segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Entrevista do Maestro Antônio Ernesto da Silva da Filarmônica Rio Branco



Imagem: estacoesferrovias.com.br




Antônio Ernesto da Silva, maestro da Filarmônica Rio Branco, esta corporação musical criada por um grupo de pessoas e músicos liderados inicialmente pelo Maestro Adjame Rodrigues, reformado da Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e, posteriormente, após seu falecimento, passou a ser liderada pelo nosso saudoso Francisco Peron, o Chiquinho Peron.

É considerada como data de fundação sua primeira apresentação em público na data de 15 de novembro de 1961.
Francisco Peron era sapateiro e posteriormente funcionário da Caixa Econômica Federal.  E dedicava seu tempo fora do trabalho à “Banda”, como era chamada popularmente.

Possui sua escola de formação musical desde então, onde é formado seu quadro de instrumentistas.

Exibiu-se e exibe-se em várias partes do Brasil, conquistando troféus e vem sendo, desde sua criação, uma das instituições que mais tem contribuído para manter e expandir a veia artística do povo rio-branquense.

Com o falecimento de Peron, na data de 15 de agosto de 1999, Antônio Ernesto da Silva vem, juntamente com os músicos e colaboradores, tentando suprir com zelo e dedicação, dando continuidade ao trabalho dos mestres.

Nesta entrevista ao Jornal Consciência da Mata online, Antônio fala sobre sua vida e suas ações para manter vivos os valores da Filarmônica.

1 – Antônio, quando foi fundada a Filarmônica Rio Branco?

- É considerada a data da primeira apresentação pública no palco do extinto cinema Brasil,  em 15 de novembro de 1961.

2 – Desde quando você participa de suas atividades?

- Desde o ano de 1975.

3 – Você tem uma relação de afeto com essa instituição?

- Sim, pois cresci juntamente com a nossa Filarmônica.

4 – O que significa para você a Filarmônica?

- Uma reunião de amigos com a intenção de se produzir arte e dar exemplo de dedicação à música e isso nos proporciona um enorme prazer.


5 – A Filarmônica foi sua própria escola musical?

- Foi a minha primeira escola de formação musical como a de muitos músicos de Visconde do Rio Branco.

6 – Como você entrou para a Filarmônica convidado, ou por sua iniciativa?

- Meu amigo de infância Sebastião Baêsso me chamou pra estudar em uma banda onde o pessoal viajava pra outros lugares pra tocar.

7 – Quem foi e é o maestro Peron na sua vida?

- Um personagem da nossa história que, apesar de estar esquecido pelos que não tiveram contato com ele, um educador e um formador de personalidades; pessoa que ainda não conheci igual, com suas qualidades e defeitos, um grande pai apesar de nunca ter tido filhos biológicos.

8 – Qual a condição exigida de pretendentes a entrarem para a Filarmônica?

- Nenhuma, a escola é gratuita, o material didático também, os instrumentos são cedidos pra estudos e pra tocar na banda, e o uniforme.

9 – As aulas de música são oferecidas somente para membros da Filarmônica, ou para outros interessados em aprender música?

- Toda e qualquer pessoa que se interesse em aprender um instrumento e música todos os dias úteis da semana em horários na parte da manhã e na parte da tarde.

10 – Há condição para ser músico da Filarmônica quem só saiba música “de ouvido”?

- Ele terá mais facilidades para aprender a parte teórica e verá que é muito mais fácil ingressar na nossa Filarmônica.

11 – As aulas destinam-se somente a instrumentistas ou a vocalistas também?

- Somente a instrumentistas, mas temos projetos em longo prazo para ampliar nossa escola, depende de apoio da nossa sociedade.

12 – Há músicos que passaram pela Filarmônica e que se tenham projetado no meio artístico?

- Sim alguns como Ivo Bitencourt o “Ivinho”, saudoso João Botafogo, alguns Regentes de Bandas Militares bem como vários músicos integrantes de corporações musicais, professores de Conservatórios, podemos dizer que talvez uma geração inteira de músicos em certa época passou pelos caderninhos ou artinhas da Filarmônica Rio Branco.

13 – Você pode citar quantos prêmios a Filarmônica conquistou?  E Onde?

- concursos e campeonatos nos quais participou, tais como os que se seguem:

·         Em 16 de outubro de 1976 – Campeã do Festibanda de Minas Gerais, organizado pelo extinto MOBRAL, em Belo Horizonte.
·         Em 12 de setembro de 1976 – Campeã do Festibanda Interestadual de Poços de Caldas – MG, organizado pelo MOBRAL
·         Em 05 de junho de 1977 – 4º lugar no Concurso Nacional de Bandas, promovido pelo MEC/FUNARTE, INM e Rede Globo de Televisão.
·         Em 02 de julho de 1977 – Aclamada a mais popular Banda de Música do 1º Campeonato Nacional de Bandas, em apresentação em Brasília, com a presença do Presidente da República.
·         Em 02 de abril de 1978 – Bicampeã de Minas Gerais, no Campeonato Organizado pela Coordenadoria de Cultura de Minas Gerais
·         Em 27 de Agosto de 1978 – 3º Lugar no 2º Campeonato Nacional de Bandas, Organizado pelo MEC/FUNARTE, INM e Rede Globo de Televisão.
·         Em 28 de agosto de 1982 – Venceu o Concurso Mineiro realizado em Poços de Caldas Minas Gerais
·         Em 2000 – Convidada para a celebração dos 500 anos do descobrimento.
Também fazem parte dessas conquistas a escolha em Minas Gerais para apresentar o CONCERTO PELA VIDA na semana internacional antidrogas instituída pelas NAÇÕES UNIDAS – ONU nos anos de 2000, 2001, 2002, 2003 nas cidades de Belo Horizonte e Vespasiano e em 2004 na cidade de Visconde do Rio Branco.
Novamente convidada para este evento que é realizado desde o ano de 2005 nas cidades de Búzios e Cabo Frio,  no Estado do Rio de Janeiro.

Em 16 de outubro de 2006 convidada para o encontro de Bandas na cidade de Belo Horizonte no aniversário de 60 anos do SESC – MG teve sua foto estampada na capa de jornais mineiros de expressão nacional “Estado de Minas e Diário da Tarde”.
Em 18 de outubro de 2008 novamente participou do encontro de bandas do SESC – MG - se apresentando com destaque na capital de Minas Gerais - Belo Horizonte, no ano de 2010.
Em 25 de maio de 2012 participou de evento de arte na cidade.

14 – Qual ou quais foram os mais importantes?

- Os campeonatos a nível estadual e nacional

15 – A Filarmônica grava para vender?

- Temos uma gravação amadora a título de acervo para registrar nosso momento na história musical da Filarmônica que foi comercializado há algum tempo atrás, mas temos a pretensão de fazer outra gravação um pouco mais elaborada a fim de registro histórico que porventura poderá ser comercializado.

16 – Você acha que músicos e as instituições musicais da cidade têm tido o reconhecimento merecido?

- Não, pois nossa vocação é música,  mas as autoridades sempre se esquecem e só procuram quando precisam de um “grupinho só pra não ficar sem graça a festa”.

17 - Qual o desejo que você, como dirigente e maestro, tem de realizar e ainda não o atingiu?

- Atingimos o principal objetivo que foi não deixar a Filarmônica acabar com o falecimento do nosso saudoso mestre Peron; é uma luta diária pra manter a autoestima dos músicos, a qualidade, mas temos que ampliar a escola de formação musical, colocar a música nas escolas de forma funcional e com resultados que possamos mostrar à nossa população; tenho certeza que existem muitos talentos de nível nacional escondidos nas escolas.

18 – Cite um músico de sua preferência?

- Tenho vários que gosto de renome, mas prefiro os nossos locais mesmo, pois quando necessitamos de uma música de qualidade são eles que nos oferecem.

19 – Quantos componentes tem a Filarmônica?

Contamos atualmente com 45 músicos flutuantes, pois somos amadores, alguns músicos vão embora, outros entram, outros voltam.

20 – Existe algum em atividade que tenha sido fundador dessa Instituição?

- Todas as atividades desde minha admissão no ano de 1975 me considero fundador.

21 – Qual o pedido que você faria às autoridades da Cultura para a Filarmônica Rio Branco?

- Considerando nossa história vencedora, tombem a instituição como patrimônio cultural imaterial do município. Todas as nossas conquistas foram mérito dos nossos esforços, mas tenha certeza que o apoio de todos foi fundamental principalmente do setor público.

22 – Deixe uma mensagem para o povo de Visconde do Rio Branco e do Brasil.

- Nós nunca escolhemos a música como a arte a seguir e sim o contrário: ela que nos escolhe, deve ter algum motivo para que Deus na sua infinita sabedoria dar o dom da música a alguns; então devemos respeitar e apoiar o artista,  o músico, ele nos acompanha nas horas alegres, nos conforta nas horas tristes, a música nos acompanha do nascimento até a despedida deste mundo. Viva a música, ou seja, vamos viver a música.

Um comentário:

  1. A FILARMONICA RIO BRANCO AGRADECE AO ESPAÇO QUE NOS FOI CARINHOSAMENTE CEDIDO POR NOSSO AMIGO, COLABORADOR E INCENTIVADOR SR. FRANKLIN
    ANTONIO ERNESTO DA SILVA
    REGENTE
    FIARMONICA RIO BRANCO

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