terça-feira, 11 de setembro de 2012

Salário mínimo em agosto deveria ser de R$ 2.589,78




R$ 2.589,78 correspondem a 4,16 vezes o mínimo vigente de R$ 622,00.  Com isto, aumentou a distância entre um e outro, e caiu o poder de compra do trabalhador, processo que vem acontecendo paulatinamente, mês a mês. 

R$ 622,00 equivalem a 24,2% do que seria necessário para a sobrevivência de uma família com dois adultos e duas crianças, conforme estabelece a Constituição Federal.

Se em julho seria preciso multiplicar os R$ 622,00 por 4,05 vezes para atingir o necessário de R$ 2.519,97, agora a multiplicação passa para 4,16 vezes, conforme citado acima. Praticamente cai para agosto de 2011, quando a multiplicação era de 4,18 vezes.

Tudo demonstra que a falácia de recuperação do poder real do salário mínimo até 2015 faz parte das mentiras oficiais.  Mesmo se houvesse seriedade da parte do governo, o tempo seria muito pouco para o valor real chegar aos seus devidos lugares para atender a determinação constitucional.

Quando o Congresso Nacional deu poderes ao Executivo para estabelecer por Decreto o salário mínimo, estava evitando expor os parlamentares ao desgaste diante dos trabalhadores na ativa e aposentados durante a tramitação de sua votação.

É evidente que, no momento, a presidente Dilma assina do Decreto por questão de ritual institucional, mas a determinação vem da equipe econômica.  Não raro, o  Ministro Malan anuncia com meses de antecedência o valor do salário mínimo a vigorar no ano seguinte. Quando ele fala, a presidente não contesta.  
Pedro Malan(oposicaoviva.wordpres.com) - Dilma(docomentoreservado.com.br

As equipes econômicas de países periféricos seguem diretrizes das matrizes econômicas do império financeiro mundial formado pelas grandes potências do chamado Primeiro Mundo, que também andam com as pernas bambas, porque gastam mais do que produzem. E têm que tirar dos países de soberania duvidosa os recursos para tapar seus buracos causados pela gastança perdulária, usada na indústria bélica destinada a submeter países e povos donos de riquezas naturais e que tentam viver com independência.

A maioria dos governantes periféricos não passa de títeres dos tiranos externos.  Não por acaso Venezuela, Bolívia e Cuba são odiados pela grande mídia internacional e doméstica, porque esta é a outra face da mesma moeda a serviço do imperialismo. 

Os governos formados nestes países periféricos, salvo as exceções, que têm suas campanhas eleitorais e manutenção de partidos financiados por capitais privados de empresas e pessoas físicas interessadas nesse domínio, são constituídos de políticos submissos e comprometidos com os interesses alienígenas.  Os que tiveram passado de luta contra esse domínio decepcionam seus admiradores, quando passam para o lado dos outrora adversários.

Para a Direita interna e externa isto é muito bom. Ela tem a suposta ‘esquerda’ executando sua política neoliberal, de ascendente concentração de renda, no mercado livre para bens de consumo, com salários tabelados por um ano à medida que os preços sobem ao gosto dos donos do desse mercado. E, no fim desse tempo, um reajuste injusto, muito abaixo do necessário, satisfaz os apetites egoístas das camadas dominantes, e evita o seu desgaste.  Pelo contrário, essa Direita se sente à vontade para vociferar contra o governo, chegando a enganar o povo, como se fosse sua defensora. 

O governo tem o poder da caneta para dominar o Congresso Nacional no “toma lá, dá cá”.  Oferece ministérios a partidos a troco de apoio a pretexto de governabilidade.   E, nesse ambiente impudico, vêem-se unidos sob a mesma aliança partidos que seriam da extrema esquerda à extrema direita, Ex.: PP(de Paulo Maluf) e PC do B(de Aldo Rabelo).  Risível se não fosse trágico.

O sacrifício do povo paga a manutenção dessa malta, com o sacrifício dos impostos escorchantes e dos baixos salários, em contraste com seus vultosos vencimentos e mordomias.

Os líderes sindicais estão cooptados pelo governo em cargos privilegiados. Não temos mais notícias dos combativos Vicentinho, Joaquinzão, Jair Meneguelli, Luiz Antônio Medeiros, Paulinho da Força.  Todos fazem parte de um “time” criado para dividir e enfraquecer o trabalhismo.

Vicentinho (ipcdigital.com)                       Joaquimzão(memorialdafama.com

Jair Menneguelli(portalaz.com.br) Luiz Antônio Medeiros(colunaernoff.com)

Paulinho da Força(investne.com.br)

Basta perguntar qual o ganho teve o trabalhador depois que essa turma chegou ao poder.

Cada um procura ficar caladinho no seu canto, porque “o seu” está garantido.

Estranhamos que até o DIEESE, que normalmente, a esta altura de cada mês, já tem na tabela do site o valor do salário mínimo necessário do mês anterior, acompanhado do preceito constitucional que determina o que deveria ser o salário, está diferente. 

Para encontrar as informações básicas para este comentário, tivemos que realizar profundas pesquisas.  Mesmo assim, aquele texto legal não está contido neste resultado.

Mas aqui vai o texto:

 

 

O enunciado na carta de 1988 ganha precisão analítica, como se depreende de sua leitura:
"Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - .............................................................................................................
II - ............................................................................................................
III - ..........................................................................................................
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; (...)"

Um decreto que multiplique por quatro o atual salário mínimo quebraria as micro e médias empresas que giram em torno do fraco mercado interno.  Teria que haver uma equipe econômica nacional e nacionalista, desapegada dos ‘patrões externos’ para começar a distribuição de renda dos 10% mais ricos que ficam com quase toda a renda nacional.  Essa distribuição do alto da pirâmide social faria chegar aos de baixo o necessário a uma sobrevivência digna, para que as bases tivessem desde alimentação até educação de qualidade, de acordo com os melhores padrões exigidos pela condição humana. 

Estamos a quatro meses do fim do ano. O salário mínimo com provável reajuste em janeiro, somente chegará aos trabalhadores em fevereiro. Até lá, essa queda mês a mês poderá chegar aos 20% do necessário. Hoje vale menos de um quarto.  Poderá cair a um quinto. 

E os aposentados com mais de um salário mínimo têm tido seu valor real descendo ladeira abaixo com mais velocidade que o mínimo.

A intenção da equipe econômica parece ser igualar todos por baixo.

Por que não fazem isto com os vencimentos deles?

(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)









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