segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Considerações sobre o nosso cineasta Geraldo Santos Pereira


     

Passados mais de quarenta dias do Festival de Cinema de Visconde do Rio Branco “Geraldo Santos Pereira”, fica uma dúvida, se observarmos  a tentativa do resgate de sua memória através dos depoimentos dos seus conhecidos, amigos, da esposa  e da filha: nosso grande cineasta está mesmo com o mal de Alzheimer, ou poderia ser amnésia?

Pesquisamos e encontramos vários pontos de vista e até matéria elaborada pela Unicamp.

Vale a pena observar:

 - Amnésia é passageira enquanto alzheirmer é uma doença degenerativa.

- Amnésia é temporária e alzheimer é progressiva.

- As principais diferenças são as bases etiológicas, enquanto a amnésia pode ter sua causa por drogas ou traumas ( tipo o álcool ou traumas orgânicos e psíquicos), o alzheimeir tem uma lesão de uma área cerebral que ainda há longo prazo e ainda não se sabe com precisão total a etiologia ( causa exata) da doença.

- amnésia pode ser temporária enquanto alzheimer é degenerativa.

 - amnésia vc perde a memória por causa de uma pancada e o mal de alzheimer por uma doença.

- alzheimer é uma doença e amnésia é um sintoma

- A amnésia é um sintoma e o mal de Alzheimer é uma doença. O doente de Alzheimer sofre de amnésia, mas uma qualquer pessoa pode ter amnésia sem estar com a doença de Alzheimer.

- O Alzheimer é uma doença degenerativa que cursa com amnésia de fatos recentes. Como foi dito, a amnésia é apenas um dos sintomas.


Melhora no diagnóstico permitirá detecção precoce de Alzheimer

terça-feira 11 de dezembro de 2007.

O Alzheimer afeta cerca de um milhão de brasileiros. O diagnóstico disponível é feito quando o paciente já apresenta perda de memória com déficits cognitivos. Este quadro poderá ser minimizado com o aperfeiçoamento dos critérios de diagnóstico, a exemplo do trabalho liderado pelo neurologista Bruno Dubois, que permitirá detectar a doença em estágio inicial, aumentando a eficácia dos tratamentos disponíveis.

Em 1984, foi desenvolvido um dos critérios de diagnóstico de Alzheimer mais utilizados nos dias de hoje, o NINCDS-ADRDA. De lá para cá houve muitos avanços no combate à doença que, apenas no Brasil, afeta um milhão de pessoas. No entanto, o diagnóstico é feito quando o paciente apresenta perda de memória com déficits cognitivos. Este quadro poderá ser minimizado com o aperfeiçoamento dos critérios de diagnóstico da doença, a exemplo do trabalho liderado pelo neurologista francês Bruno Dubois, que permitirá detectar o Alzheimer em estágio inicial, aumentando a eficácia dos tratamentos disponíveis.

Para a equipe de Dubois, já estava mais do que na hora de usar esses avanços em prol de um NINCDS-ADRDA revisado e moderno. Os resultados, publicados em artigo no periódico britânico Lancet Neurology (vol. 6, ed. 8, 2007), foram baseados na associação de dados e parâmetros de análise clínica com exames laboratoriais, análise de líquor, ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) em regiões específicas de ação da doença, como o hipocampo e o córtex entorrinal. Muitos desses processos já fazem parte do diagnóstico atual da doença, inclusive no NINCDS-ADRDA. Mas a combinação de tais métodos da forma como propõe a equipe de Dubois é que pode levar a um diagnóstico precoce.
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Azheimer
O primeiro sintoma de Alzheimer é amnésia. Imagem: Bill Sanderson / Bruno de Bois et. al

“Com o diagnóstico novo, mostrando parâmetros que apontam para lesões compatíveis com a doença, é possível tratar precocemente”, explica Benito Damasceno, coordenador do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo ele, os critérios atuais de diagnóstico só permitem que se detecte o Alzheimer quando o paciente manifesta outros déficits cognitivos, sejam de linguagem, percepção, destrezas motoras ou funções executivas, que é quando se perde a capacidade de realizar tarefas fora de casa, como fazer compras.

O novo critério ainda precisa da aprovação por consenso da comunidade médica nos congressos internacionais e comitês de ética para ser utilizado clinicamente. Além disso, é preciso ressaltar que sua realização é mais cara e alguns procedimentos necessários a sua prática ainda não estão disponíveis no Brasil. O Alzheimer não tem cura. Os tratamentos medicamentosos atuais conseguem apenas estabilizar temporariamente a deterioração do tecido cerebral em parte dos pacientes, além de restabelecer alterações de humor geradas pela doença como apatia e depressão. Apesar da incerteza quanto à eficácia, tais remédios custam caro. O custo do tratamento mensal sai por R$ 200 em média e são comuns efeitos colaterais que vão de problemas gastrintestinais à tontura, falta de apetite com ocorrência de anorexia, sonolência e suor corpóreo elevado. “Não se pode criar outra doença além da que o indivíduo já tem”, enfatiza Damasceno.

Entre os fatores que desencadeiam o Alzheimer está a ação nociva de, principalmente, duas proteínas: a beta-miloide e a tau hiperfosforilada. Enquanto a primeira age mais na região externa do neurônio, causando uma reação inflamatória, destrutiva, a segunda age no interior celular, destruindo a arquitetura da célula, seus microtúbulos. O resultado é que os neurônios não conseguem mais transportar substâncias.

Despreparo no diagnóstico

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) permite que se façam exames clínicos e laboratoriais para o diagnóstico de Alzheimer. Tomografia convencional e ressonância magnética também são pagas pelo Estado em regiões em que existam tais equipamentos.

“Não é difícil diagnosticar a doença. Mesmo com os métodos pagos pelo SUS chegamos a um diagnóstico eficaz de 80%. Os demais 20%, apesar de preencher os critérios de Alzheimer, mostram outra lesão na análise patológica pós-morte do paciente”, afirma o neurologista.

Damasceno também diz que, atualmente, mais casos de Alzheimer são diagnosticados que no passado graças à melhor capacidade de diagnóstico dos médicos. Isso ocorreu devido, em parte, ao patrocínio da indústria farmacêutica no aperfeiçoamento desses profissionais. “A intenção da indústria é que os médicos prescrevam seus medicamentos em pacientes que realmente tenham a doença pois, caso contrário, eles [os medicamentos] vão falhar”, defende.

Apesar dos avanços, o problema maior no diagnóstico da doença continua sendo o despreparo de alguns médicos. “Hoje em dia ainda tem neurologista que não consegue diagnosticar Alzheimer, pois acha que é outra coisa. Ou pior ainda. Basta o paciente se queixar de problema de memória para muitos profissionais diagnosticarem a doença ou indicarem uma tomografia sem fazer um exame detalhado ou exame de sangue para ver se há deficiência de vitamina B12 ou de hormônio da tireóide, fatores que também causam demência. E aí prescreve o medicamento precipitadamente”, lamenta Damasceno.

A pesquisa mostra que até o mundo científico não tem uma informação consistente sobre o problema.  E aí nos sentimos à vontade para refletir.

Os conhecidos e amigos de Geraldo falaram do artista, da pessoa humana, cada qual mostrando uma faceta de sua personalidade.  A esposa e filha falaram do chefe de família impregnado do fator cinema, de certa maneira em uma relação conflitante.

Gostaríamos de ver a opinião de algum psicanalista a respeito.  Nas pesquisas ninguém abordou a questão da Mente - formada pelo Subconsciente(Id), o Consciente(Ego) e a Consciência(Super-Ego) – fortemente afetada pelos fatores emocionais.

Parece-nos que Geraldo era 80% cinema(em uma de suas imagens em ação, ficou cravada a inscrição:> cinema: uma paixão, um destino) e 20% família(que ele constituiu já em idade avançada).  

Como homem íntegro, a família também é sua paixão, como dever. Mas que veio muito depois de a paixão cinema estar fortemente sedimentada na sua formação.

No Inconsciente estão toda a sua formação, toda a sua vivência, todo o alicerce de seus estudos, obras, sonhos, realizações que são empurrados para ação do Consciente. Tudo até aí é cinema. Mas a família reclama o seu pouco tempo para ela. Laurinha está adulta.  A qualquer hora terá vida própria. Dona Elza pode ficar sozinha. A Consciência procura conter os impulsos da vontade para atender às necessidades do dever. E o sentimento se divide.  O Id empurra o Ego que fica contigo pelo Super-Ego. A pressão comprime e o Consciente se desnorteia, escapa. Não aguenta ficar sem a paixão cinema, nem consegue satisfazer a paixão família.  Sem estrutura existencial, sem nem saber por que, “deixa de ser”.  Não sabe mais o que é o Geraldo cinema, nem o Geraldo família. Pode ser que seu ego(consciente) se tenha espirrado para os primórdios da infância, na Água Limpa de Visconde do Rio Branco a brincar com Renato, aonde não existe o cineasta nem o chefe de família.  Ali está livre para suas brincadeiras, “atasanando” a pianista Theresinha no seu ‘dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó.... si-lá-sol-fá-mi-ré-dó....’...... ‘cachorro-vai-cachorro-vem....cachorro-vai-cachorro-vem’......

Talvez esteja se lembrando somente do passado.  O presente dói muito... é melhor esquecer... Não pode existir porque traz conflito. 

Quem sabe é amnésia, se o trauma do conflito Id-Ego-Super/Ego não tiver lesado os tecidos do cérebro?

É mais fácil e cômodo atribuir ao sintoma o grau da doença, nas considerações puramente orgânicas, sem se aprofundar nas causas que hajam afetado a Psique.

Não seria comum a homem de intensa atividade intelectual ter, de repente, os neurônios totalmente apagados.

Nós gostaríamos de saber notícias de alguma tentativa de reabilitação da memória de Geraldo. A família não sabe qual é o mal maior: conviver com ele assim, que mal sabe quem é, ou como antes, ativo, vivendo a sua paixão, embora pouco atento à esposa e filha. 

Quem sabe se esposa e filha passarem para ele a idéia de que gostam tanto de cinema quanto ele, e que poderiam ver juntos tantas fitas quantas ele quisesse, se isto fosse possível?


Tudo são hipóteses, porque estamos conjecturando à distância, com base nos depoimentos do documentário EU É GERALDO, que Erick Leite brilhantemente procurou retratar.  E fez o lançamento ao ar livre, no Jardim da Praça 28 Setembro naquela noite memorável de sábado, 28 de julho, quando o Luar de Rio Branco brindou a platéia que encantou o Festival.



(Franklin Netto – viscondedoriobrancominasgerais@gmail.com)        

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