terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Retrocesso na Saúde fica evidente com o surte de Dengue


         

         Procuramos no Site da Prefeitura informação sobre o número de vítimas da Dengue no Município. Nada encontramos sobre casos notificados. Mas há notícias por depoimentos de populares de que há vários pontos da Zona Urbana com pessoas afetadas. Correm rumores de que os corredores do Hospital São João Batista se encontram lotados de gente esperando por atendimento. Os casos de espera são pouco definidos por haver muitas situações de rotina, acumuladas naquela unidade hospitalar devido à monopolização do Sistema Único de Saúde (SUS), após o corte da verba pública da Casa de Saúde Santa Rosa.

         A Dengue que se alastra em todo o Estado atinge Visconde do Rio Branco, como de costume. Esta é a ocasião mais propícia para seu alastramento, depois do Carnaval, que atraiu visitantes de várias partes do país, como acontece em todos os anos. São fatores externos da propagação.  Existem também os internos, causados pelos matagais e objetos com água nos quintais, caixas abertas, os pneus velhos abandonados, o lixo acumulado em vários pontos do perímetro urbano, onde a proliferação dos mosquitos  Aëdes Aegypti, transmissores da Dengue, acontece com freqüência. As altas temperaturas de Visconde do Rio Branco completam o rol de fatores para a sua ocorrência.  Nesta hora, 22:19, estamos com 30,6ºC.

        O que mais se pode esperar nesta época do ano são as enchentes e o surto de Dengue. As enchentes, felizmente, não aconteceram ainda.  Entretanto, para ambos os casos, teria que haver a prevenção.  Diminuir a capacidade de atendimento hospitalar veio na contramão da razão, se considerarmos as necessidades do povo, predominantemente de baixa renda, que não pode pagar consulta e tratamento particular. 

         A falta de informação do número de ocorrência da Dengue deixa a população desorientada. Quem não foi afetado, não tem noção do perigo que ronda, e, na maioria das vezes, fica sem tomar providências para evitar o mal. Há rumores de que as notificações têm considerado somente os casos confirmados após exames laboratoriais que hajam sido feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  Os realizados por procedimentos particulares deixam de contar nas estatísticas oficiais.  Como estamos vivendo um momento de carência de atendimento pelo SUS, não há noção da real situação do surto no Município. E muitos doentes que não conseguem o atendimento pelo sistema público, nem podem pagar tratamento particular, ficam expostos a agravamento do seu quadro de saúde, de onde pode ocorrer óbito, sem reconhecimento oficial da sua causa.

        Por outro lado, pessoas que buscam remédios na Farmácia Central (A Farmacinha da Prefeitura), na Rua Major Felicíssimo, têm reclamado de serem mandados para a Farmácia Popular.  Lá os atendentes dizem que somente o doente pode buscar os remédios, ou alguém com procuração pública, passada pelo paciente, terá como receber os remédios.  Até aqui, esses procedimentos contrastam com as promessas do outrora candidato Iran, agora prefeito em exercício, quando dizia: “REMÉDIOS MAIS PERTO DO PACIENTE – Com o controle da prefeitura, a distribuição dos remédios voltará a ser feita nos postos de saúde, facilitando o acesso. Pois quem tem que andar é a prefeitura e não o cidadão”.  Chegou a constar no seu livro de campanha: “PROGRAMA REMÉDIO EM CASA – A Prefeitura irá entregar em domicílio os remédios de uso continuo para pacientes que não têm condições de se locomover até o posto de saúde para buscá-lo”.   Se procederem as informações dos reclamantes, está acontecendo tudo ao contrário do prometido.

        Este caos, positivamente, reflete retrocesso. Início de mandato (Dois para três meses) não justifica andar para trás.  Para melhorar, tudo poderia começar do estágio encontrado. Dali para frente.  Mas retroceder, nunca!

O “descredenciamento” da Casa de Saúde e a consequente monopolização pelo Hospital parece irreversível. O monopólio de qualquer atividade onde corre dinheiro (verbas públicas) é muito bom para quem presta o serviço, pela lei da oferta e procura. Dá lucro maior. Mas é desumano fazer da saúde pública mercadoria. Há muitos países, mesmo capitalistas, onde saúde e educação nada custam ao povo. E a Cuba socialista, tão pobre e bloqueada economicamente há mais de 50 anos, oferece tudo isto é de graça.  Veja matéria anterior na COLUNA DO PAULO TIMM, neste mesmo número.

E Visconde do Rio Branco, nome em homenagem ao autor da Lei do Ventre Livre, está sendo escravizada na questão da saúde.  A prefeitura anda para trás, enquanto põe o doente a andar atrás dos remédios e de tratamento. Isto se tiverem fundamento as informações recebidas.  Ficamos no condicional até o tempo definir os fatos.

Ficamos abertos aos esclarecimentos dos órgãos públicos sobre todas as questões levantadas neste comentário.

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

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