sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

COLUNA DO PAULO TIMM(Torres-RS) - Drops 22 e 21





Paulo Timm



Foto     
"Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender:

1. Uma pessoa que é boa com você, ma...s grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria “reuniões”.
8. Há uma linha muito tênue entre “hobby” e “doença mental”.
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão… que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… e que valeu a pena!"

Luís Fernando Veríssimo






Drops fev 21






Parte inferior do formulário
UVAS ELETRÔNICAS
da vinícola de Victor Leonardi

Colheita 3
... “Como caracterizar estas uvas? É difícil mas acho que são fragmentos de um tipo especial: memória de poemas lidos, de conversas entrecruzadas, de ações empreendidas, de erros reconsiderados, de becos sem saída, de jornadas extenuantes e quixotescas enfrentadas sem nenhuma chance de sucesso, de sonhos sonhados a respeito da possibilidade de um mundo um pouquinho melhor. São, portanto, uvas - devaneios pensadas nas fronteiras do possível.”
Victor Leonardi
“Se sussurrares teu nome secreto nos meus caminhos, te prometo, morte, a vida de um poeta. A minha: palavras vivas, fogo, fonte. (...) Não me procures ali, onde os vivos visitam os chamados mortos. Procura-me dentro das grandes águas, nas praças, num fogo-coração, entre cavalos, cães, nos arrozais, no arroio, ou junto aos pássaros.”
Hilda Hilst
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida podia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita.”
Gonzaguinha
                                                  PÉROLAS DA MUSICA POPULAR BRASILEIRA
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.”
Gonzaguinha - (O que é, o que é?) viver e não ter a vergonha de ser ...
               http://www.youtube.com/watch?v=vjqyHkzMgBQ
                                                                 ***
Qual o papel do chefão da CBF no assassinato de Vladimir Herzog?
15.02.13Por Andrew Jennings#CopaPública
http://www.apublica.org/2013/02/qual-papel-chefao-futebol-brasileiro-assassinato-de-herzog 123456
O repórter investigativo britânico Andrew Jennings relembra os pecados do atual presidente da CBF, José Maria Marin, durante a ditadura brasileira.


Brasília, 11 de dezembro de 2012: O deputado Romário chega de mansinho na sala da Comissão. Uma centena de pares de olhos seguem o icônico Baixinho que se dirige primeiro à imprensa. “Andrew Jennings, meu amigo, como vai”, diz, enquanto aperta minha mão entre as suas.


Ele parece estar em grande forma, leve, relaxado, sorridente, e um brilho no olhar que promete: um dos maiores goleadores do mundo está prestes a marcar mais um tento. Sem fazer alarde, como sempre. Romario simplesmente marca: Gol!


“Melhor agora que encontrei você, companheiro”, respondo. Ele dá risada e vai embora, driblando as mesas para tomar assento na Comissão de Esporte e Turismo da Câmara, da qual faz parte.


Romario aguarda pacientemente por alguns minutos. Então, o presidente da mesa lhe passa a bola: é sua vez de falar. Ele não sorri agora.


“As pessoas me param na rua para dizer: ‘Traga o Teixeira de volta, o novo presidente da CBF é pior’”.


Pronto. Com apenas uma frase ele agarrou a bola e: gol!
Durante 23 anos Ricardo Teixeira desviou dinheiro da FIFA e da CBF. O peso da corrupção finalmente o forçou a renunciar nove meses atrás e os torcedores puderam recolher as faixas “Fora Teixeira” que estendiam nos estádios.


Como o cara que assumiu a CBF, o octogenário José Maria Marin, poderia ser pior que o antecessor? Certamente ele vai fundo saqueando o futebol brasileiro, mas Marin não tem como superar as décadas de roubo de Ricky Vigarista.


A resposta está fora do campo do futebol, em uma história sórdida que vem do tempo da ditadura militar. Por isso a indignação em São Paulo – onde manifestantes protestaram diante de sua casa- nas colunas dos jornais, no Congresso, onde foi acusado de ter “as mãos sujas de sangue”
* * * * * * * *
Brasília, 13 de dezembro de 1968: Quatro anos depois do golpe militar que implantou a ditadura no Brasil veio uma lei – o famigerado AI-5 – que dava ao milico que estivesse na cadeira da presidência o poder de fazer o que lhe desse na telha. O Congresso estava amordaçado, os partidos políticos, banidos e os direitos humanos, extintos. A censura corria solta nos jornais, na música, no teatro, no cinema.


Sabendo-se ilegítimos e odiados pelo povo, os generais declararam a guerra suja contra os opositores. Torturava-se e matava-se na Operação Bandeirantes – a OBAN – executada por policiais civis e militares e secretamente financiada por empresários brasileiros e corporações americanas – que pagavam bônus para tirar os sindicalistas de suas fábricas.


Em 1970, entre os milhares de presos estava uma jovem estudante, Dilma Rousseff, que se juntara a um grupo clandestino de guerrilha urbana. Ela descreveu, em uma entrevista de 2011, as pancadas que recebia nua e amarrada, entremeadas por choque elétricos nos pontos mais sensíveis do corpo, que chegaram a provocar hemorragia uterina.


São Paulo, 15 de março de 1971: Enquanto os torturadores da OBAN davam choques em Dilma, José Maria Marin – que muito depois se tornaria o chefão do futebol – assumia o mandato de deputado estadual. Se quisesse, Marin teria ouvido os gritos dela. Ele tinha conhecimento da tortura mas isso não o incomodava. Os militares não faziam segredo da sua brutalidade; eles precisavam de uma população acuada, intimidada para se impor.


O senhor Marin aderira à ARENA, o partido criado para os políticos da ditadura. Ele gostava dos militares porque eles o deixavam pertinho do caixa-forte; e os militares o apreciavam porque era a caixinha de música deles. Bastava apertar o botão, e lá ia Marin discursar na Assembléia, denunciando os comunistas ou qualquer um que a OBAN quisesse, dando o pretexto para prender e torturar.


De vez em quando Marin se encontrava com Sérgio Fleury nos bastidores políticos ou nos restaurantes da moda em São Paulo. Fleury era um sádico de primeira, um artista da tortura. O Príncipe da Dor supervisionava inquéritos e operava uma rede de cativeiros privados – em casas, chácaras – onde clandestinamente os presos políticos eram torturados dias a fio. Muitos morreram – ou simplesmente desapareceram.


Seus gângsters em trajes civis invadiam qualquer casa a qualquer hora e quando queriam se divertir, espancavam o suspeito. As crianças assistiam, aterrorizadas. Os revólveres disparavam. Marin tinha Fleury em alta conta.


São Paulo, janeiro de 2013: “Depois que a ditadura se instalou, ser jornalista se tornou uma ocupação prejudicial à saúde. Eu tinha saído do país seis meses antes e estava em Londres, trabalhando para o serviço brasileiro da BBC”, lembra o jornalista Nemércio Nogueira.


“Eu e um colega fizemos um lobby para que a BBC oferecesse um emprego ao amigo e jornalista Vladimir Herzog. Em 1965 eles contrataram o Vlado, que veio com a mulher, Clarice; eles tiveram os dois filhos em Londres, Ivo e André”.


Depois de três anos na BBC, em agosto de 1975, ele voltou com a família para o Brasil, e foi nomeado editor-chefe da TV Cultura, uma emissora do governo do Estado. Agora ele estava na esfera de influência do deputado José Maria Marin, porta-voz de Fleury e dos generais.


A ditadura começava a rachar. A luta armada tinha sido sufocada, os guerrilheiros eliminados. Alguns generais pregavam um retorno gradual e cauteloso à democracia. Mas os linha-dura não queriam ouvir falar nisso; para continuar nos negócios precisavam da “ameaça vermelha”. Os soldados da tortura concordavam do fundo do coração.


Eles conseguiram ajuda externa. Os serviços de segurança da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai lançaram a Operação Condor, sincronizada através de uma base da CIA no Panamá, prendendo e assassinando lideranças de esquerda e opositores da ditadura em toda a América Latina.


Vlado era mais do que um respeitado ex-repórter e produtor da BBC. Graduado em Filosofia, era um documentarista bem sucedido e professor de jornalismo na Universidade de São Paulo.


Outros colegas jornalistas recordam: “Vlado tinha um estilo direto e despojado de falar e escrever, e não era dado à retórica. Uma frase que usava com frequência, que resume o pensamento dele – e está gravada em sua lápide – era: “Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”.
Sua família conhecia o medo, o medo das atrocidades. Judeus, eles fugiram da Croácia quando ele era menino por causa dos nazistas.


Ivo Herzog me disse: “Sim, meu pai era membro do Partido Comunista Brasileiro. Mas não era um grupo armado. Era mais como um grupo de debates.”


As denúncias serviam ao que Fleury e seus sádicos queriam. Eles começaram a prender os suspeitos de serem comunistas e torturá-los para obter mais nomes.
* * * * * * *
São Paulo, Setembro de 1975: Claudio Marques era um provocador barato, um porta-voz dos torturadores que entrava nos lares da cidade pela TV.


“Conheci o Claudio pessoalmente, como jornalista, e ele me parecia um canalha. Acho que ele não era mais do que um oportunista que viu na ditadura uma forma de obter favores, patrocínio para sua coluna, seu programa de TV, um emprego, qualquer coisa”, lembra o jornalista Nemércio Nogueira, amigo e colega de Vlado na BBC.


Claudio fazia tudo que podia para conseguir a gratidão dos generais. Fleury queria vermelhos? Claudio proveria. Ele começou a escrever sua “Coluna Um”.
“Viram o noticiário de ontem na TV Cultura? Falando do esquerdista vietnamita Ho Chi Min?”


Não interessava que a materia tivesse vindo da BBC Visnews, ali estava a prova de que o canal estatal tinha sido tomado pelos vermelhos! E o governo vai ficar parado assistindo a isso?


Isso foi na primeira semana de setembro. Dois dias depois, a coluna de Claudio espalharia o veneno pela segunda vez.


As prisões dos comunistas suspeitos começou na última semana de setembro. Amarrados na Cadeira de Dragão, com eletrodos no nariz e no pênis, e afogados em baldes de água, eles estavam gritando nomes.
A campanha se mudou para o Congresso.
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São Paulo, 9 de outubro, 1975: O fantoche escolhido para fazer o aquecimento era o deputado Wadih Helu, outra criatura da ditadura. Ele tomou assento nas fileiras da Arena enquanto providenciava lugares discretos para os interrogatórios dos torturadores de Fleury.


Helu trazia “denúncias graves” a seus colegas na Assembléia.


Veja só: o governo tinha acabado de inaugurar um novo sistema de esgoto e quem assiste à TV Cultura não ficou sabendo disso. Eles não mandaram equipe! (controle sua vontade de rir, o fim da história é funesto).


Fingindo tremer de raiva, o deputado Helu prosseguiu: “A ausência da equipe da TV Cultura nas inaugurações do governo não é novidade para quem tem acompanhado a coluna de Cláudio Marques, denunciando a infiltração de elementos comunistas na TV do estado”.


Helu subiu o tom: “Eles só mostram notícias negativas, nada de positivo. Estão fazendo proselitismo do comunismo subserviente, tornando-se, como diz Claudio Marques, ‘a TV Cultura vietnamita de São Paulo’, usando dinheiro do povo para prestar um desserviço ao governo e à Pátria”.


Helu sentou. Era a vez do deputado arenista José Maria Marin.


“Acho estranho que apesar da imprensa estar levantando o problema há tempos, pedindo providências aos órgãos competentes em relação ao que está acontecendo no canal 2, não tenha acontecido nada até agora”.


“Não é só uma questão daquilo que eles publicam mas o desconforto que provocam não apenas aqui, nem apenas nos círculos políticos, mas que se comenta em quase todos os lares paulistas”.


Alguma coisa tinha que ser feita.


“Gostaria de chamar a atenção da Secretaria de Cultura de São Paulo, do governador do Estado que devem definitivamente apurar as denúncias publicadas na imprensa de São Paulo, em especial, pelo corajoso jornalista Claudio Marques”.


“Faço um apelo ao governador do Estado: ou jornalista está errado ou está certo. Essa omissão por parte da Secretaria do Estado e do governador não pode persistir. Mais do que nunca é necessário agir para que a tranquilidade reine novamente nesta Casa e, principalmente, nos lares de São Paulo”.


Sérgio Fleury e seus gorilas agora tinham carta branca para trabalhar. Essa era a mensagem do discurso de Marin. O relógio estava correndo depressa no sentido de abreviar a vida de Herzog.


“Naquele tempo a gente vivia no olho do furacão”, lembra o amigo e colega de Vlado, Paulo Markun. Oito dias depois, Markun foi preso. “Fui torturado e confessei que era membro do Partido Comunista”, disse.


Na noite de 24 de outubro, 15 dias depois dos discursos raivosos de Helu e Marin na Assembléia, os policiais chegaram na TV Cultura querendo levar Vlado. Os colegas de redação argumentaram que ele estava fechando o jornal da noite e que, se o levassem naquele momento, o programa não iria ao ar. Vlado se ofereceu para ir voluntariamente à polícia no dia seguinte.
Vlado foi incauto? Era ingênuo? Um colega e amigo dele me disse: “Minha interpretação é que, morando em endereço bem conhecido, sendo um jornalista renomado, com um cargo alto na TV estatal, e sem envolvimento na luta armada, ele não tinha muito o que temer”.
* * * * * * * * *
São Paulo, 25 de Outubro de 1975: Vladimir Herzog, 38 anos, acordou mais cedo do que de costume na manhã de sábado. Fez a barba, tomou banho e deu um beijo de despedida em Clarice, que ainda estava na cama.


Ela queria levantar e fazer o café da manhã, mas ele lhe disse que não se preocupasse, que no caminho pararia em uma padaria para tomar um café com leite.
No fundo, no fundo, todos os que não eram aliados do regime tinham medo de “desaparecer”. Afinal, naquela época isso acontecia mesmo. Vlado combinou de encontrar um colega que o acompanhou até o número 921 da rua Tutóia, no bairro do Paraíso, hoje o 36o distrito policial. Eles chegaram por volta das 8 horas da manhã.
Por trás dos muros altos guardados por sentinelas funcionava a OBAN. Vlado cruzou o portão de entrada e disse ao recepcionista seu nome completo, profissão, número de RG.


E esperou sentado em um dos bancos de madeira no amplo hall que conduzia a um vidro e uma porta de ferro. Minutos depois, foi levado para interrogatório.


Vlado recebeu a ordem de tirar as roupas e colocar os trajes de prisioneiro. Na sala de interrogatório já estavam dois prisioneiros com os rostos cobertos por capuzes pretos.
Um deles, Rodolfo Konder, reconheceu o amigo: “Consegui erguer um pouco o capuz e reconheci seus sapatos, os mocassins pretos do Vlado”.


Vlado negou ser membro do Partido Comunista. Konder e o outro prisioneiro foram levados. Pouco tempo depois, eles ouviram os gritos de Vlado quando os choques elétricos começaram.


Os gritos duraram boa parte da manhã. “Os choques eram tão violentos, que Vlado uivava de dor”, diz Konder. “Eles ligaram um rádio para abafar o som”.


“Cerca de uma hora depois, eles me levaram para outra sala onde pude tirar o capuz e eu vi o Vlado. O homem que fazia o interrogatório, aparentava uns 35 anos, era magro, musculoso, com uma tatuagem de âncora no braço, disse-me para falar para ele que era inútil resistir”, lembra Konder.


“Vlado estava com o capuz enfiado na cabeça, tremendo, desfigurado. Tive que ajudá-lo a escrever uma confissão dizendo que ele tinha sido convencido por mim a entrar no PCB e listar outros membros do partido”.


Sobre isso, Ivo Herzog me disse: “Eles interromperam os choques e ditaram uma nota para ele escrever. Ele obedeceu, escreveu, então refletiu e rasgou a nota. Eles aumentaram a voltagem, os gritos dele voltaram a ser ouvidos e os choques o mataram”.


Ele hesita um pouco e para de falar. “Minha família não gosta de recordar a tortura. Eles não tinha necessidade de matar meu pai – foi sem intenção”.
Fleury estava na sala? – perguntei.


“Não sabemos”, diz Ivo. “Mas sei que o Marin estava bem preparado para colocar a vida do meu pai em perigo e assim ficar bem com os militares”.
Tarde da noite, Clarice Herzog recebeu as notícias da morte do marido.
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25 de outubro de 1975, horas mais tarde: Os torturadores vestiram Vlado apressadamente com as suas roupas, passaram o cinto da calça em volta do pescoço, penduraram o corpo na cela e o fotografaram de novo, dessa vez alegando que ele havia se matado. A foto não era nada convincente: os pés dele tocavam o chão e seus joelhos estavam dobrados.


Seu corpo foi entregue às autoridades religiosas esperando que fosse enterrado – e as evidências do crime também. A tradição judaica não permite que os suicidas sejam interrados em seus cemitérios. Mas quando o Shevra Kaddish – o comitê fúnebre judaico – estava preparando o corpo para o funeral, o rabino Henry Sobel reparou nas marcas de tortura. Ele ordenou que Vlado fosse enterrado no centro do cemitério. A versão do suicídio tinha sido desmentida.


As notícias da morte de Vlado se espalharam à medida que os jornalistas e opositores gradualmente ocupavam as ruas. A tragédia havia levado para a classe média os fatos que ocorriam em todo o país. Lentamente – foi preciso outra década para restabelecer algo que parecesse mais com a democracia –, o golpe militar arrefecia. Sobel diria depois: “O assassinato de Herzog foi o catalisador da volta da democracia”.
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São Paulo, 7 de outubro de 1976: Um ano e dois dias depois de “salvar” a TV Cultura – e incitado a prisão que terminou com o assassinato de Herzog – Marin mais uma vez discursava na Assembléia Legislativa de São Paulo.


E novamente, o deputado reclamava. Não sobre os vermelhos. Dessa vez, estava aborrecido com a falta de reconhecimento público a Sérgio Fleury, o delegado. Um homem que recentemente tinha emboscado e matado os guerrilheiros corajosos o bastante para enfrentar a ditadura.


Isso foi tirado da gravação oficial do discurso de Marin: “Aqueles que o conhecem de perto, sabem que ele é um chefe de família exemplar, mas, mais do que tudo, ele cumpre seus deveres como policial da maneira mais louvável possível”.


“Não conseguimos entender como um policial desse calibre, um homem que dedicou sua vida inteiramente ao combate do crime, um homem que muitas vezes pôs em risco não apenas a sua vida mas a de seus familiares não está recebendo o reconhecimento que merece”.


“Conhecendo seu caráter como eu conheço, não há dúvida de que Sérgio Fleury ama sua profissão; de que Sergio Fleury se dedica ao máximo, sem medir esforços nem sacrifícios para honrar não apenas a polícia de São Paulo, mas acima de tudo seu título de delegado de polícia. Ele deveria ser uma fonte de orgulho para a população de nossa cidade”.


“Por isso, senhor relator, na certeza de refletir o pensamento dos moradores de São Paulo, queremos expressar o orgulho que sentimos por ter em nossa polícia o delegado Sérgio Fleury”.
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St Helier, Jersey,17 de novembro de 2012: Antigo amigo dos militares, ainda amigo de José Maria Marin e ainda procurado pela Interpol por lavagem de dinheiro, Paulo Maluf dá risada diante da decisão judicial de que ele é um ladrão que desviou 10,5 milhões de dólares da obra de uma estrada em São Paulo.


Por que ele deveria se importar? Tem 81 anos agora, o governo nunca conseguirá o dinheiro de volta enquanto ele estiver vivo nem conseguirá obter provas suficientes para recuperar os estimados 1,7 bilhões de dólares desviados por ele no decorrer de anos.


Maluf se aproximou dos cofres públicos pela primeira vez quando os generais o nomearam prefeito de São Paulo em 1969. Três anos depois ascendeu ao governo do estado de São Paulo, fez de José Maria Marin seu deputado, e lhe passou as chaves do tesouro estadual em 1982.


O acontecimento mais memorável durante os dez meses de governo de Marin em São Paulo foi ser vaiado na Assembléia Legislativa depois que veio à tona empréstimos suspeitos feitos por um banco federal. Os amigos o indicaram para dirigir a seção São Paulo da CBF.


O desempenho de Marin foi suficiente para impressionar Ricardo Teixeira que o nomeou vice-presidente da CBF em 2008. Quando as revelações que fiz a respeito das propinas de Teixeira o forçaram a sair da FIFA e da CBF, Marin era o substituto conveniente. Ele havia provado que compartilhava dos pontos de vista de Teixeira sobre o futebol; se pode ser roubado, roube. Marin foi flagrado na TV afanando uma medalha do campeonato juvenil.


Três meses depois, o brilhante jornalista esportivo Juca Kfouri desenterrou o discurso de Marin na Assembléia em outubro de 1975, denegrindo Vlado Herzog. Juca culpou Marin pela prisão e morte do journalista. Juca também apresentou aos leitores o discurso inacreditáve de Marin elogiando o torturador Sérgio Fleury.
Um jornalista de São Paulo, que acompanha a carreira de Marin, diz, “Marin não é nem um rato, é um camondongo”.
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São Paulo, domingo, 11 de Novembro de 2012: Um grupo de manifestantes está na frente da casa de José Maria Marin, nos Jardins. Carregando faixas, tambores, tamborins, microfones e um carro de som, os que protestam cantam músicas compostas especialmente compostas para a ocasião. Uma delas pergunta: “Olha a ficha suja do Marin, será que ele é? Será que ele é? Será que ele é dedo-duro?”
Entre eles está Adriano Diogo, do PT, 63 anos que também foi preso e torturado pela OBAN em 1971 e ficou na cadeia alguns anos.
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São Paulo, Quinta-feira, 27 de Novembro de 2012: Adriano Diogo está discursando novamente mas agora como parte de seu trabalho cotidiano. Ele é deputado da Assembléia Legislativa de São Paulo como era José Maria Marin 37 anos antes quando ele atacou a TV Cultura.


“Senhores e senhoras, primeiro eu quero congratular-me com essa nova geração que faz escrachos (nomeando e envergonhando) na porta dos torturadores pela ideia brilhante de ir à casa de José Maria Marin”.


“O senhor José Maria Marin, o delator da ditadura, é responsável pela prisão e assassinato de Vladimir Herzog.” said Diogo. “Ele tem as mãos sujas de sangue, não pode ser o president da CBF.”
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Quarta-feira, 23 de janeiro de 2013: Mensagem oficial. “A Comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai investigar a responsabilidade do Estado pela morte do jornalista Vladimir Herzog em 1975, durante a ditadura militar (1964-1985).
“De acordo com a petição, o Brasil não cumpriu ainda sua obrigação de investigar, perseguir e punir os responsáveis pela morte de Vladimir Herzog.


“O caso Herzog ilustra o fracasso do judiciário durante a ditadura militar brasileira e na democracia”, diz Viviana Krsticevic, diretora executiva do Center for Justice and International Law, sediado em Washington, que veio ao Brasil anunciar a aceitação da petição.


“Queremos saber quem é responsável pelo que aconteceu com o meu pai”, diz Ivo Herzog.


Ninguém vai chamar José Maria Marin para testemunhar? Ele ignorou o convite para comparecer ao encontro do Comitê de Esporte e Turismo em Brasília, deixando o gol livre para Romario.


Port Louis, Maurício, 30 de maio de 2013: Será o início do 63o Congresso da FIFA’s; espera-se dos delegados que endossem as “reformas” do presidente Sepp Blatter. Será que José Maria Marin do Brasil será o único acusado de cumplicidade em um crime de assassinato?


Manchetes Educacionistas - 21/2/13 - Edição nº 1044

CLIPPING DE NOTÍCIAS ELABORADO PELO GABINETE DO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE
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Boletim de atualização do Portal EcoDebate- Edição 1.780, de 21 / fevereiro / 2013
Desejamos a todos(as) um bom dia e uma boa leitura
Evangelho de Lucas: teologia da história, artigo de Gilvander Luís Moreira
Imazon: Desmatamento na Amazônia em janeiro aumentou 6% em relação a janeiro de 2012
Empresa acreana produz a única telha plástica reciclada e certificada do país
Eletrosul inaugura usina fotovoltaica
Poluição afeta 97% da água de 118 cidades da China, aponta relatório
Pnuma e OMS querem realizar testes sobre efeitos de substâncias químicas sintéticas no sistema hormonal
ONU cobra que governos cumpram resoluções da Rio+20 para erradicar a fome
Morador de favela teme preconceito e oculta o endereço
Fazendeiro admite ter atirado no adolescente guarani-kaiowá morto no domingo em Mato Grosso do Sul
Lojas Americanas vendem produtos de trabalho escravo
Projeto que proíbe promotores de investigar deputados, prefeitos e secretários de Estado avança na Assembleia de SP
TDAH: Estudo aponta crescimento no consumo de metilfenidato
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“Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente.”


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Newsletter Diária da Associação Desenvolvimentista Brasileira
20 de fevereiro de 2013
Caso Aécio: “É constitucional o governador contratar empresa sua e da sua família?”
Em Minas Gerais, o senador Aécio Neves (PSDB) e a irmã Andrea estão blindados por todos os lados. Denúncias feitas contra ambos em 2011 e 2012 nunca foram investigadas, inclusive pelo Ministério Público do Estado. O ex-procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques, que deixou o cargo no início de dezembro de 2012, cuidou de arquivar pessoalmente duas representações feitas pelo Movimento Minas Sem Censura, bloco de oposição que reúne parlamentares do PT, PMDB, PCdoB e movimentos sociais. Leia mais aqui.
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PT e PSDB antecipam a batalha para 2014

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O mito do capitalismo “natural”
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Aepet Direto 21 de Fevereiro de 2013
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Destaque
DISCUSSÃO SOBRE A PETROBRÁS
No Programa Faixa Livre do dia 15/02 foi feita uma mesa sobre a Petrobrás com o Presidente da AEPET, Silvio Sinedino e o Emanuel Cancella, diretor da Federação Nacional dos Petroleiros(FNP). Os dois debateram a questão da situação da Petrobrás com os incentivos do governo a compra de carros pela população que fez explodir o consumo de gasolina e as dificuldades momentâneas da empresa.(Blog do Faixa Livre)
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Notícias
PROGRAMA PROGREDIR
O Programa Progredir, que viabiliza a oferta de crédito com maior agilidade e a custo reduzido para fornecedores e subfornecedores da Petrobras e de suas subsidiárias, ultrapassou a marca de mil operações. Desde junho de 2011, os dez bancos que integram a iniciativa emprestaram R$ 5,2 bilhões a 450 empresas, localizadas em 21 estados do país. O valor médio dos financiamentos é de R$ 5 milhões. Em 2012, houve crescimento significativo no número de operações de financiamento realizadas por meio do portal do programa, que conta com uma elevada taxa de sucesso na obtenção de recursos. Das empresas que buscaram financiamento pelo Progredir, 85% obtiveram êxito.(Agência Petrobrás de Notícias/Redação)
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LICITAÇÃO DA PETROBRÁS
A OSX Brasil divulgou nesta terça-feira (19) ata da reunião do conselho de administração realizada no último dia 6 de fevereiro, na qual a subsidiária OSX Construção Naval ficou autorizada a participar de processo de licitação a ser realizado pela Petrobras Netherlands B.V. - Petrobras. O processo enseja a construção e integração de módulos para duas unidades FPSO (P-75 e P-77), que realizarão a exploração de óleo e gás na região do pré-sal. O FPSO é um navio-plataforma flutuante, que produz, armazena e transfere petróleo.(Brasil Econômico/Redação)
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Petróleo e Política
LEI DA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
Na contramão do Governo Federal, Projeto de Lei incentiva conscientização da população sobre renovação da legislação de comunicação. A proposta do Projeto de Lei de Iniciativa Popular foi decidida na última plenária nacional da Campanha, realizada em dezembro de 2012. A iniciativa é da campanha “Para Expressar a Liberdade – Uma Nova Lei para Um Novo Tempo”, que reúne dezenas de entidades de diversos setores da sociedade para a implementação de um novo marco regulatório para o setor e a regulamentação do capítulo da Constituição Federal que trata da Comunicação Social.(Revista do Terceiro Setor/Redação)
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AGRICULTURA FAMILIAR NA REGIÃO SUL
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (FETRAF-SUL) está organizando o II Seminário Temático com o tema “Agricultura Familiar: Presente e Futuro” que vai acontecer nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2013, em Chapecó – SC. Os sindicatos de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul estarão representados no seminário durante os dois dias de debate.(Imprensa da CUT/Redação)
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COTAÇÃO DO PETRÓLEO
O barril Tipo Brent estava em US$ 115,25 em Londres nesta 4ª feira(20/02). Por seu lado o óleo leve negociado em Nova Iorque foi para US$ 97,40 o barril. (Infomoney)
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Notícias importantes dos últimos "AEPET Diretos":
LIVRO: OS RESPONSÁVEIS PELAS CRISES FINANCEIRAS CONTEMPORÂNEAS E SUAS ORIGENS. O autor é o General Roberto Badillo Martinez e é um lançamento da Capax Dei Editora (2012), 144 páginas.O preço de cada exemplar é R$ 30,00. Neste livro, Roberto Badillo Martinez oferece uma instigante exposição do sistema de poder que se encontra por detrás da presente crise econômica e financeira mundial, centrado em um cartel de bancos privados internacionais, que gravita em torno do Sistema da Reserva Federal dos EUA, do Banco da Inglaterra e do Banco de Compensações Internacionais (BIS), apoiado no papel hegemônico do dólar estadunidense como moeda de reserva e comércio internacional.(LEIA MAIS)
POSSÍVEL ACORDO ENTRE O INSS E A PETROBRÁS.(LEIA MAIS)
CONSELHEIROS DA PETROS COMENTAM RENTABILIDADE DO FUNDO EM 2012.(LEIA MAIS)
SILVIO SINEDINO VAI AO 2º TURNO PARA O CA DA PETROBRÁS.(LEIA MAIS)
REUNIÃO NA AEPET CONTRA OS LEILÕES DO PETRÓLEO.(LEIA MAIS)
IRREGULARIDADES DO PORTO DO AÇU.(LEIA MAIS)
DOCUMENTO CONTRA OS LEILÕES DO PETRÓLEO.(LEIA MAIS)
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O petroleiro e associado da AEPET, ao se aposentar, pode continuar nos quadros da Entidade. Para tanto, deverá assinar e encaminhar a nova autorização de desconto à Petros, garantindo sua permanência na AEPET e desfrutando dos benefícios oferecidos pela Entidade. E mais: continuará contribuindo com a luta em defesa do Sistema Petrobrás e seu corpo técnico e da soberania do Brasil sobre o seu petróleo. Continue na AEPET e convide os seus amigos para que se associem. Ligue (21) 2277-3750 ou associe-se agora mesmo.
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Valor da mensalidade R$ 46,64.









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