segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia de Santa Maria(RS) serve de alerta para todos os municípios


Incêndio na buate Kss - Sta. Maria-RS. Imagem: www.jm1.com.br

Incêndio na buate Kss - Sta. Maria-RS. Imagem: Agência Brasil






Ed. Joelma - SP. Imagem: jblog.com.br
Ed. Joelma-SP. Imagem: vocesabendo.com


Gran Circus Norte Americano. Niterói-RJ. Imagem: guiadoscuriosos.com.br




Gran Circus Norte Americano. Niterói-RJ. Imagem: guiadoscuriosos.com.br






             Não é a primeira, é mais uma tragédia com centenas de mortos que alerta os administradores públicos, legisladores e a todas as pessoas, sobre a necessidade de medidas preventivas, principalmente contra incêndio, neste período de véspera de Carnaval.

         São todos os pontos de aglomeração, aberto ou fechado, onde o pânico faz mais vítima do que o acidente em si. No desespero, as pessoas correm sem saber para onde, se atropelam e se pisoteiam. 

 

         Temos no Brasil, entre outros, como exemplos de incêndio com trágicas conseqüências, o Circo de Niterói(RJ),  Gran Circus Norte-Americano, em 17 de dezembro de 1961, quando um débil mental, conhecido por Dequinha, despedido dos trabalhos braçais na sua montagem, ateou fogo, por vingança, durante o espetáculo e causou 500 vítimas fatais, das quais 70% eram crianças (p.t.wikipédia.org); e no Edifício Joelma, em São Paulo,  em 1 de fevereiro de 1974, um incêndio provocou a morte de 187 pessoas, por causa de  um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado no 12° andar. O fogo rapidamente se espalhou pelos demais pavimentos, com todos os detalhes de pavor, das imagens de pessoas pulando andares mais altos para a morte.

 

        Depois de cada tragédia, as autoridades falam muito em providência, mudar a legislação, enquanto a mídia foca cada caso.  À medida que fatos novos ocupam o noticiário, as providencias alardeadas vão ficando nas gavetas do esquecimento.

 

        Estamos em vésperas de Carnaval. Em Visconde do Rio Branco, na Praça 28 de Setembro, a aglomeração de púbico é muito grande, principalmente debaixo da cobertura da pista onde fica o Ponto de Táxis.  Por todo o jardim, os foliões vão de um lado para outro e preenchem todo o espaço até o balaústre em frente à Igreja Matriz, onde a Bandinha toca as marchinhas do tempo do carnaval autêntico.  As barraquinhas de bebidas e salgados ficam espalhadas por toda parte junto aos canteiros, cobertas de material inflamável.   

 

        O clima de comemorações de resultado eleitoral ainda é de euforia.  Os fatores se somam para provocar desequilíbrios emocionais que resultam em atitudes imprevisíveis.  Ninguém sabe se, de repente, aparece um Dequinha qualquer, estoura uma bomba ou ateia fogo em um lugar inesperado, e provoca pânico, tumulto, corre-corre desordenado. Uns caem, outros passam por cima, sem se saber quantos possam ser atingidos pelo fogo ou pelos estardalhaços de bomba.

 

        O cuidado vai além do Carnaval na rua, nos clubes, nas quadras de escolas de samba, na formação dos blocos.  Esta cidade gosta de festa, tem espírito alegre. Tudo é motivo para  comemoração.  E ainda temos os campos de futebol, onde a alegria de uns serve de tristeza para outros. Todo lugar de aglomeração humana fica sujeito a um curto-circuito e ao destempero mental que os nossos tempos produzem.  Nas casas comerciais, grandes e pequenas, e até nas residências há necessidade de prevenção.  Em todo lugar onde vivem pessoas e corre eletricidade tudo é imprevisível.  As medidas de segurança têm que fazer parte da nossa cultura, sem deixar para depois.

 

        Todas as escolas devem passar por esses cuidados, em dois sentidos: as medidas preventivas comuns a todo lugar, e incluir a disciplina de segurança no currículo de educação.

 

        É mais fácil alguns profissionais do Corpo de Bombeiros instruir e treinar a população em tempos normais, do que tentarem chegar a tempo onde um  incêndio se espalha.

 

        Governantes voltados para as eleições de dois em dois anos pouco estão se lixando para isto. Acham que socorrer vítimas diante das câmeras de televisão rende mais voto. E se conseguirem produzir uma lágrima, com a voz embargada, melhor ainda.

 

        Mas a população tem que tomar consciência de que ela está constantemente diante de perigo, em qualquer lugar.  Alguns desequilibrados pela sede de lucros, outros talvez frustrados pelos infortúnios da vida, expõem todos sob ameaça dos incidentes incertos quanto à hora e à abrangência.

 

        Extintores de incêndio devem ser primeiro instrumento para o mobiliário de qualquer evento, de qualquer empresa, de qualquer residência.  E treinamento para usá-lo deve começar na educação de casa a ser continuado nas escolas.

 

         Raro é o Carnaval onde não haja conflitos por motivos fúteis.  E, quando pairam no inconsciente coletivo os efeitos de uma tragédia, as mentes se tornam mais vulneráveis aos desarranjos de comportamento.

 

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)

       

 

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