segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sob o Luar de Rio Branco, 1º Festival de Cinema Geraldo Santos Pereira encanta a platéia





O Luar de Rio Branco assistiu ao cerramento das cortinas douradas do 1º FESTIVAL DE CINEMA DE VISCONDE DO RIO BRANCO GERALDO SANTOS PEREIRA, neste sábado, 28, com cadeiras espalhadas e telão bem em frente ao histórico Cine Brasil, em parte desse Jardim, cantado pelo poeta Lourival Passos, na valsa que se tornou o Hino da Cidade. 


As cadeiras foram poucas para a platéia que viu EU É GERALDO,  documentário de Erick Leite e equipe da Café Pingado Filmes. É um misto de ficção e realidade, quando se passam para a tela cenas do imaginário do produtor que possam se associar às prováveis e raras lembranças do personagem real, acometido do mal de Alzheimer.  É como se houvesse a busca de reminiscências dentro de lapsos de amnésia.  A narrativa seria o método de construir as lembranças, nas lacunas do esquecimento. As personagens principais da ficção foram vividas por Rogério Araújo, como Geraldo. Sua esposa Cristiane Moreira tem uma função discreta, como simbolismo de mulher na vida artística ou sentimental nas vagas recordações de Geraldo, através da qual ele busca encontrar imagens do passado, mas que se dissipam entre cortinas do nada. Parecem disputas entre o consciente(raro)  e o inconsciente(indefinido).  João Araújo, irmão gêmeo de Rogério, representa Renato, em cena de envolvimento em torno de um Geraldo atual, perdido no seu imaginário de lembranças e da diferença de temperamento extrovertido do próprio Geraldo e do tímido e circunspecto Renato.  Expectadores costumam pensar em truque de imagens.  Mas Rogério e João são realmente irmãos gêmeos, como foram Geraldo e Renato. 
Rogério Araújo e Sua esposa Cristiane(Cris) Moreira), na Praça 28 de Setembro(28/07/2012.) 


Por outro lado, há os depoimentos reais dos amigos, conhecidos e artistas componentes do elenco de Geraldo, em que aparecem Ataídes Braga, Cacá Diegues, Carlos Vereza, Ivo Pitanguy, Joel Zito, Maurício Gonçalves, Milton Gonçalves, Neville D'Almeida, Raquel, Ruth de Souza, Maria Ceiça, da esposa Elza e da filha Laurinha e do funcionário de uma locadora.
Ataídes Braga

Cacá Diegues e Equipe Café Pingado Filmes

Carlos Verezxa e Equipe Café Pingado Filmes

Ivo Pitanguy e Equipe Café Pingado Filmes

Joel Zito e Equipe Café Pingado Filmes

Maurício Gonçalves e Equipe Café Pingado Filmes

Milton Gonçalves

Neville D'Almeida e Equipe Café Pingado Filmes

Ruth de Souza e Equipe Café Pingado Filmes

Maria Ceiça 

Geraldo, Laurinha e Dona Elza. À sua direita os gêmeos Ignacchitti e Jeová Benati. 
Em 2006, na casa de José Luiz Lopes Gomes



Dos depoimentos, constrói-se a lembrança de um Geraldo e Renato pioneiros, desapegados de obra comercial, uma atividade apaixonante, voltada para a cultura e a história sobretudo em torno do Barroco Mineiro. De espírito rebelde e avesso a tabu, como ficou retratado em Rebelião em Vila Rica e em O Seminarista. 





Neville D'Almeida compara o Alzheimer de Geraldo ao do próprio cinema brasileiro, cujo acervo vai caindo no esquecimento por falta de ações de um órgão público que se encarregasse de conservar tecnicamente o material dos filmes produzidos. 


Sobressai nos depoimentos o espírito generoso do artista, que ajudou Ivo Pitanguy sair de uma situação complicada em Paris por consequência de um acidente de moto em que o cirurgião plástico teria perdido a própria namorada, quando ele mesmo dirigia. E Milton Gonçalves afirma que deve a vida aos dois irmãos, quando a polícia brasileira queria prendê-lo por complicações políticas em tempo de ditadura. 


A esposa e a filha afirmam que, enquanto sua memória estava normal, a paixão pelo cinema não lhe deixava tempo para dar atenção à família. E que agora não sabem qual é a situação mais difícil: vê-lo assim sem saber o que faz, ou conviver com sua intensa atividade somente voltada para o cinema. 


Erick e sua equipe usam de um recurso que parece inédito no cinema.  Deixa partes em branco na filmagem que o expectador nem sempre entende no primeiro momento. Mas é uma mensagem subliminar correspondente à falta de memória do personagem.  
Erick Leite. Praça 28 de Setembro. 28/07/2012


EU É GERALDO tem uma construção gramaticalmente incorreta, com o verbo ser na terceira pessoa do indicativo presente, a ligar Eu(pronome) a Geraldo(predicativo do sujeito).  Parece um modo filosófico de falar do Geraldo "que os outros conhecem", e não do "Geraldo que eu sou".  "O Geraldo que eu sou" está perdido nas lacunas vazias da amnésia. O Geraldo que é "está na lembrança e nos depoimentos que constroem a sua imagem". 




Direção do filme: Erick Leite e José Ricardo;

Produção do Filme: Ana Flávia Amaral;
Direção de Fotografia e Câmera: Daniel Ferreira;
Assistente de Produção e Marketing of: Juliana Antunes;
Assistente de Direção: Gustavo Cavalieri; e
Engenheiro de Som: André Veloso.
Segundo Diretor de Fotografia: Marcello Marques;
Direção de Arte: Edu Felix; e
Fotografia Still: André Correa.

Imagens da noite de 28/07/2012 - Praça 28 de Setembro



A Secretária Municipal de Educação, Maria de Lourdes Torres entrega trofeu de participação ao Bacharel em Direito Aloísio Paulo Ferreira, intermediada por Erick Leite.







A Professora Theresinha de Almeida Pinto entrega Certificado de Participação ao agrônomo José Luiz Lopes Gomes

A Professora Theresinha de Almeida Pinto entrega Certificado de Participação ao produtor do filme Erick Leite, diretor da Café Pingado




Erick Leite e Rogério Araújo

Telão onde está sendo exibido EU É GERALDO


O Pipoqueiro, símbolo ligado à magia do cinema

À direita, Barra Leve, também chamado Geraldo, um amante da cultura.



2 comentários:

  1. Franklin,

    você tem uma visão muito especial e sensível da arte e dos indivíduos. O mundo precisa de mais pessoas como você! Obrigada por proporcionar ao Erick, à Café Pingado Filmes e à cidade de Visconde do Rio Branco um evento tão relevante e inspirador.

    Foi um prazer conhecer todos vocês!
    Joyce (namorada do Erick)

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    1. Obrigado, Joyce,
      Suas amáveis palavras são comoventes. Tudo o que aconteceu, devemos ao desprendimento do Erick e de toda a equipe da Café Pingado Filmes. Vocês, a partir de agora, fazem parte da nossa comunidade. São um grupo de artistas talentosos e modesto, o que nos deixou à vontade para contribuirmos com nosso trabalho. O prazer é recíproco.
      Franklin

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