R$ 2.589,78 correspondem a 4,16 vezes
o mínimo vigente de R$ 622,00. Com isto,
aumentou a distância entre um e outro, e caiu o poder de compra do trabalhador,
processo que vem acontecendo paulatinamente, mês a mês.
R$ 622,00 equivalem a 24,2% do que
seria necessário para a sobrevivência de uma família com dois adultos e duas
crianças, conforme estabelece a Constituição Federal.
Se em julho seria preciso multiplicar
os R$ 622,00 por 4,05 vezes para atingir o necessário de R$ 2.519,97, agora a
multiplicação passa para 4,16 vezes, conforme citado acima. Praticamente cai
para agosto de 2011, quando a multiplicação era de 4,18 vezes.
Tudo demonstra que a falácia de
recuperação do poder real do salário mínimo até 2015 faz parte das mentiras
oficiais. Mesmo se houvesse seriedade da
parte do governo, o tempo seria muito pouco para o valor real chegar aos seus
devidos lugares para atender a determinação constitucional.
Quando o Congresso Nacional deu
poderes ao Executivo para estabelecer por Decreto o salário mínimo, estava
evitando expor os parlamentares ao desgaste diante dos trabalhadores na ativa e
aposentados durante a tramitação de sua votação.
É evidente que, no momento, a
presidente Dilma assina do Decreto por questão de ritual institucional, mas a
determinação vem da equipe econômica.
Não raro, o Ministro Malan
anuncia com meses de antecedência o valor do salário mínimo a vigorar no ano
seguinte. Quando ele fala, a presidente não contesta.
Pedro Malan(oposicaoviva.wordpres.com) - Dilma(docomentoreservado.com.br
As equipes econômicas de países periféricos
seguem diretrizes das matrizes econômicas do império financeiro mundial formado
pelas grandes potências do chamado Primeiro Mundo, que também andam com as
pernas bambas, porque gastam mais do que produzem. E têm que tirar dos países
de soberania duvidosa os recursos para tapar seus buracos causados pela
gastança perdulária, usada na indústria bélica destinada a submeter países e
povos donos de riquezas naturais e que tentam viver com independência.
A maioria dos governantes periféricos
não passa de títeres dos tiranos externos.
Não por acaso Venezuela, Bolívia e Cuba são odiados pela grande
mídia internacional e doméstica, porque esta é a outra face da mesma moeda a
serviço do imperialismo.
Os governos formados nestes países
periféricos, salvo as exceções, que têm suas campanhas eleitorais e manutenção
de partidos financiados por capitais privados de empresas e pessoas físicas
interessadas nesse domínio, são constituídos de políticos submissos e
comprometidos com os interesses alienígenas.
Os que tiveram passado de luta contra esse domínio decepcionam seus
admiradores, quando passam para o lado dos outrora adversários.
Para a Direita interna e externa isto
é muito bom. Ela tem a suposta ‘esquerda’ executando sua política neoliberal,
de ascendente concentração de renda, no mercado livre para bens de consumo, com
salários tabelados por um ano à medida que os preços sobem ao gosto dos donos do desse mercado. E, no fim desse
tempo, um reajuste injusto, muito abaixo do necessário, satisfaz os apetites egoístas
das camadas dominantes, e evita o seu desgaste.
Pelo contrário, essa Direita se sente à vontade para vociferar contra o
governo, chegando a enganar o povo, como se fosse sua defensora.
O governo tem o poder da caneta para
dominar o Congresso Nacional no “toma lá, dá cá”. Oferece ministérios a partidos a troco de
apoio a pretexto de governabilidade. E, nesse ambiente impudico, vêem-se unidos sob
a mesma aliança partidos que seriam da extrema esquerda à extrema direita, Ex.:
PP(de Paulo Maluf) e PC do B(de Aldo Rabelo).
Risível se não fosse trágico.
O sacrifício do povo paga a
manutenção dessa malta, com o sacrifício dos impostos escorchantes e dos baixos
salários, em contraste com seus vultosos vencimentos e mordomias.
Os líderes
sindicais estão cooptados pelo governo em cargos privilegiados. Não temos mais
notícias dos combativos Vicentinho, Joaquinzão, Jair Meneguelli, Luiz
Antônio Medeiros, Paulinho da Força.
Todos fazem parte de um “time” criado para dividir e enfraquecer o
trabalhismo.
Vicentinho (ipcdigital.com) Joaquimzão(memorialdafama.com
Jair Menneguelli(portalaz.com.br) Luiz Antônio Medeiros(colunaernoff.com)
Paulinho da Força(investne.com.br)
Basta
perguntar qual o ganho teve o trabalhador depois que essa turma chegou ao
poder.
Cada um
procura ficar caladinho no seu canto, porque “o seu” está garantido.
Estranhamos
que até o DIEESE, que normalmente, a esta altura de cada mês, já tem na tabela
do site o valor do salário mínimo necessário do mês anterior, acompanhado do
preceito constitucional que determina o que deveria ser o salário, está
diferente.
Para
encontrar as informações básicas para este comentário, tivemos que realizar
profundas pesquisas. Mesmo assim, aquele
texto legal não está contido neste resultado.
Mas
aqui vai o texto:
O enunciado na carta de 1988 ganha precisão analítica, como se depreende
de sua leitura:
"Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
I -
.............................................................................................................
II -
............................................................................................................
III -
..........................................................................................................
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; (...)"
Um decreto que multiplique por quatro o atual
salário mínimo quebraria as micro e médias empresas que giram em torno do fraco
mercado interno. Teria que haver uma
equipe econômica nacional e nacionalista, desapegada dos ‘patrões externos’ para
começar a distribuição de renda dos 10% mais ricos que ficam com quase toda a
renda nacional. Essa distribuição do
alto da pirâmide social faria chegar aos de baixo o necessário a uma
sobrevivência digna, para que as bases tivessem desde alimentação até educação
de qualidade, de acordo com os melhores padrões exigidos pela condição
humana.
Estamos a quatro meses do fim do ano. O salário
mínimo com provável reajuste em janeiro, somente chegará aos trabalhadores em
fevereiro. Até lá, essa queda mês a mês poderá chegar aos 20% do necessário.
Hoje vale menos de um quarto. Poderá
cair a um quinto.
E os aposentados com mais de um salário mínimo têm tido seu
valor real descendo ladeira abaixo com mais velocidade que o mínimo.
A intenção da equipe econômica parece ser igualar
todos por baixo.
Por que não fazem isto com os vencimentos deles?
(Franklin Netto
– viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
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