Procuramos no Site da Prefeitura
informação sobre o número de vítimas da Dengue no Município. Nada encontramos
sobre casos notificados. Mas há notícias por depoimentos de populares de que há
vários pontos da Zona Urbana com pessoas afetadas. Correm rumores de que os
corredores do Hospital São João Batista se encontram lotados de gente esperando
por atendimento. Os casos de espera são pouco definidos por haver muitas
situações de rotina, acumuladas naquela unidade hospitalar devido à
monopolização do Sistema Único de Saúde (SUS), após o corte da verba pública da
Casa de Saúde Santa Rosa.
A Dengue que se alastra em todo o
Estado atinge Visconde do Rio Branco, como de costume. Esta é a ocasião mais
propícia para seu alastramento, depois do Carnaval, que atraiu visitantes de várias
partes do país, como acontece em todos os anos. São fatores externos da
propagação. Existem também os internos,
causados pelos matagais e objetos com água nos quintais, caixas abertas, os
pneus velhos abandonados, o lixo acumulado em vários pontos do perímetro
urbano, onde a proliferação dos mosquitos
Aëdes Aegypti, transmissores da Dengue,
acontece com freqüência. As altas temperaturas de Visconde do Rio Branco
completam o rol de fatores para a sua ocorrência. Nesta hora, 22:19, estamos com 30,6ºC.
O que mais se pode esperar nesta época do ano são as
enchentes e o surto de Dengue. As enchentes, felizmente, não aconteceram
ainda. Entretanto, para ambos os casos,
teria que haver a prevenção. Diminuir a
capacidade de atendimento hospitalar veio na contramão da razão, se
considerarmos as necessidades do povo, predominantemente de baixa renda, que
não pode pagar consulta e tratamento particular.
A falta de informação
do número de ocorrência da Dengue deixa a população desorientada. Quem não foi
afetado, não tem noção do perigo que ronda, e, na maioria das vezes, fica sem
tomar providências para evitar o mal. Há rumores de que as notificações têm
considerado somente os casos confirmados após exames laboratoriais que hajam
sido feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os realizados por procedimentos particulares deixam de contar nas
estatísticas oficiais. Como estamos
vivendo um momento de carência de atendimento pelo SUS, não há noção da real
situação do surto no Município. E muitos doentes que não conseguem o
atendimento pelo sistema público, nem podem pagar tratamento particular, ficam
expostos a agravamento do seu quadro de saúde, de onde pode ocorrer óbito, sem reconhecimento
oficial da sua causa.
Por outro lado, pessoas que buscam remédios na Farmácia
Central (A Farmacinha da Prefeitura), na Rua Major Felicíssimo, têm reclamado
de serem mandados para a Farmácia Popular.
Lá os atendentes dizem que somente o doente pode buscar os remédios, ou
alguém com procuração pública, passada pelo paciente, terá como receber os
remédios. Até aqui, esses procedimentos
contrastam com as promessas do outrora candidato Iran, agora prefeito em
exercício, quando dizia: “REMÉDIOS MAIS PERTO DO PACIENTE – Com o controle da
prefeitura, a distribuição dos remédios voltará a ser feita nos postos de
saúde, facilitando o acesso. Pois quem tem que andar é a prefeitura e não o
cidadão”. Chegou a constar no seu livro
de campanha: “PROGRAMA REMÉDIO EM CASA – A Prefeitura irá entregar em domicílio
os remédios de uso continuo para pacientes que não têm condições de se
locomover até o posto de saúde para buscá-lo”.
Se procederem as informações dos reclamantes, está acontecendo tudo ao
contrário do prometido.
Este caos, positivamente, reflete retrocesso. Início de
mandato (Dois para três meses) não justifica andar para trás. Para melhorar, tudo poderia começar do
estágio encontrado. Dali para frente.
Mas retroceder, nunca!
O “descredenciamento” da Casa de Saúde e a consequente monopolização
pelo Hospital parece irreversível. O monopólio de qualquer atividade onde corre
dinheiro (verbas públicas) é muito bom para quem presta o serviço, pela lei da
oferta e procura. Dá lucro maior. Mas é desumano fazer da saúde pública
mercadoria. Há muitos países, mesmo capitalistas, onde saúde e educação nada
custam ao povo. E a Cuba socialista, tão pobre e bloqueada economicamente há
mais de 50 anos, oferece tudo isto é de graça.
Veja matéria anterior na COLUNA DO PAULO TIMM, neste mesmo número.
E Visconde do Rio Branco, nome em homenagem ao autor da Lei do Ventre
Livre, está sendo escravizada na questão da saúde. A prefeitura anda para trás, enquanto põe o
doente a andar atrás dos remédios e de tratamento. Isto se tiverem fundamento
as informações recebidas. Ficamos no
condicional até o tempo definir os fatos.
Ficamos abertos aos esclarecimentos dos órgãos públicos sobre todas as
questões levantadas neste comentário.
(Franklin Netto –
viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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