatro São Pedro ou no Renascença com amargura por não saber representar. Ressentido por não ter aprendido a tocar qualquer instrumento, vou assistir ao show de Plauto Cruz com sua flauta encantatória.
Invejo a todos, cheio de despeito, de rancor mesquinho; mas quando os livros "deles" se abrem, as peças iniciam, Plauto arranca sons de sua flauta, quando a arte "deles" flui, aí então eu sinto um aperto no peito e me comovo com os artistas desta cidade — os que fazem da alegria e da tristeza motivos de criação — e estendo silenciosamente em sua direção um longo afago.
CONSCIÊNCIA POLÍTICA

Ele apareceu na sacada da Prefeitura Velha.
Pensei: fomos derrotados.
As janelas e os balcões do prédio municipal que, pela manhã, ainda estavam cheios de oficiais da Brigada e civis armados, agora estavam vazios. Na amplidão neoclássica do velho edifício, o prefeito parecia muito só, muito pequeno. Sua voz veio pausada: "Companheiros, a resistência acabou. O presidente João Goulart acaba de sair do país".
Perdemos. Eu vejo as pombas, dezenas delas, voando do chafariz espanhol para as escadarias da Prefeitura e depois, revoando para o Mercado Público, assustadas com os gritos da massa humana que não aceita a rendição e se desespera na praça. Nós estamos desesperados e eu vejo também um absurdo céu azul projetando-se por sobre as construções de concreto. O que me chocava era a indiferença da natureza, a limpidez do dia, o calor ameno de abril. O que chocava era a distância estúpida entre a tragédia histórica e a serenidade dos elementos.
Imerso na multidão raivosa, posso até adivinhar as águas do Guaíba, encobertas pelos armazéns do cais, enquanto ouço um choro (esse choro me perseguirá nos meses seguintes) e o prefeito, como um autômato, pedindo que nos rendêssemos, que voltássemos para casa e enterrássemos as nossas ilusões e evitássemos o derramamento inútil de sangue e imaginássemos para o futuro outras tardes, mais felizes do que aquela. Mas como poderia eu dissolver na memória aquela tarde de abril com seus pronunciamentos, seu céu azul, suas pombas, como negá-la, desintegrá-la, se ela porejava em meu corpo, grudando-se ao meu suor? Como, depois de ter oferecido a vida para a defesa da ordem legal, poderia eu retornar para um universo de objetos pessoais, prosaicos, familiares, como voltar para a casa de minha avó se, naquele momento, eu acreditava na Revolução e no povo?
Mas voltei. Um amigo meu para suportar a derrota tomou um porre. Eu regressei para casa lúcido. Como no poema de Bandeira, melhor fora que voltasse bêbado.
Fixa-te memória.
Estamos no bar Alaska: André Forster acaba de ser eleito presidente do centro acadêmico da Filosofia da UFRGS. Comemoramos a sua vitória. Na mesa, representantes de todas as facções da esquerda do movimento estudantil. Apesar dos desvios ideológicos de algumas tendências, nos julgamos a vanguarda indiscutível da luta popular contra a ditadura.
Afasto a poeira dos anos e enxergo claro: comemos os pratos baratos do Alaska, servidos pelo Isaac: "Burguês", "Robertão", "Vietcong". Bebemos chope ou cuba-libre ou ainda gin-fizz e acreditamos em nosso triunfo iminente.
Em seguida, haverá passeatas, protestos apaixonados, repressão, violência, AI-5, cassações, sombras, tortura, exílio, diáspora, mas agora comemos e bebemos e saudamos André Forster e nos preparamos para derrotar a "Besta". Lá estão Flávio Koutzii, Geraldo Müller, Zeca Keniger, José Maraschin, Haidée Porto, Clóvis Gri-vot, as irmãs Metralha, Pilla Vares, Carlos Alberto Vieira e tantos outros. A poeira do tempo ainda não corrompeu nossos cabelos, nossa pele, nem colocou essa névoa em nossos olhos. Somos jovens, apenas e tão-somente jovens, e alimentamos grandes esperanças.
Grito com a minha memória: fixa-te, suspenda o tempo... e lá estamos nós, no Alaska, paralisados, rígidos, esmaecidos...
Fixa-te, memória.
Por favor, fixa-te.
Pedro nos oferece o revólver, um 38 pesado e sedutor. Quer que o tomemos nas mãos, que sintamos a frieza do aço, seu peso, sua palpabilidade. Embaixo do modesto apartamento, funciona o Urbano's. E noite quente de verão e nas mesas da rua há gritos e gargalhadas. Enquanto os boêmios da madrugada decidem qual será o destino de uma galinha que é a mascote do bar, o cheiro dos sanduíches abertos e das batatas fritas turba o nosso raciocínio. Meu irmão segura a arma e eu examino o material mimeografado que fala das possibilidades de uma vitoriosa guerrilha no Araguaia. Pelas frestas das venezianas, observamos os que se divertem, os que empilham bolachas nos cantos das mesas, os que se beijam, os que pela manhã mergulharão no sono dos inocentes.
Não dormiremos esta noite. Uma sirene nos despertará, um grito mais forte, uma pancada aleatória na porta. O revólver está ali, ao alcance dos dedos, porém uma força qualquer nos deterá: o medo da tortura e da morte? o bom-senso colono que vislumbra o aventureirismo e o fracasso? ou o simples chamado vital que procede dos odores do Urbano's?
Pedro partiu ao amanhecer com seu revólver, seus panfletos, seu fervor. Olhando para os lados, atravessou a Nova Iorque em direção à Coronel Bordini. Virou-se então para nós, que o acompanhávamos da janela do apartamento, sorriu e acenou, como se pela última vez.

PERDAS
O último capítulo é de perdas, já dizia o velho Machado.
Os bondes deixaram de circular, os cafés do Centro cederam lugar aos bancos, fecharam cinemas e outros locais tradicionais. Não há mais normalistas e ninguém voltará a experimentar a vertigem daquele cabaré, se é que um dia ele existiu. A Rua da Praia virou uma mescla de pátio de milagres, bazar persa e pungente galeria de tipos lombrosianos.
A Revolução também acabou e, num certo sentido, foi melhor que tivéssemos perdido, pois se na dimensão subjetiva éramos os mais generosos, os mais altruístas, numa dimensão objetiva tínhamos os olhos turvos por uma utopia estruturalmente totalitária. Enviaríamos os nossos opositores para campos de reeducação ou para o "paredón" com o coração cheio de mágoa, mas seguros que ao bem público cede o bem privado e que uma sociedade igualitária não se arquiteta sem a aplicação do terror jacobino.
Perde-se também com a partida de amigos, seja em direção à névoa do nada, seja em direção a outras cidades e países. Nostalgia? E bem possível que sim. Ninguém nos impedirá de olhar para o passado com suave e doce melancolia. Vá lá o lugar-comum: eram os nossos anos dourados porque tínhamos 18 anos.
E possível que os adolescentes interioranos que hoje chegam a Porto Alegre sintam a mesma sedução das luzes da capital e daqui a algumas décadas façam suas memórias de tempo tão sombrio, vendo-o como um paraíso perdido. É possível, por outro lado, que as grandes metrópoles tenham cumprido o seu papel na História humana e seu futuro seja apenas o de depositário de um pobre lixo humano, como nos livros e filmes de ficção-científica.
Nos fecharemos então, cada vez mais, na concha de nossas lembranças.
E DEUS CRIOU PORTO ALEGRE
                                        Paulo Timm – 2010 (Da Série Prévidi)
E assim foi: Longos anos, décadas, longe do sul e então o retorno.
ChegueI piá em Porto Alegre, em pleno inverno de 1955. Mas não reclamei do frio. Santa Maria era muito pior. E me aquerenciei no perímetro do bonde “Duque”, morando logo abaixo do Alto da Bronze. Ali me ambientei, numa rara ecologia humana que ia do cais do Porto à Pantaleão, numa orla carregada de álcool, prostituição e até uma Casa de Detenção, subindo gradativamente a Vasco Alves, para se recuperar social e moralmente, ao longo de toda a Duque de Caxias, até o Viaduto Borges de Medeiros. Um período maravilhoso, em meio aos “Anos Dourados”, em cujas férias eu me atirava na velha “Maria Fumaça”  para reviver  minha antiga morada. E assim passaram anos e anos,  nos quais me reencontrava com os primos e primas na casa grande de minha amada avó, Romilda, transformada em Clube da meninada. Quando me dei conta, tinha passado pelo Colégio das Dores, pelo “Julinho”, pela antiga Escola de Cadetes da Redenção. Era um porto-alegrense.  E já era homem. Ou, pelo menos, pensava que era..
Era 1966. Estava na Faculdade de Filosofia, em pé, junto ao umbral que separava o salão de entrada do Bar interno,  ao lado do Flavio Koutzii, do Clovis Paim Grivot, do André Foster, da Mercedes (então) Loguercio iniciando-me nas teias  da subversão, para horror de uma família conservadora estrelada  de militares de alta patente. Durou pouco: o tempo de me formar e , cagado de medo  pelos rumos que a velha dissidência estudantil comunista ia tomando, rumar para o Chile.  Paulo Renato Souza, colega de Faculdade, na Economia, me esperava e me daria, generosamente, o seu emprego como “ayudante” do José Serra (esse mesmo!!!) na Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais – FLACSO. Começava o ano mais terrível da ditadura:1970.
Muitos anos depois vim a saber-me, pela crônica de Sergius Gonzaga, hoje Secretário de Cultura, sobre a década de 60 ,em Porto Alegre, que eu fora um guru do marxismo-leninismo na cidade, já àquela época contaminado pelo vírus do “ Discreto Charme da Burguesia”, na inclinação  por carros esporte, roupas finas, vinho e charutos da melhor qualidade e queda irresistível por mulheres bonitas e amantes castelhanas...Mas esquerda, como toda a geração daquela época.
Esta Porto Alegre, por quatro décadas, ficou nos meus sonhos e devaneios.Do Chile fui para Brasília e lá fiquei 35 anos.  Certa feita, um amigo, Heitor Silveira, já falecido, de quem me aproximara na Planisul de todas as cores e malucos, também em Brasilia, retornara, em caráter definitivo, e me esnobava: “Aqui eu não ando, eu flutuo...”  Eu morria de inveja. Era o suficiente para eu conseguir umas férias matrimoniais, com ou sem permissão do empregador, e mergulhar dias sem fim naquela que  sempre foi a minha cidade. E sofregamente tomava alguma aventuras amorosas como quem  se agarra ,não ao passado,mas à própria cidade. Sentia-me, então , embriagado de estranha felicidade naqueles dias em Porto Alegre.
Agora estou aqui ao lado, em Torres. Já nada me impede de estar “em  casa”. Digo  ao filho e família que temo o excesso de frio e chuva. Outras vezes, digo que já não suporto a cidade grande, cujas vias  nem reconheço e novos bairros nem sei chegar. Vezes há , ainda, que a cidade não é segura. Tudo mentira. Guardo as vindas a Porto Alegre como uma primícia, de sabor sensual e convidativo. Como quem freqüenta furtivamente a  proibição. Quem inventou a saudade, me disse uma vez uma amiga, não conhecia a distância. Nunca saberei , ao certo, se a máxima era ou não dela. Mas valeu...Saboreio a pequena distância que me separa de Porto Alegre com  uma pitada de saudade.
Aí escolho o Hotel. Tem que ser no Centro, no meu velho perímetro do “Duque”, onde me sinto em casa. E, quase sempre, procuro as pegadas do Mário Quintana, em busca de inspiração poética. Já não há o Majestic, onde ele morava,  que me foi tão misterioso na juventude, pelos arcos, arcadas, sacadas que contemplava , lá de baixo. Hoje pego o elevador no Centro Cultural Mario Quintana , vou àquelas sacadonas  e  me sinto senhor  de um tempo que se foi. Não importa. Disseram-me que o Falcão levou meu ídolo para o Hotel Royal, na descida do Sevigné, então lá eu fico.
Chego em Porto Alegre , quase sempre, à noite. E aí redescubro o prazer de ouvir Lupicínio pelo seu filho, a gratidão de me sentir perto do Uruguai, através de uma parrillada, de andar pela boemia da Cidade Baixa como quem anda no Quartier Latin. Já não vejo os velhos amigos. Muito raro. Acho que nos evitamos  sem querer, querendo. Mas encontro novos e nos regozijamos com os mesmos profundos papos que nos anos 60 povoavam nossas tertúlias quando saíamos do Festival de Cinema Tcheco, na Praça da Alfândega, para discutir, sob inspiração do último artigo do Pilla Vares,  a diferença entre consciência e ódio de classe, como critério de discernimento da ação revolucionária.
Pela manhã uma longa caminhada ao longo dos  imaginários trilhos do “Duque”. Atavismo. Reapropriação do tempo e do espaço. Casas, casarões, a escadaria da Fernando Machado relembrando a ampla vista que se tinha do Guaíba, o cumprimento aos lugares vividos numa espécie de oração matinal , um velho, como eu, irreconhecível,  por trás de uma janela. Naquele tempo banhávamos no gasômetro. E entrávamos e saíamos do Porto como queríamos. Eu sempre com um SPICA debaixo do braço para vender no  Colégio e fazer uma graninha. Na primeira vez que subi no convés de um navio fiquei impressionado com a altura até a superfície da água. Desci correndo.
São oito e meia da manhã e já percorri minha juventude, com uma passagem pela Redenção para reviver os ideais soterrados pela barbárie stalinista.  Estou na frente do Mercado  com os sentimentos à flor da pele. Ali entrei , pela primeira vez, muito menino. Para provar o morango com chantili na Banca 40, que desconhecia. E mordiscar uns camarões ultra-salgados expostos na banca ao lado. Fascinado. Entro solenemente, como se fora numa feira  medieval.
Primeiro uma parada na Banca de Revistas e Livros usados. Salta aos olhos um exemplar de Cícero, sobre Obrigações Civis. Cícero a essa hora? Nada melhor. Procurar um lugar para sentir o momento mágico e folhear o opúsculo alentador. Aí o Café do Mercado, um balcão simples , com mesas altas e bancos suspensos defronte.  Mas, lá dentro, o segredo do café cremoso apojado de tetas sibilantes numa variedade rara no resto da cidade. –Tem café Jacu, pergunto hesitante?  - Sim , senhor! Um expresso?  - Pois sim!  E me sento num dos  bancos para folhear  o capítulo sobre o “Decoro”, ao sabor do melhor – e mais caro café – do mercado brasileiro. Cagado por uma ave, o jacu, e retirado depois de secas as fezes...(!) Degusto o café sem pressa. Nem olhares curiosos. No passal das gentes a única preocupação é o dia que vem pela frente. Fico eu, apenas, com o prazer. O prazer de estar no Mercado de Porto Alegre. E deixar escoar o tempo... Certo de que, na saída, levarei para Torres um belo pedaço de charque de ovelha para um carreteiro.
Deixo o Mercado, retorno à Rua da Praia e rumo para a Jerônimo Coelho. Fazer barba e cabelo num daqueles  machadianos salões que prometem funcionar dia e noite! Escutar o falar acalorado de adversários ferrenhos sobre as virtudes dos novos jogadores do Grêmio e do Internacional.  “ Sou do Força e Luz”, digo. Não entendem bem. “Depois torci pelo Cruzeiro, pelo qual joguei no time de basquete”. Eles me olham desconfiados, de cima pra baixo, e eu, do meu 1.60m completo: “ No infantil...”
Aí resolvo subir a ladeira, ver uns sebos, e me reconheço uma vez mais no céu. Acho dois livros que já havia perdido numa das inúmeras mudanças e lá me vou para o reencontro com “A Razão Cativa “ e “Razões do Iluminismo”, de um dos maiores filósofos brasileiros, marcado para morrer por ter sido Ministro da Cultura do Collor: Sergio Paulo Rouanet. E nem se dão conta que Collor , foi , depois de Jango, o único Presidente a ter Ministros irretorquíveis. Várias livrarias, o mesmo encanto. Então, carregado, me sento num pequeno restaurante da Riachuelo, à hora do almoço, para um copo de vinho. E me convenço de que “Deus criou Porto Alegre”, como diz o Prévidi.
E tenho um dia inteiro e um domingo,  ainda, pela  frente. Mas não vou contar mais nada  hoje. Fica para outro dia...




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Carta a Porto Alegre no seu aniversário
Publicada www.sul21.com.br
Vivemos, hoje, em várias partes do mundo, um momento de intensas buscas por um novo modo de desenvolvimento sustentável que combine melhoras na economia e forte inclusão social com a preservação do meio ambiente. A erosão dos modelos pautados pela diminuição do papel do Estado, subordinando-o à sacralização dos mercados, e o distanciamento de uma relação de forte diálogo com a sociedade nos permitem afirmar que para a nossa Porto Alegre voltar a ser a capital nº1 em qualidade de vida é necessário fortalecer as funções públicas de Estado no município e abrir, de forma verdadeira, espaços para que a sociedade influa nos rumos  da cidade. 
Sabemos, no entanto, que , no período mais recente, a gestão municipal da capital perdeu muitas oportunidades. Hoje convivemos com dramas inaceitáveis para uma cidade que, outrora, foi celebrada no mundo todo pela qualidade de vida.
Hoje, como diagnostica tristemente a escritora porto-alegrense Carol Bensimon, Porto Alegre aos 241 anos de vida ”parece optar por ser uma capital com cada vez mais carros, menos pedestres e menos contato humano”.
Em quase dois séculos e meio, a vila conhecida como Porto dos Casais nos primórdios da colonização açoriana, se transformou em uma cidade que cresce desordenada, sem planejamento urbano e sem uma visão estratégica de futuro, que deteriora seus serviços, renega suas funções de Estado e não dirige a atenção das suas políticas  às cidadãs e cidadãos de nossa cidade. E muito menos dialoga com eles.
Recentemente realizamos um amplo processo de consultas, debates e contribuições, em todas as comunidades e em todos os setores sociais que vivem a cidade. Esse processo sério e imprescindível determinou o início de uma profunda e necessária reflexão: para onde e para quem Porto Alegre irá se desenvolver?
Na saúde, a realidade nos oferece má qualidade do serviço, com postos fechando nos feriados e filas intermináveis para os atendimentos de média complexidade, o que acarreta em emergências dos hospitais lotadas.  Na área da segurança pública, prevalece uma ruidosa omissão do  executivo municipal, que insiste afirmar que tal questão não é de sua responsabilidade.
Quanto à educação, vemos o drama de pais e mães que não conseguem garantir vagas em escolas infantis e nas creches comunitárias, ou porque não há vagas suficientes na rede pública, ou porque os valores cobrados na rede conveniada é incompatível com a realidade social de quem mais precisa. Sabemos que isso gera uma série de consequências, fundamentalmente para as mães que são forçadas a deixar o trabalho.
Em outras áreas, também padecemos sem políticas de desenvolvimento, de mobilidade urbana e de acessibilidade, de cultura, de habitação e ambientais. O que nos penaliza com passagens de ônibus das mais caras do país, ciclovias equivocadas, centralização e privatização cultural, vilas irregulares e desregulação fundiária, inexplicáveis corte de árvores e falta de projetos contemplando as pessoas (uma em cada cinco) que possuem algum tipo de deficiência ou dificuldade de locomoção. Porto Alegre é uma cidade de porte médio, mas com problemas de grande metrópole; está em vias de travar. O trânsito é  caótico; o transporte coletivo não atende com a qualidade necessária a trabalhadores e estudantes.
Acreditamos que Porto Alegre deveria chamar para si a responsabilidade de ser a 1ª capital brasileira a declarar-se livre da pobreza extrema. Mas em primeiro lugar teríamos que ter um projeto para isso. É inconcebível que a cidade - sede do espírito do Fórum Social Mundial, que quando governada por 16 anos num ambiente de recessão econômica e de grave crise social, foi capaz de oferecer serviços de qualidade ao ponto de ser considerada a capital brasileira da qualidade de vida, ainda não tenha um plano para oferecer condições dignas e civilizadas aos cerca de 40 mil porto alegrenses que sobrevivem em condições sub humanas.
Esta crise de qualidade e a diminuição na oferta de serviços em Porto Alegre acontece em franca contradição com o ambiente econômico e a agenda de expansão dos direitos sociais estabelecidos pelo governo federal. Diante desta nova realidade, a outrora cidade da Democracia Participativa, do Fórum Social Mundial, mostra-se acanhada e tímida. Centenas de cidades mundo afora buscam inspiração no modelo administrativo que serviu de laboratório para inúmeras políticas que nos Governo de Lula e Dilma foram responsáveis por tirar mais 40 milhões de brasileiros da miséria, além de permitir acesso ao mundo do trabalho de outros 19 milhões de trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada.
É importante lembrar que o  primeiro governo da Frente Popular iniciou a  materialização de um projeto baseado na participação popular e inversão de prioridades que projetou Porto Alegre para o mundo. Nesse período, lamentamos o fato de não haver parcerias federais nem condições estruturais para enfrentar os problemas e os dilemas urbanos. Ainda sim, fizemos muito por Porto Alegre.
No plano do desenvolvimento urbano, tivemos uma política habitacional, construímos escolas e postos de saúde por toda a periferia da cidade, instituímos uma rede de proteção social, tudo isso, amparados na participação popular, o que orientava a agenda de preocupações da nossa gestão.
Para enfrentar os problemas da cidade, tanto aqueles que necessitam de soluções emergências quanto aqueles que requerem ações de médio e longo prazo, são necessários projetos consistentes, capaz de fundar um conceito de cidade que enfrente os dilemas do desenvolvimento urbano do território e das pessoas que nele vivem.Nosso conceito de cidade tem por base que ela é expressão da vida urbana, obra artística que deve incorporar compromissos com a imensa população que possui dificuldades no seu deslocamento ou que possuem algum tipo de deficiência que precisam de uma cidade acessível a elas.
Precisamos de uma Porto Alegre múltipla e democrática que seja Cidade da Sustentabilidade, Cidade da Inovação, Cidade Segura, Cidade Saudável e Cidade da Diversidade com Participação Popular. A execução de projetos de longo prazo não prescinde da produção de soluções emergenciais para as situações mais críticas. O compromisso principal deve ser restabelecer o vínculo com uma gestão descentralizada, sustentada no respeito, desenvolvimento e diversificação dos espaços de participação popular e controle social.
Devemos produzir as soluções para o transporte por meio de uma forte política de recuperação da qualidade do transporte público, utilizando o Guaíba em direção à zona sul e projetando um Projeto do Anel Viário que circunde o centro, iniciando com o metrô, realizando o projeto da 4ª  Perimetral e projetando o uso de um veículo leve sobre trilhos que fecharia o círculo ligando o fim da 4ª Perimetral ao centro, passando pela Zona Leste.
No eixo da Sustentabilidade, com ênfase na Gestão das Águas, precisa-se avançar com o PISA 2 (alcançando 100% de esgoto tratado em Porto Alegre), além de projetos que visam a recuperação do mobiliário urbano, embelezamento da cidade, criação de ciclovias e ciclofaixas de verdade que deem fluxo a todos os bairros e vias da cidade. Também carecemos de projetos voltados ao tratamento dos resíduos, que permitiriam à cadeia produtiva organizada em torno da reciclagem, ganhos em qualidade e renda trabalho digno para quem dela vive.
No eixo prioritário da Inovação, impõe-se a revitalização do 4º Distrito, no sentido de adequá-lo para receber investimentos tanto para empreendimentos da indústria criativa, da Cultura, quanto aqueles da alta tecnologia. As vocações econômicas da cidade precisam ter um local específico para serem melhor desenvolvidas e, deste modo, impregnar a cidade de um ambiente propício a inovações tecnológicas. Também se pretende contemplada neste eixo as diferentes áreas em que se organiza a cadeia econômica do Turismo. Destino de pouca atenção, deixamos de aproveitar  oportunidades no oferecimento de atrativos culturais, como o uso do Guaíba e dos circuitos turísticos urbanos.
A Cidade Segura deve ser uma meta obrigatória perseguida pelo Poder Público Municipal. Hoje, temos instrumentos, tecnologia e conhecimento suficiente sobre as áreas, os horários e as motivações dos principais crimes. Não pode haver transferência de responsabilidades para outras esferas. O Estado e a União financiam, dispõem de efetivo das forças de segurança; ao município  cabe coordenar, organizar os diferentes atores, inclusive a comunidade.
Nossa proposta de Cidade Saudável enfrenta pelo menos seis tipos de problemas: a) atenção básica à saúde precarizada; b) insuficiência do número de equipes de saúde da família; c) ausência de políticas para o idoso; d) aproveitamento do potencial agroecológico e do consumo sustentável, consolidado pela cidade a despeito do poder público; e) ausência de acessibilidade para pessoas com deficiência em 70 das 96 escolas da rede pública municipal, e ,  f) recuperação dos espaços de lazer, retomando o uso dos parques, instituindo ciclovias e ciclofaixas, além de promover a harmonia nos interesses de bares e restaurantes e moradores do entorno, pois a existência de conflitos só é problema quando não há diálogo suficiente e projetos para resolvê-los.
À Cidade da Diversidade com Participação Popular convém contemplar com projetos vinculados à educação, como oferecer  um  computador por aluno e garantir creche e escola infantil para os 58% de crianças que hoje ainda não tem acesso. Para isso, é possível celebrar parcerias com os Governos Federal e Estadual; aproveitar espaços ociosos destas redes e acomodar este enorme contingente de futuros cidadãos que merecem toda a atenção do gestor público. Além disso, urge firmar um compromisso para garantir que os espaços públicos estejam abertos e que possam ser utilizados o ano inteiro, de dia e de noite, como o complexo do Porto Seco, hoje sub utilizado. Assim será possível tornar possível o sonho do Museu e da Universidade do Carnaval. A agenda de Direitos Humanos também deveria ganhar relevância a partir destes projetos, pois o direito à moradia digna, à regularização fundiária, também devem ter neste eixo, a atenção dos projetos da municipalidade. Da mesma forma, as comunidades afrodescendentes, as diferentes tradições religiosas, a comunidade LGBT, têm nesta abordagem, respeito a sua agenda de reivindicações. Para melhor processá-las, propõe-se a instituição de Conselho Municipal de Combate à Discriminação e da Diversidade, pelo qual políticas públicas de prevenção à violência sectária tenham espaço no dia a dia da administração da Frente Popular.  Bem como fortalecer e expandir a rede de atendimento às mulheres em situação de violência, com especial atenção ao Centro de Referência Municipal de Atendimento às Mulheres,  para que, de fato, funcione e seja capaz de dar amplitude à visão afirmativa de gênero, consolidando-a como uma ampla política pública em nossa cidade.
Sabemos que estas metas são bastante audaciosas, mas queremos reiterar que já fizemos muito por Porto Alegre, num cenário em que não havia oportunidades nem recursos para isso.  Provamos , portanto, que se pode fazer. Basta eleger como prioridade absoluta a crença de que uma cidade não deve ser feita para seus carros ou servir para especulações imobiliárias. Os 241 anos da capital têm que afirmar e reafirmar a beleza de nossa Porto Alegre, do pôr do sol inquestionável iluminando a região mais meridional do Brasil e, ao mesmo tempo, pensar e repensar seu futuro. Um futuro que, com certeza, privilegie a nossa gente.
Adão Villaverde é engenheiro, professor e deputado estadual pelo PT/RS  

Coluna APPOA – www.sul21.com.br

26/03/13 | 05:39
Porto Alegre 241 anos – o que podemos esperar?
Ao começar a escrever, fiz uma associação: o ano do aniversário, 241, coincidentemente é o mesmo número das perdas de Santa Maria. Tragédia que marca nossa história e esperamos modifique nossa atitude, individual e coletivamente, de não ter receio de cobrar e assumir responsabilidades.
Evidentemente, não é somente isto que caracteriza a cidade hoje. Afinal, aniversário não consiste só em perdas, podemos comemorar. Constatamos de imediato a multiplicidade e complexidade de tudo o que se articula em nossa atualidade. A importância de um fator depende do lugar em que cada um está situado. Se há um reconhecimento a ser feito é a impossibilidade de dizer a última palavra, ou fazer a síntese. Reconhecer a multiplicidade, não impede de selecionar e fazer algum comentário. Ainda bem, isto nos dá uma certa liberdade e uma abertura ao diálogo.
Talvez sublinhar alguns aspectos culturais, buscando sempre reafirmar a articulação entre cultura e política (no seu sentido mais geral). Explico: Freud tinha um conceito bem amplo como escreveu no “mal-estar na cultura: “ a palavra cultura designa a inteira soma das realizações e instituições que afastam nossa vida daquela de nossos antepassados animais, e que servem para dois fins: a proteção do homem contra a natureza e regulamentação dos vínculos dos homens entre si”. Com isto ele também localizava pelo menos duas grandes fontes de mal-estar: a natureza que nos mostra a todo momento que o homem(leia-se tecnologia) não a controla completamente e a relação com nossos semelhantes, talvez a fonte maior do mal-estar.
Nas últimas décadas cresceram as manifestações culturais na cidade, e por isto ainda sinto falta de mais informação a altura desta polifonia. Já nem falo mais de publicação impressa, mas pelo menos um site onde possa me situar sobre o que acontece na cidade de uma maneira “ampla, geral e irrestrita”, Onde a diversidade mostre sua força, em espetáculos de grande porte, passando por leituras dramáticas singelas e pocket shows nos bares e livrarias. Pinturas clássicas e grafites valorizados.Hip-hop e street-dance nas praças, concertos nos estádios e audições nas igrejas matinais ou vesperais.
Um site generoso que não economizaria informações, nem cederia as tentações “clubísticas” dizendo o que acontece nos domínios gremistas e colorados, petistas e peemedebistas. O leitor pode me retrucar dizendo que estas informações existem é só procurar as páginas especificas de cada órgão, além de iniciativas recentes como www.curtindopoa (uma página interativa onde qualquer um pode incluir seu evento). É verdade, mas se eu quiser saber toda a história museu Iberê Camargo, ou as programações do StudioClio, ou mesmo um cronograma das atividades do Memorial do RS posso acessar as páginas específicas, porém isto é quase pesquisa sócio-antropológica, não uma informação geral que pode estar reunida num lugar. Uma versão eletrônica do “Guia del ócio”, de Barcelona, ou “ L’Officiel des Spectacles” e  “Pariscope” duas(!) publicações impressas semanais parisienses onde você pode se orientar sobre o que acontece na cidade e arredores (olhai grande portoalegre).
Isto sinalizaria que nossa cultura estaria sendo considerada como parte integrante da história e vida cotidiana e não como uma espécie de “cereja do bolo” de “nossas façanhas”. Pois, como escreveu G. Didi-Huberman: “a cultura desde sempre é um lugar de conflitos em que a própria história ganha forma e visibilidade no cerne mesmo das decisões e atos”, por mais supérfluos que eles possam parecer, acrescentaríamos. Seria uma forma de valorizar o cotidiano e a ocupação das ruas, nosso exercício civilizatório. Quero ter aqui as mesmas opções que encontro em NY ou Paris não só em termos de lojas, ou de consumo, seja de luxo ou de bujigangas, mas num espírito de preservar a urbanidade e civilidade, com tecnologia a nosso favor. Utopias possíveis?
Utilizamos o carro por preguiça e por medo das ruas. Ruas arborizadas como em nenhuma outra cidade. Mas suas sombras tornam-se amedrontadoras ao invés de acolhedoras. Sentimento mudou, hoje são os portoalegrenses que temem as ruas desertas e os espaços vazios das outras cidades. Há alguns anos não era assim. No final dos 70 e início dos 80, nossos amigos argentinos, uruguaios ou bolivianos podiam sentir-se em liberdade ao circular pelas ruas à noite, sem medo da repressão política, ou do assalto à mão armada. Rio de Janeiro, São Paulo e mesmo Berlim, ou o metrô de NY é que eram temidos. Hoje a situação mudou de figura: as pessoas viajam para essas cidades e relatam que podem andar à noite nas ruas. São os portoalegrenses que precisam de uma adaptação para andar em ruas arborizadas e não precisar apressar o passo quando a estação do metrô está vazia ou num trecho com muitas árvores e sombras. Certo; assaltos eventuais acontecem em qualquer lugar, mas não é sobre a eventualidade que estamos falando. Trata-se de retomar uma confiança de que o espaço urbano pode e deve ser ocupado; seja pelos movimentos politicos que buscam expressão tipo “massa crítica”, seja porque simplesmente vamos tomar cerveja e ouvir música na Cidade Baixa ou no Moinhos.
Estamos no limiar de concretização de novas iniciativas: cais do porto, onde deixaremos de dar as costas para o Guaíba, sede da OSPA, novo centro cultural na zona norte, arenas multiuso.
Espero que isto venha nos autorizar a produzir e encontrar investimentos: financeiros, produtivos, criativos que redimensionem e reafirmem uma cultura local e definitivamente articulada com o que acontece no mundo. A aposta me parece válida para os que vivem aqui hoje e também os que vierem nos acompanhar no amor à cidade. Isto é o que desejo para um futuro (bem) próximo. Feliz aniversário para todos nós.

Postado por Cris Rodrigues 3 Comentários
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Terça-feira, 26 de março, Porto Alegre faz aniversário. Duzentos e quarenta e um anos que fazem da capital gaúcha uma cidade jovem ainda, na linha do tempo do mundo moderno. Segunda-feira, véspera da festa, a passagem de ônibus aumenta 7,02% em relação ao preço atual, tornando-se a mais cara das capitais brasileiras. Isso por um serviço demorado, sobrecarregado, ineficiente, ruim.
Podia ser apenas uma coincidência infeliz – ou uma burrice gigantesca da administração do Paço Municipal. Talvez ambas as alternativas estejam corretas, mas o fato de o aumento da passagem vir junto com o aniversário da cidade, mesmo diante de intensas manifestações populares, é emblemático. E diz muito de um modo de viver do porto-alegrense e principalmente de um modo de administrar a cidade.
Sabe, alguma coisa parece meio errada, meio fora do lugar. Minha relação com a cidade começou há quase 26 anos, quando vim pra cá virar gaúcha. Com o tempo, criei um orgulho bobo mas grande dessa cidade que sempre cultivou uma vida em comunidade, que tem parques em que todos – de todas as cores, credos, classes, idades, ideias – convivem, a capital mais arborizada do Brasil, de melhor qualidade de vida, melhor transporte público, de grande vida cultural, de efervescência política.
Porto Alegre é um nome bonito pra uma cidade, sempre achei. Mas ando meio pessimista e acho que ele faz cada vez menos sentido. Minha cidade está se tornando cada vez mais individualista. A capital que se mostrou pro mundo pelo fazer coletivo é, a cada dia mais, um amontoado de pessoas, cada uma no seu mundo. Ao mesmo tempo, e não por coincidência, Porto Alegre opta por investir em mais progresso, mais vias para carros, mais cimento e asfalto.
Porto Alegre mudou radicalmente sua opção na última década. Voltemos um pouquinho no tempo. Imagina a revolução que foi colocar o povo pra decidir onde o dinheiro público – do povo – vai ser investido. Isso é radicalizar o conceito de democracia, e isso não só é legal porque a gente ganha o poder de decidir onde os recursos vão ser aplicados e ponto. Isso cria uma relação social muito forte, aproxima as pessoas, que têm que decidir juntas o que é melhor para a comunidade, para que daí seja melhor para cada uma delas. Isso fortalece os laços sociais, os vínculos, a própria noção de comunidade.
O transporte coletivo é um dos vários fatores que se inserem nesse contexto. Ter um sistema eficiente de ônibus ajuda a diminuir o trânsito, sim, mas o ônibus é também um espaço de convivência, de exercício de cidadania. Porto Alegre deixou pra trás a opção pelo transporte público de qualidade e para todos, deixando de investir na qualidade dos ônibus e em alternativas viáveis e passando a incentivar o transporte individual, ao mesmo tempo em que não acompanhou as demandas da população ao não garantir condições de se circular em bicicletas pela cidade – com projetos apenas para inglês ver.
Ao mesmo tempo, a cidade ganha muitos prédios, muito altos. Nas áreas centrais, de muito luxo, com uma infraestrutura de lazer tão grande que nem o mais desocupado dos seres humanos seria capaz de aproveitar, até porque o ser-humano que vai morar ali não está muito interessado em dividir a piscina com o ser-humano que mora na porta do lado. Na periferia, prédios também altos, mas sem toda aquela bossa, cada vez mais longe. E assim o morador do prédio de cá e o morador do prédio de lá dialogam cada um com sua TV, em sua sala no 12º andar.
Projetos que ignoram o insulto ao meio ambiente e que desumanizam as relações são aprovados na Câmara Municipal quando ninguém está olhando e fazem parte desse novo modelo de sociedade que tira as áreas de convivência para colocar estacionamentos.
Grandes avenidas, grandes estádios, grandes prédios, mas tão pouca vida em tudo isso. Porto Alegre comemora seus 241 anos, mas pedindo, praticamente implorando, pra ser cuidada, pra ser valorizada, pra que volte a ser uma cidade de gentes.


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Alexandre Haubrich, de Cuba, especial para o Correio da Cidadania 
Entre contradições, certezas e dúvidas, Cuba constrói sua Revolução e seu país de forma soberana e complexa, à imagem e semelhança de seu povo. Com participação política e dificuldades econômicas, os cubanos vivem. Sem luxos, com alguma desigualdade recente, mas com os direitos básicos garantidos, eles vivem. Com o bloqueio estadunidense e com parcerias com Venezuela, Rússia e China, a Revolução sobrevive e muda. É difícil encontrar alguém que queira desistir do socialismo. A crítica é sempre à economia, mas a manutenção do sistema político parece ser vontade de todos. 
Gilberto Calil e Marcos Vinícius Ribeiro 
São inúmeras as denúncias. Algumas apontam sua conivência, cumplicidade e intimidade com os ditadores enquanto outras o acusam de forma mais direta em ações de terror de Estado. A cumplicidade foi compartilhada por toda a alta hierarquia católica argentina e, portanto, não é de estranhar que Bergoglio apareça sorridente e confortável ao lado de ditadores, tendo atuado sistematicamente contra os movimentos católicos renovadores de base popular. 
POLÍTICA 
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Os “vendedores do Brasil” estão na moda.  Os chefes dos executivos – presidentes, governadores, prefeitos – já operam de acordo com a máxima “governar é intermediar negócios”. Ao legislativo compete afastar os obstáculos aos desígnios da máquina mercante. A primazia absoluta do mercado e a hegemonia do intestino grosso da pequena política são o verso e o reverso do modelo dominante. 
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A classe dominante brasileira contribuiu para o reforço de sua autoridade. A burguesia brasileira confirmou a sua habilidade política assimilando Lula e o PT como a oposição eleitoral que o regime democrático necessitava como válvula de escape. 
Julio Cesar de Castro  
É tempo de restabelecer o legítimo Cristo da luta político-social, no processo de conscientização ante a exploração do homem pelo homem. Daí o Cristo pelos pobres. 
INTERNACIONAL 
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ECONOMIA 
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A ANP prioriza, claramente, nos convites para as audiências, a presença dos agentes econômicos, o que pode ser observado quando ela diz querer conhecer, através das audiências, as “críticas e sugestões dos agentes econômicos com relação ao pré-edital e ao novo contrato de concessão”. Nada é dito com relação à sociedade. A ANP não tem a isenção necessária para ser um verdadeiro árbitro. 
Paulo Passarinho 
O legado das propostas institucionais e transformadoras de Chávez aí está. Esperamos que o amadurecimento das lutas populares e de novas lideranças – que superem a ação da esquerda que sucumbiu no Brasil, pela nefasta influência do lulismo – tenham a capacidade de transformar o que é hoje um sonho em realidade palpável.  
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Newsletter Diária da Associação Desenvolvimentista Brasileira - 25 de março
Passados nove dias da realização da 7ª Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais, a Presidenta Dilma Rousseff sancionou o Projeto de Lei (12.790) que Regulamenta a Categoria Profissional de Empregados no Comércio, a principal bandeira empunhada pelos mais de mil comerciários ligados à nossa Federação, que participaram ativamente do movimento, dia 6 de março, em Brasília (DF). Com mais de 50 mil manifestantes, das mais variadas categorias de trabalhadores, essa foi a maior e mais consistente das Marchas rumo a Brasília organizadas pelas Centrais.. Leia mais aqui.
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Aepet Direto  26 de Março de 2013 
          







                                                                                              
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Destaque







A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NA FOZ DA AMAZONAS







Faz sentido colocar em risco o ecossistema da Foz do Amazonas em nome do petróleo? Bióloga questiona riscos da exploração na área mais cobiçada do próximo leilão de petróleo. Recentemente, a Bacia da Foz do Amazonas se tornouuma das áreas mais desejadas das empresas internacionais interessadas na exploração de petróleo, por conta da descoberta, no litoral da vizinha Guiana Francesa, em 2011, de grandes reservatórios exploráveis de petróleo. Antes de entrar no mérito dos possíveis – ou melhor, certos – impactos ambientais nesta área, decorrentes deste tipo de atividade, devemos analisar um pouco a região por um prisma geográfico e biológico. A bacia amazônica abrange uma área de 7 milhões de km², compreendendo terr as de vários países da América do Sul (Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia e Brasil). É a maior bacia fluvial do mundo. De sua área total, cerca de 3,89 milhões de km² (45%) encontram-se no Brasil, abrangendo os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá. A floresta amazônica, incluindo sua bacia hidrográfica, é considerada patrimônio mundial pela UNESCO, e é a mais rica floresta tropical do mundo em termos de biodiversidade (mais de um terço de todas as espécies no mundo vivem nela). Lá se encontram uma das maiores concentrações de água doce e enormes extensões de terras ainda com cobertura florestal.(Bióloga Raquel Davis/Nicomex Notícias)














Notícias







 O PRÉ-SAL E O ESTADO DO RJ







Cidades do interior do Estado do Rio estão se tornando cada vez mais a "bola da vez" na atração de investimentos. A motivação vem do crescimento do setor de petróleo, de obras como o Complexo Petroquímico de Itaboraí e do Porto de Itaguaí. Empreendimentos residenciais, comerciais e hoteleiros mudam o desenho e a economia destas cidades e entram na planilha de recursos destinados pelas empresas do setor. Aliado a isso, o fato de as aplicações financeiras não oferecerem o mesmo atrativo de antes em rendimentos. Motivo pelo qual, segundo Ricardo Ranauro,diretor-presidente da Construtora Calper, os investidores de fundos continuam migrando para os imóveis.(O Dia)














O CARVÃO GAUCHO E NACIONAL







Demorou, mas está aí. Uma notícia ansiosamente aguardada ganha, muito justamente, as manchetes dos jornais rio-grandenses. O Ministério de Minas e Energia anuncia a utilização do nosso carvão para a geração energética. Nossa matriz é altamente diversificada e renovável comparada com os demais países industrializados do mundo. O Brasil tem o petróleo, o gás natural, os recursos hídricos, o etanol e a biomassa, além das energias solar e eólica. Faltava aproveitar melhor o carvão; e o Senado tem sido palco de apelos veementes de representantes do Rio Grande, dirigidos ao governo federal, sobre a necessidade da inclusão do produto nos leilões de energia. A maior jazida de carvão mineral do país está localizada e m nosso Estado, no município de Candiota, com 1 bilhão de toneladas de carvão, ou 23% das reservas nacionais. Localizada em uma região histórica, a Metade Sul, 390 quilômetros ao sul de Porto Alegre, a cidade deve seu nome a imigrantes gregos oriundos da ilha de Creta (ex-Cândia), que chegaram ao lugar no século 18, vindos da Argentina. (SENADOR PEDRO SIMON)














Petróleo e Política







O AUTORITARISMO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE  







Nossa sociedade é agredida por inúmeros comportamentos autoritários, no dia-a-dia, e os absorve como se fossem intrínsecos à vida. Outras sociedades podem sofrer com autoritarismos análogos ou até mais drásticos, mas isto não justifica o que aqui acontece. Pode-se dizer que ações impositivas, socialmente irracionais, são uma tradição cultural, a herança de sistemas passados sem garantias ou uma característica natural dos humanos. A escravidão é uma das expressões máximas de ação desumana de força e despotismo. Maquiavel, ao sugerir ações para o Príncipe, visando este se manter no poder, recomendava toda sorte de ameaças e castigos, inclusive mortes. Entretanto, não é porque existe um triste passado de autoritarismo que ações atuais de força estão liberadas. Mesmo com a aparência democrática da sociedade moderna ocidental, a verdade é que a liberdade existe nos pontos onde ela não prejudica a acumulação de riqueza. A arquitetura do sistema existente foi feita para garantir a acumulação com estampa democrática. Um país, como o nosso, com grande desnível de renda e riqueza, apesar da melhoria dos últimos anos, não tem democracia econômica.(Paulo Metri)














DEBATE NO CLUBE DE ENGENHARIA SOBRE A LAGOA RODRIGO DE FREITAS  







Na 5ª feira(04/04) das 14h às 18h30 no Clube de Engenharia(Av. Rio Branco, 124/20º andar) haverá uma Mesa Redonda sobre a RENOVAÇÃO DAS ÁGUAS DA LAGOA RODRIGO DE FREITAS. Os palestrantes serão:Eng. Alexandre de Bonis – Coordenador de Recursos Hídricos do SMAC; Eng. Flávio Coutinho – Membro da DRHS; Eng. Jorge Rios – Chefe da DRHS. O evento tem o apoio da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS NA FRANÇA(ABPEF)(Assessoria de Imprensa do Clube de Engenharia/Redação)















COTAÇÃO DO PETRÓLEO








O barril Tipo Brent estava em US$ 107,95 em Londres nesta 2ª feira(25/03). Por seu lado o óleo leve negociado em Nova Iorque foi para US$ 94,57 o barril. (Infomoney)







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O petroleiro e associado da AEPET, ao se aposentar, pode continuar nos quadros da Entidade. Para tanto, deverá assinar e encaminhar a nova autorização de desconto à Petros, garantindo sua permanência na AEPET e desfrutando dos benefícios oferecidos pela Entidade. E mais: continuará contribuindo com a luta em defesa do Sistema Petrobrás e seu corpo técnico e da soberania do Brasil sobre o seu petróleo. Continue na AEPET e convide os seus amigos para que se associem.  Ligue (21) 2277-3750 ou associe-se agora mesmo. 
*Confira os benefícios oferecidos pela AEPET. 
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BOAS LEITURAS – Com cumprimentos do Paulo Timm www.paulotimm.com.br- 22 março 2013
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