O Hospital público municipal é o mais
indicado para atender às necessidades da população, dentro do princípio
constitucional de que “Saúde é direito de todos”. Não tem capital privado como parte de uma
sociedade que se apregoa “sem fins lucrativos” e passa a ideia de
caridade. Saúde como caridade humilha as
pessoas em seu direito legítimo tanto pela condição humana, quanto pelo
exercício de cidadania que a caridade aniquila.
Pode até acontecer de um grupo bem
intencionado fundar uma instituição para usar o seu capital socialmente. Mas
isto não passa da primeira geração. Logo em seguida, os participantes de uma sociedade
nesses moldes procuram, direta ou indiretamente, levar vantagem com os ‘benefícios’
oferecidos às parcelas carentes da população. Os recursos para a saúde são disponibilizados
pelo Sistema Único de Saúde(SUS) suficientemente sem depender desses favores,
que colocam os assistidos reféns dos
seus caprichos. Raro é o capitalista que aplica seu dinheiro sem pensar em
retorno. Se procurar de vela acesa, pode ser que encontre algum com esse
espírito desprendido.
Em Visconde do Rio Branco percebemos
nitidamente a partidarização da saúde pública controlada pelo capital privado.
As duas correntes que se revezam no poder nos últimos 28 anos, são encabeçadas
por duas pessoas, cada uma representando uma casa hospitalar: Hospital São João
Batista, administrado por uma Associação Beneficente; e a Casa de Saúde Santa
Rosa, fundada como instituição privada. Ambas fazem funcionar, na prática, o
bipartidarismo local, que envolve funcionários e clientes de uma e de outra.
Os partidos naturais da vida política
têm nenhuma expressão diante do domínio dos interesses dos grupos de um lado e
de outro. Pode-se dizer que os cidadãos com menos de 30 anos vêm tendo sua
definição partidária a partir do ventre materno, nos acompanhamentos do
pré-parto por onde as gestantes recebem tratamento. E a disputa pelo poder está
ligada ao que poderá o eleito destinar à instituição que lhe dá suporte
eleitoral.
Nesse imbróglio, o Município alcançou
no ano passado relevante posição no ranking da Saúde, quando recebeu pontuação
pelas avaliações do SUS, conforme consta no site da Prefeitura: “ Visconde do Rio Branco saiu na frente com a
média 6,21 consolidando ainda mais o nome de nossa Cidade no que diz respeito
aos serviços de saúde prestados no município. Enquanto a média do Brasil
ficou com 5,47 / Região Sudeste 5,56/ Minas Gerais 5,87.”
Com o resultado das eleições, o jogo virou. A Lei de
Responsabilidade Fiscal impede que o Prefeito em fim de mandato deixe dívida
para o sucessor. E, nem sempre,
os estoques de remédios puderam ser recompostos. Faltou remédio na Farmácia Municipal.
Com a posse da
recente administração surgiu mais um fato que veio agravar o problema da Saúde.
Das duas casas hospitalares, uma deixou de ter repassada a verba do SUS, a Casa
de Saúde Santa Rosa. E o Hospital São João Batista, beneficiado com a
exclusividade do repasse, deixou de ter capacidade para atender a demanda.
Fonte
fidedigna passou-nos esta informação: “OUTRO DETALHE QUE DEVEMOS OBSERVAR É QUE O MUNICÍPIO DAVA PARA A CLÍNICA
E O HOSPITAL 10 MIL PARA CADA E O DR JOÃO CRIOU UM FUNDO DE 50 MIL REAIS PARA A
CLÍNICA NÃO FECHAR, COM ISSO A ASSERVE PASSOU A SEDE PRA LÁ. ALIADO A ISSO O IRAN PASSOU A ASSERVE PARA O
HOSPITAL E A VERBA DE 60 MIL QUE ANTES ERA DA CLÍNICA PASSOU A SER DO HOSPITAL
ASSIM ACREDITO NO FECHAMENTO DA CLINICA”, conclui.
Na última quinta-feira, 14, moradores de fora, alguns de São
Geraldo, diziam que a Casa de Saúde Santa Rosa só estava atendendo para
tratamento particular. Neste caso, o
Sistema Único de Saúde estaria dando cobertura somente para o Hospital, que se
encontrava lotado, sem vaga para internação.
Serviço público prestado por
particulares resulta em prejuízo para a população. Procura maior do que a oferta dá lucro para
quem presta o serviço, e encarece seus preços.
Por todas essas razões, o Hospital
Público Municipal serve melhor aos contribuintes do Erário e ainda pode atender
solidariamente os moradores de outros municípios que não disponham de unidade
hospitalar. Privatizar os serviços do
Estado e dos municípios torna-se danoso para o povo, principalmente quando se
trata de atividades indispensáveis, como saúde. A doença não manda aviso
prévio. A falta do atendimento, ou o preço desse serviço, tratado
sordidamente como “mercadoria”, resulta em perda de vidas.
Tratar desses problemas é tarefa para
estadistas, não para políticos comuns.
(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário