quinta-feira, 13 de setembro de 2012

COLUNA DO PAULO TIMM(De Portugal) - Cidades Inovadoras ou Sempre o mínimo? E outras notícias importantes





Campanha eleitoral em pleno curso, há pouco espaço para discutir temas de fundo sobre  o significado das cidades e sua futura configuração física e social . Longe do calor da batalha, posso devanear um pouco.
O que é uma cidade?
Há muitas definições e uma infinidade de livros respondendo a essa indagação. Para mim, um dos melhores autores é Lewis Mumford (USA, 1885/1990) - Lewis Mumford on the City (1-6). [Video]. National Film Board of Canada. 1963 - , consagrado erudito do Século XX:
Lewis Mumford nasceu em Nova York. Estudou no City College nova-iorquino e na New School for Social Research. Colaborou em publicações, e seus primeiros textospublicados tanto em jornais quanto em livros, firmaram sua reputação como escritor interessado pelas questões urbanas. Desde a estréia porém, com "A História da Utopia" (1922), sempre situou seus comentários num contexto amplo, que incluía a literatura, a arte e a ação comunitária como meio para aprimorar a qualidade devida.

O GRANDE LIVRO DE MUMFORD SOBRE A CIDADE  É "A CIDADE NA HISTÓRIA",  -SUAS ORIGENS, TRANSFORMAÇÕES E PERSPECTIVAS” , TRADUÇÃO DE NEIL R. DA SIVA
MARTINS FONTES EDITORA, SÃO PAULO, 1998.


Mais que um livro, um mundo! Obra épica, de vida toda, construída à força de muito viajar, ouvir, observar e ler,
como afirma, estupefato, o comentador da edição brasileira, Georden -http://georden.blogspot.pt/2007/06/cidade-na-histria-de-lewis-mumford.html   .
Outros, como Marc Giget, preferem destacar o caráter inovador das cidades, em todos os tempos.
.Marc  Giget afirma que a inovação foi o sucesso de Babilônia, Cartago e Persépolis até cidades do Renascimento, como Florença e Veneza, chegando às duas cidades mais inovadoras de hoje em sua avaliação, Barcelona e Helsinki.

Mas há uma unanimidade entre os estudiosos: um ponto de convergência de pessoas que demarca, não apenas a ocupação de um território, mas o desenvolvimentos de novas relações sociais entre elas, substituindo a noção da tribo regulada pela tradição pela idéia de povo regulado pela Lei.
Esta idéia da cidade como convergência pode ser avaliado no fato de ter Paris,  à época da  Exposição Universal de 1889, quando foi erigida a Torre Eiffel como símbolo da engenharia do aço e da Art Nouveau, as informações nas linhas do seu  metrô recém inaugurado,  escritas em 34 línguas. E Eiffel, notável construtor de pontes, ratificou a metáfora da convergência da inteligência no seu Projeto gravando os nomes de 72 cientistas e outros nomes famosos em reconhecimento ao coletivo na criação individual. Na mesma época, outro francês, Lumière, também daria um passo gigantesco na transposição de arte como talento individual , para  a arte como o fruto conjunto de tecnologias inteligentes à serviço de múltiplas vocações: o cinema. Um produto tipicamente urbano.
Já a importância da noção de povo e da Lei é  tão velha que  inscrita na Bíblia , onde não falta a   menção ao “Povo da Babilônia”. E este mesmo povo tinha como regra de convívio o Código de Hamurabi, datado do Sec. XVIII AC e  encontrado no ano de 1901, pela expedição de Jacques de Morgan, na região do atual Irã.
O Código de Hamurabi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C, pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”.
Leis e objetivos do código 

As 281 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura. Escrita em caracteres cuneiformes, as leis dispõem sobre regras e punições para eventos da vida cotidiana. Tinha como objetivo principal unificar o reino através de um código de leis comuns. Para isso, Hamurabi mandou espalhar cópias deste código em várias regiões do reino.

As leis apresentam punições para o não cumprimento das regras estabelecidas em várias áreas como, por exemplo, relações familiares, comércio, construção civil, agricultura, pecuária, etc. As punições ocorriam de acordo com a posição que a pessoa criminosa ocupava na hierarquia social.

O código é baseado na antiga Lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. Logo, para cada ato fora da lei haveria uma punição, que acreditavam ser proporcional ao crime cometido. A pena de morte é a punição mais comum nas leis do código. Não havia a possibilidade de desculpas ou de desconhecimento das leis.

Algumas leis do Código de Hamurabi:

- Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então aquele que enganou deverá ser condenado à morte.
- Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e também aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.
- Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado à morte.
- Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenado à morte na parte da frente do local do arrombamento e ser enterrado.
- Se uma pessoa deixar entrar água, e esta alagar as plantações do vizinho, ele deverá pagar 10 gur de cereais por cada 10 gan de terra.
- Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher não será considerada esposa deste homem.
- Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho quando crescer não poderá ser reclamado por outra pessoa.

A cidade é, pois, em si mesma, uma inovação histórica e, ao mesmo tempo, o lugar onde se processam, sem para , inovações, em todos os campos da vida humana: Política, com a construção do conceito de cidadania, que consiste no entendimento de todos os habitam a cidade são portadores de direitos e obrigações fundadas na Lei; educação e cultura, mediante a socialização de preceitos morais , técnicos,  cívicos e religiosos por meio de instituições cada vez mais especializadas;  economia, através da incorporação do progresso técnico no processo produtivo, no qual a industrialização nos últimos 250 anos foi o mais espetacular;arquitetura e urbanização, com a concepção de materiais e equipamentos  sociais que revolucionam o estilo de vida. Em resumo, o lugar, por excelência, no qual o saber proverbial cede lugar ao projeto de emancipação humana, fundado na razão e a na liberdade,
Pensando nisso muitos estudiosos, hoje se dedicam a procurar novas fontes para a renovação da vida nas cidades. É como se elas não pudessem parar, jamais, parar de sintetizar e aproximar a linha do horizonte ao dia-a-dia. Renovam-se os centros abandonados, desenvolvem-se tecnologias sustentáveis em moradias e meios de transportes, redefinem-se os usos de obras de arte, abrem-se novos campos nas áreas educacionais, terciariza-se a vida urbana com a expansão dos serviços, remodela-se o comércio e a vivência com os grandes shoppings, transformados crescentemente, em modelos de vida, com os conjuntos residenciais à volta, como na Estação Oriente, em Lisboa, e criam-se centros de inovação urbana, nas quais a utopia é a matéria prima.

“Foi a partir desse conceito que o Instituto Europeu de Estratégias Criativas e Inovação lançou para discussão o projeto Cidades-Colinas, proposta de cidade ideal para o futuro. O criador do instituto, Marc Giget, esclarece que o conceito está aberto à contribuição de todos que estejam interessados no futuro e na inovação das cidades para enfrentar esse futuro.”
A proposta, que pode ser vista no site WWW.cites.collines.com, concentra grandes populações, com tudo o que pode precisar, em torres de 1 quilômetro de altura - três delas seriam suficientes para cerca de 100 mil habitantes - a Burj Califa Tower, por exemplo, inaugurada em janeiro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tem 828 metros e 162 andares.
Giget destaca duas cidades atuais como grandes inovadoras: Helsinki, favorita dos empreendedores europeus  e Barcelona, dileta dos jovens artistas e da inteligenzia. Em ambas, alto nível educacional, canais abertos entre moradores e municipalidade e muitos centros de referência cultural , artística e tecnológica.
Claro que nosso burgo litorâneo, Torres/RS, ou o longínquo Visconde de Rio Branco/MG, não chegarão,  tão cedo, à referência mundial como cidades inovadoras, tal como Helsinki e Barcelona. A lembrança fica, porém , registrada como um estímulo a que se pensem tais cidades  e não apenas se as administre. Questões como o fortalecimento da democracia interna, através do efetivo funcionamento das Comissões Municipais – sequer conhecidas e divulgadas ! – irrigam e fortalecem a vontade da cidadania em participar da vida pública. Mobilização da inteligência, como fator estratégico da cidade, é outro ponto importantíssimo. A massa cinzenta é o maior patrimônio de um povo: seus artistas e poetas, seus cientistas, seus professores. Onde os grandes espaços culturais indispensáveis ao cultivo da criatividade? Onde uma biblioteca digna deste nome, com livros digitais, salas de vídeo, jornais e revistas de todo o país? Qual a  vocação natural ou historicamente determinada delas como vetor de seu crescimento e  onde os Planos de Longo, Médio e Curto Prazo, para a   valorização destetrade na cidade?
Enfim, tanta coisa...Melhor nem pensar...! E só administrar mesmo o arroz com feijão das necessidades básicas...Sempre o mínimo...


Três notícias relevantes 

. Encaminho três notícias relevantes.  A primeira é sobre o avanço do grupo Carlyle (um do maiores fundos de investimento do mundo, norte-americano) no controle da economia brasileira; segundo estimativas a Tok&Stok, comprada agora pelo Carlyle, tem margem EBITDA de 15%, mas ainda pode melhorar....  A segunda é sobre o comando da norteamericana GE OLEO E GÁS,  em matéria de equipamentos necessários à primeira fase do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.  A terceira refere-se ao programa NUCOFFEE da multinacional SYNGENTA, também norte-americana.  Parece que enquanto a população se distrai com as eleições, o futebol e o mensalão, eles avançam.  Celeremente, e neste governo principalmente.   Ceci 

1-grupo CARLYLE 

Grupo compra rede brasileira de móveis por R$ 700 milhões13 de setembro de 2012 • 09h23 •  atualizado 09h42
www.terra.com.br/noticias - em 13 de setembro de 2012
Criada em 1978, a Tok Stok tem 35 lojas em 12 Estados no BrasilCriada em 1978, a Tok Stok tem 35 lojas em 12 Estados no Brasil




O gestor de private equity Carlyle Group anunciou nesta quinta-feira a compra de 60% da rede de lojas de móveis e itens decorativos Tok Stok, sem revelar o valor da transação. Uma fonte próxima ao assunto, entretanto, disse que o negócio foi fechado por cerca de R$ 700 milhões.



A operação, que deve ser concluída no quarto trimestre deste ano, foi assessorada pelo banco BTG Pactual. Ghislaine Dubrule, um dos fundadores da rede, permanecerá como presidente-executivo da companhia, compartilhando a fatia restante de 40% com o outro fundador, Régis Dubrule.


Criada em 1978, a Tok Stok tem 35 lojas em 12 Estados no Brasil. Em 2011, as vendas da empresa totalizaram cerca de R$ 1 bilhão. No início de março, o Carlyle adquiriu a rede de brinquedos Ri Happy, a maior do segmento no Brasil.


Dentre as participações que detém no País, o grupo controla a operadora de turismo CVC, a corretora e administradora de planos de saúde Qualicorp e a fabricante e varejista de moda íntima Scalina.
2-GENERAL ELECTRIC

O contrato preve a entrega de 4 turbinas, cujo valor está em sigilo.  O presidente da GE OLEO & GAS "disse que os turbogeradores serão importados da Itália e algumas partes serão montadas no país...   a companhia tem equipamentos que atendem desde a extração do petróleo até o combustível na bomba... ainda não tem o portfólio completo.... A GE OLEO & GAS DIVERSIFICOU SEU PORTFOLIO NO PAÍS, desde 2007 até agora, com o investimento de us$ 9,8 bilhões em cinco aquisições, sendo tres delas realizadas em 2011...  A companhia fatura us$ 160 bilhões por ano, sendo 10% do setor petróleo (Valor, B-9, 13 de setembro de 2012) ...

3-SYNGENTA

A multinacional norteamericana , através do programa NUCOFFEE, deve alcançar cerca de duas mil fazendas no Brasil...  este programa envolve toda a cadeia produtiva... mais do que trocar defensivos por sacas de café, a empresa oferece consultoria da produção à comercialização... o produto contratado das fazendas é comercializado junto a micro, médias e grandes torrefadoras, principalmente dos Estados Unidos... o programa pode contribuir para firmar o Brasil como produtor de café de qualidade....  (!!!  dois séculos depois de ter sido iniciada a produçao ?)
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