"Jota Barroso, Vida e Arte", escrito por Antônio Pinto Neto, e produzido por Jacynto Batalha, é o documentário desta noite no prosseguimento do FESTIVAL DE CINEMA RIO-BRANQUENSE GERALDO SANTOS PEREIRA.
A sessão começa às 20 horas no Auditório Jotta Barroso - Água Limpa, quando o escritor comenta sua obra. A Professora Sandra Cristina Medeiros fará palestra de uma tese que defendeu sobre o artista tema desse filme.
Será esta a última sessão do Festival naquela casa de espetáculos. A magia do pipoqueiro na porta, do toque da sirene e o lanterninha do cinema farão despedida temporária nesta noite.
Jotta Barroso é personagem importante na história cultural e artística da cidade, desde os tempos de diretor da Rádio Cultura Rio Branco, nos idos dos anos 50 e 60, quando produziu e apresentou o Caleidoscópio, programa de auditório ao estilo de Paulo Gracindo, César de Alencar e Manoel Barcelos na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, então considerada "a maior emissora da América Latina" e tinha a força midiática de uma Rede Globo de hoje. Naquela ocasião, Barroso apresentou os espetáculos com a dupla Marcelo e Piruzinho, O Conjunto Cultura - formado pelos irmãos Juarez, Jair e Jarbas, com cavaquinho e violões, mais o acordeonista Arturzinho, e Piruzinho no pandeiro. Atuavam como cantores e cantoras: Luiz Violão, Viçoso Ferreira(o Piruzinho), Boby Cruz, Juarez dos Anjos, Hélio Ferreira, Lia Prata, Glória Couto, Marília Pereira e as Irmãs Ferreira(de São Geraldo). Os irmãos Juarez, Jair e Jarbas apresentavam-se também como vocalistas com a denominação de Conjunto Marajó. Juarez se apresentava solo como Juarez dos Anjos. Hoje eles formam o J. Trio. Luiz Violão foi para o Rio de Janeiro e se integrou aos vocalistas "Os Cariocas", como Luiz Roberto. Ficaram famosos com "Garota de Ipanema", de Vinícius de Morais.
Jotta Barroso, montou uma equipe de rádio-teatro, ainda na Rádio Cultura, como as novelas da Rádio Nacional. Seus atores e atoras eram o Batista Rodrigues, o próprio Barroso, Luiz Violão, e as irmãs Ilnéia e Ilná Cacilhas, e uma locutora anunciada como Magali, também na equipe de rádio-teatro. Magali parece ter sido nome artístico de quem não quisesse aparecer publicamente.
Barroso, nas suas idas e vindas, atuando em outros espaços, teve sempre a cabeça voltada para Visconde do Rio Branco. Por sua influência, a cidade serviu de cenário para rodagem do filme O MENINO E O VENTO, no qual um velho sobrado ao lado do Cine Brasil serviu de fórum para julgamento, parte do enredo. Participou como coroinha de O SEMINARISTA, de Geraldo Santos Pereira E teve intensa atividade diretamente diante das câmeras e muito mais nos bastidores.
O Festival encerrará amanhã, sábado, com o filme EU É GERALDO, de Erick Leite, que conta a vida do cineasta rio-branquense, baseado no levantamento de suas lembranças a partir de depoimento e contato com seus amigos, companheiros de trabalhos, participantes de seu elenco e lugares por onde passou o co-autor do primeiro filme brasileiro a cores, REBELIÃO EM VILA RICA.
O trabalho de Erick dependeu de uma viagem a Paris, onde visitou lugares onde o próprio Geraldo conseguiu lembrar, e de levantamento de nomes famosos com quem o cineasta-maior conviveu.
Erick, diretor da Produtora Café Pingado Filmes diz que buscou na teoria de Freud o resgate das lembranças a partir das lacunas do esquecimento. Isto porque o seu personagem real sofre do mal de Alzheimer, e não pôde oferecer-lhe subsídios para o seu projeto através de depoimento próprio.
Não sabemos tudo sobre as produções aqui comentadas. Mesmo que soubéssemos, deixaríamos para que os expectadores tivessem a oportunidade de descobrir no desenrolar das cenas e imagens mágicas da tela.
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