Desde
domingo, vários pontos da cidade têm sido atingidos por incêndios com risco
para a vida humana e de maneira predatória para a fauna.
Na Chácara,
moradores alegam que tiveram de se juntar para substituir o Corpo de
Bombeiros. Perto dali, no Bairro Nova
Rio Branco, imagens impressionantes
mostram o quanto as chamas impuseram medo pela altura alcançada e a proximidade
de residências e quintais. Esse Bairro tem pontos considerados dos mais altos
do perímetro urbano, onde ficava a antiga caixa d'água que abastecia a zona urbana.
Imagem: Ivone de Barros
A dois ou
três quilômetros em linha reta daquele local, o sítio da Família Vianna foi
duramente castigado, com eliminação de espécies antigas e raras há muito tempo
constituindo parte de uma das poucas reservas ecológicas consideráveis na
cidade. O sítio fica 300 metros da Rua Santo Antônio, em frente ao início do Bairro de Lourdes, à margem direita do Rio Chopotó.
Imagem: Roberta Melo
Imagem: Roberta Melo
A primeira
suspeita é de ação criminosa, na pergunta imediata:
- Quem teria
sido do autor de tamanha monstruosidade?
Embora não
seja uma hipótese descartável, parece mais um fenômeno natural resultante da
baixa umidade do ar junto ao aquecimento extemporâneo, porque vivemos
teoricamente ainda no Inverno.
Com os termômetros
a 30º à sombra, a vegetação ressecada, as áreas verdes substituídas pelo asfalto e o
cimento armando, os raios do sol não chegam a penetrar no solo para dissipar o
calor que voltaria ao ar depois de amenizado pela crosta terrestre. O reflexo é
imediato no aquecimento ambiental que se irradia para os matagais mais
próximos, cada vez menos densos e mais isolados.
Esses
fatores facilitam a propagação do calor sobre as folhas e gramas secas
facilmente inflamáveis.
Os pontos
atingidos, se estiverem em um provável alinhamento e altitudes correspondentes,
abrem suspeitas de ocorrência de uma corrente de ar quente.
No tempo dos
canaviais, quase todo ano havia queimadas, na maioria das vezes supostas de
ação criminosa. Certa animosidade entre
trabalhadores e usineiros alimentava as suspeitas. Mas nunca se teve notícia de qualquer
apuração que levasse a culpados. A cana
também tinha a época das folhas secas e era um produto que contribuía para diminuir
a umidade do ar. O curioso é que não se tinha notícia de queimadas em matas,
que eram muito mais densas e abundantes fora do espaço reservado ao plantio da
cana.
Uma hipótese
necessária para análise é o fato de os incêndios de agora estarem ocorrendo no
perímetro urbano, muito maior do que na época das usinas de açúcar. Na década
de 70(Século XX), metade da população do município vivia zona rural. Hoje, para cada 10 rio-branquenses, 2 estão
na roça. Em 70, o total de habitantes era de 25.000. Em
2010, o IBGE contou 37.942 habitantes para o Município. Então, há mais de 30.000 morando na cidade,
mais do que todos de 1970.
Por isto, o
perímetro urbano cresceu. E o pior é que cresceu sem qualquer planejamento que
considerasse o impacto ambiental e as necessidades da preservação de reservas
que mantivessem o equilíbrio em harmonia com o crescimento. Estamos tendo enchentes quase anualmente de
maneira catastrófica. Os incêndios de
agora parecem mais um resultado desse desequilíbrio. E têm aspecto devastador.
Na Internet aparecem essas conversas:>
- Renata Matosinhos: onde foi isso?
- Roberta
Melo: Aqui agora ao vivo
- Renata
Matosinhos: vc ainda ta ai?
- Renata
Matosinhos: mas alguem viu quem colocou?
- Renata
Matosinhos: quem tirou a foto?
- Renata
Matosinhos: rayssa?
- Tatiana
Vianna Varon: Jura?
- Tatiana
Vianna Varon: Mas está perto de casa... Pq se for esperar o corpo de
bombeiro......
- Roberta
Melo: pra evitar maiores desgraças
- Roberta
Melo: o fogo virou, aqui ta sem risco
- Tatiana
Vianna Varon: Todo ano a mesma
coisa.......
- Tatiana
Vianna Varon: Amanhã o corpo de bombeiro
chega.
- Renata
Matosinhos kkkk
- Roberta
Melo: Sacanagem, pior que é verdade
- Tatiana
Vianna Varon: Mas é verdade!!!! Isso foi a vida inteira! Teve um ano que eu
liguei milhões de vezes, nem no outro dia eles apareceram....
- Élida
Souza: Foooogooo rrrsrsrsrs saudades..;)
tá muito sumida
- Roberta
Melo: O descaso é mto grande, to bobada
- Aletuza
Senra: Aff
- Tatiana
Vianna Varon: Isso não é novidade!!! Qq
hora Vrb vai perder uma mata preservada!!!! :(
- Maria Da
Consolação Martins da Cruz: aqui na chacara também tivemos q dar uma de
bombeiros!quem será que está fazendo essa maldade!!1
- Roberta
Melo: Sacanagem, td ano a msm coisa, e
minguem faz nada, chega ne, aqui eu fui sozinha, pq sabia que vcs estamos tds
ai do outro lado, se nao Adeus, ainda bem que vcs sao unidos,
- Neusa
Viana: Isso é que mulher de garra! Não tem pra ninguem.
- Jussara
Vianna: Ir no chapadão apagar fogo???
Isso era rotina na nossa vida em Rio Branco. Mas o pior que agora o fogo tá
chegando perto das casas. Que tristeza!!!
(Franklin Netto - viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)
Que fatalidade, fiquei impressionada com as fotos em que aparecem labaredas imensas.
ResponderExcluirÉ pesaroso mesmo saber que a cidade cresceu desordenadamente, sem preocupação com o impacto ambiental.
Abs,